A discussão ainda é maior que a aplicação do conceito. Muitas empresas ainda não fazem o básico, ou seja, usar um dos ativos mais estratégicos que possuem: seus dados primários. Isso porque, hoje em dia, as empresas tem a disposição um arsenal grande de onde coletar informações, mas tem dificuldade de consolidá-las, integrá-las e fazê-las “endereçar” demandas específicas de negócio. Nesse sentido, o marketing digital ganha ainda mais importância, pois, além de comunicar e atrair, passa a ser também um gerador fundamental de informações.
Por exemplo, informações como volume de vendas, de transações, por produto ou por região geográficas, são comuns e até fáceis de se acessar, mas ainda são insuficientes para entender por completo a jornada de compra dos consumidores. De outro lado, temos informações de navegação nos web sites e nas redes sociais que, certamente, influem nas vendas on-line e off-line, mas nem sempre é fácil precisar como.
Essa coleta estruturada de dados de forma estratégica permite, não apenas entender em que produtos estão interessados, mas, sobretudo, entender interesses, motivações e expectativas dos consumidores, analisar sua presença digital e a performance da mesma. Essa estratégia vai além de uma simples pesquisa on-line e mede a reação real do consumidor. Pontualmente, o potencial já é grande, mas feito de forma continuada e estruturada possibilita uma retroalimentação das estratégias de negócio e de produto que impactam diretamente nas vendas.
Tendo como base a combinação entre velocidade, volume e variedade, reunidos, o big data deve focar então a análise e a inter-relação desses dados a fim de proporcionar maior poder de decisão para empresas, porém podemos e devemos começar pelos fundamentos, pela base, pelo small data.
Desta forma, mais e mais, as empresas se transformam em verdadeiros centros de conhecimento. Assim como no marketing digital, os negócios devem ser digiridos a públicos bem definidos, cujos hábitos de consumo são conhecidos e mapeados, de forma que a empresa possa oferecer as informações e condições necessárias para que a compra de produtos e serviços efetivamente ocorra de forma relevante, cirúrgica, pessoal e adaptável.
Assim, de reprodutor de estratégias de negócio das empresas, o marketing digital passa para fonte e influenciador para formulação dessas estratégias, conferindo mais agilidade e assertividade a operação da empresa.
Rodrigo Turra - presidente da iProspect Brasil, possui 20 anos de experiência no segmento de marketing digital
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