A pediatra Dra. Ana
Laura Kawasaka, do Portal Saúde4Kids, explica o que acontece e como tratar a
situação para amenizar os odores e não constranger a garotada
Que delícia quando os filhos nascem e
os pais sentem aquele cheirinho de bebê que atiça os instintos mais profundos.
E à medida que eles crescem, especialmente para as mamães, esse cheiro vai se
tornando um tipo de identidade do amor, que ultrapassa o sensorial e chega
direto ao coração. Mas nem mesmo o amor mais profundo é capaz de suportar o
odor quando algumas crianças chegam perto da adolescência, aquele cheiro ácido
que surge em vários momentos do dia, ao menor esforço que fazem. O chamado
“cecê” faz parte dessa época da maioria após os 12 anos.
A pediatra Dra. Ana Laura Kawasaka, do
Portal Saúde4Kids, explica que os odores do suor, ou bromidrose, começam a
aparecer e nem sempre os jovens percebem essas mudanças. “Nessa fase
pré-adolescência, as chamadas glândulas apócrinas, presentes em regiões como
axilas e virilhas, passam a produzir um suor mais gorduroso, que não tem
cheiro. Porém, em contato com as bactérias presentes na pele, ele é quebrado em
pequenas substâncias ácidas que apresentam o forte odor conhecido como cecê”.
Por isso, a médica alerta que os pais devem estar muito atentos e podem evitar
possíveis constrangimentos de seus filhos com alguns cuidados que aliviam a
sensação de suor e amenizam o mau-cheiro. São eles:
-higiene adequada é fundamental! São
recomendados banhos diários e de preferência com sabonetes antibacterianos nas
regiões que mais transpiram. Durante o dia, também pode usar o paninho com o
sabonete, e depois um pano úmido pra remover as bactérias;
-é importante usar roupas de algodão,
que deixam a pele ventilar melhor do que tecidos sintéticos;
-alimentos apimentados, condimentados,
cafeína, cebola e alho podem piorar o problema. Se isso estiver acontecendo,
deve-se reduzir o consumo;
-não usar a mesma roupa por mais de um
dia. As bactérias da pele podem produzir o mau cheiro se entrarem em contato
com o suor que ficou na roupa;
-usar desodorantes e antiperspirantes,
dê preferência produtos classificados como hipoalergênicos;
-para os casos que não conseguem ser
controlados com essas medidas, é recomendada uma avaliação médica com
dermatologista para avaliar outras opções de tratamento.
A Dra. Ana também explica que há diferença entre desodorantes e
antiperspirantes. “Os desodorantes servem apenas para tentar eliminar o odor
através de efeito bactericida. Possuem substância antissépticas como álcool ou
triclosan. Mas não agem na quantidade de suor”.
Já os antiperspirantes ou antitranspirantes bloqueiam os poros, diminuindo
temporariamente a quantidade de suor eliminada. “Geralmente são compostos à
base de alumínio e, quanto maior a sua concentração, mais eficazes são os
produtos. Porém, também aumentam a chance de causar irritações na pele”, alerta
a pediatra. E acrescenta que há grande variedade de antitranspirantes no
mercado que também possuem ação desodorante e podem ser utilizados.
Segundo
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), antitranspirantes
e produtos em formato aerossol só dever ser usados a partir
dos 12 anos. Antes dessa idade, se necessário, devem ser usados apenas
desodorantes (em roll-on ou cremes), de preferência classificados como
hipoalergênicos, sem cheiro e sem álcool.
Dra. Ana Laura Kawasaka é médica
formada pela Universidade Estadual Paulista –UNESP-; pediatra pela Universidade
de São Paulo –USP-; cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São
Paulo; com títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de
Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Além de mamãe da Clara.
Dra. Fernanda Viana é médica formada
pela Universidade Estadual de Campinas –UNICAMP-; pediatra pela Universidade de
São Paulo –USP-; cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo.
Além de ser especialista em pediatria com título pela Sociedade Brasileira de
Pediatria e, em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Dra. Rafaella Gato Calmon é médica pela
Universidade Federal do Pará –UFPA-; pediatra pelo Hospital Infantil Darcy
Vargas, cardiologista infantil pelo Incor-Universidade de São Paulo; com
títulos de especialista em pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria e,
em cardiologia infantil, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Também é
mamãe dos gêmeos Bárbara e Rafael.
Saúde4Kids
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