O objetivo da campanha é alertar a população
sobre a gravidade das doenças cardíacas e destacar a importância da prevenção
No
dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Coração, uma campanha criada
pela World Heart Federation há 16 anos com o objetivo de orientar
as pessoas sobre a importância de prevenir as doenças relacionadas ao coração.
Segundo
dados de 2013 da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças
cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. Todo ano, cerca de
17,5 milhões de pessoas falecem em consequência de problemas no coração, número
equivalente a 31% do total anual de óbitos.
De
acordo com o cardiologista e diretor clínico do Hospital Santa Paula, Otavio
Gebara, as doenças crônicas estão entre os principais problemas decorrentes do
aumento da longevidade. As mais comuns são a hipertensão e a aterosclerose
(colesterol alto) e as que mais matam são o infarto agudo no miocárdio, doença
vascular periférica, acidente vascular cerebral (AVC) e morte súbita.
O
médico ressalta que os principais fatores de risco para as doenças
cardiovasculares são a má alimentação, sedentarismo, tabagismo e predisposição
genética. Por ser muito frequente em pessoas com mais de 50 anos, há a
necessidade de acompanhamento médico.
Hipertensão
– o grande vilão do coração
O
Ministério da Saúde aponta a hipertensão arterial sistêmica (HAS) como um fator
de risco dominante para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, como
acometimento isquêmico cardíaco, cerebral, vascular periférico e renal, além de
poder ocasionar insuficiência cardíaca. Trata-se de uma das causas de maior
redução de expectativa e qualidade de vida das pessoas.
De
acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS) no Brasil, os brasileiros têm tendência a desenvolver doenças
cardiovasculares causadas por hipertensão arterial, chegando a 80% em
indivíduos com pré-hipertensão arterial em 10 anos. Em 22 inquéritos
populacionais, representativos de cidades brasileiras, identificou-se alta
prevalência de hipertensão, variando entre 22% e 44% em adultos (32% em média)
e chegando a mais de 50% em indivíduos com 60 a 69 anos e 75% naqueles com mais
de 70 anos.
“Diante
de um diagnóstico de hipertensão arterial ou de pré-hipertensão, a principal
recomendação é mudar o estilo de vida. É preciso diminuir o consumo de sal
tanto no preparo de alimentos como no sódio encontrado em alimentos
industrializados”, esclarece Gebara.
Tabagismo – um importante fator de risco
Segundo o Instituto Nacional de Câncer
(Inca) o tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas
não transmissíveis (DCNT) como doenças cardiovasculares, pulmonares e câncer. O
cigarro pode causar cerca de 50 outras doenças, especialmente problemas ligados
ao coração e à circulação. Cada tragada é responsável pela inalação de
aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas. As principais são a nicotina,
associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea), o
monóxido de carbono (CO), que reduz a oxigenação sanguínea no corpo, e o
alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e
arsênio.
“Não adianta fumar menos ou somente
alguns cigarros por dia, ou mesmo deixar para fumar só entre amigos em um bar.
As grandes vilãs são as moléculas como as do grupo dos benzopirenos. Uma vez
que o paciente inala essa fumaça, os benzopirenos e outros componentes nocivos
vão direto para a parede dos vasos, aniquilando o óxido nítrico (a substância
que dilata as artérias) e estimulando a produção de adrenalina, que faz o
inverso e ainda acelera os batimentos cardíacos. Esses elementos ainda oxidam o
colesterol, que passa a se depositar com maior facilidade nas artérias,
formando placas”, explica Gebara.
Prevenção
Segundo o cardiologista, a partir de 50
anos é indicado que o paciente tenha pelo menos uma consulta médica por ano,
pois com a idade aumentam as chances de desenvolvimento de doenças
cardiovasculares.
A prevenção
ainda é a melhor solução. Praticar exercícios físicos com regularidade, ter uma
alimentação saudável - dando preferência a carnes brancas, grelhadas ou
assadas; evitar fritura, comer mais
frutas e vegetais, beber água regularmente, evitar o estresse, checar a pressão arterial com frequência
e sempre medir o colesterol são atitudes fundamentais para manter um estilo de
vida benéfico.
Dr.
Otavio Gebara - Graduado em Medicina pela USP, fez especialização no Institute
for Prevention of Cardiovascular Diseases na Harvard Medical School em Boston
(1992-1993), doutorado em Cardiologia pela Universidade de São Paulo (1996) e é
livre-docente em cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo (2005).
Hospital
Santa Paula
Av.
Santo Amaro, 2468 – Vila Olímpia - (11) 3040-8000
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