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segunda-feira, 16 de março de 2015

Escândalos de corrupção têm despertado maior interesse por programas de compliance, avalia especialista em auditoria




 As recentes histórias de corrupção no país como a que envolve, por exemplo, a estatal Petrobras, estão despertando a reação pública como poucas vezes se viu nos últimos anos, talvez desde o movimento dos cara-pintadas, que resultou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo, em setembro de 1992. Mas, além de toda a repercussão entre a população brasileira, percebida especialmente nas redes sociais, casos como este têm despertado também cada vez mais a atenção das empresas, que buscam meios de se proteger de casos de fraudes.
“Pesquisas apontam que, em períodos de economia mais fraca, com queda na arrecadação tributária, as empresas ficam mais suscetíveis a processos de fiscalização. Como o cenário econômico atual não é o dos mais animadores, é preciso ficar atento para reduzir o risco ou até mesmo acabar com qualquer chance de haver certas irregularidades. Por isso, o controle interno deve ser redobrado, utilizando-se de todos os meios possíveis que possam ser utilizados para evitar qualquer irregularidade na gestão de uma empresa”, alerta Enio De Biasi, sócio-diretor da De Biasi Auditores Independentes.
Para o especialista, além de contar com profissionais capacitados para auditar as contas da empresa e também fazer uma gestão de risco dos negócios, o compliance digital aparece como uma ferramenta cada vez mais indispensável para o controle administrativo e financeiro das organizações. “A redução da multa, inicialmente de 20%, para as empresas que forem enquadradas na Lei Anticorrupção, mas que já possuem algum programa de compliance, é sem dúvida um estímulo a mais”, diz o sócio diretor da De Biasi.
No entanto, ele acredita que o interesse pelo compliance digital esteja além disso. “Percebo que em muitos casos há uma preocupação cada vez maior de as empresas buscarem estratégias que garantam maior eficiência administrativa, oferecendo melhores condições à saúde financeira da empresa, além de transparência nos negócios. Isso faz com que aumente a sua credibilidade”, aponta.
Por fim, ele ressalta que os executivos não devem encarar o compliance digital exclusivamente como uma ferramenta anticorrupção. “Em primeiro lugar, o programa é utilizado essencialmente para auxiliar e verificar se as empresas estão cumprindo todas as normas legais e regulamentares, se estão funcionando em conformidade com as políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição. Detectar qualquer desvio ou inconformidade até faz parte do processo, mas não é exatamente essa a sua função”, conclui o especialista.  

 

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