Cansaço após as mamadas e
dificuldade para ganhar peso podem ser sinais de alerta
Conhecida como trissomia
21, a Síndrome de Down (SD) ocorre quando há existência de três cromossomos X
nas células do organismo, totalizando 47, em vez de 46, como em outras pessoas.
Segundo o obstetra e ginecologista Maurício Sobral, a SD é detectada nos
primeiros meses da gestação pela ultrassonografia morfológica que avalia a
translucência nucal, sugerindo assim a presença da síndrome.
Porém, ela só é
confirmada pelos exames de Biópsia de Vilo Corial (BVC), realizado entre 11ª e
14ª semanas da gestação; e Amniocentese, colhido a partir da 15ª semana de
gestação, permitindo estudar o cariótipo do bebê, ou seja, a contagem do número
e a avaliação da forma dos cromossomos. “Quando diagnosticada, a síndrome causa
um certo impacto. Sempre aconselho à mãe para conversar muito com seu parceiro,
em alguns casos, buscar uma ajuda psicológica e obter a maior quantidade de
informação possível, entrar em contato com outros pais que passaram pela mesma
situação, além de fazer, como em todas as gravidezes, um bom pré-natal”,
aconselha o Dr. Maurício.
Devido à alteração
genética e às pré-disposições da trissomia, normalmente as crianças apresentam
características semelhantes e estão sujeitas a maior ocorrência de doenças.
De acordo com o cirurgião
cardiovascular da Beneficência Portuguesa, Marcelo Sobral, entre as
patologias mais comuns estão as cardiopatias congênitas, anormalidade na
estrutura do coração, que afetam 50% das crianças nascidas com SD. “Muitas
vezes os portadores da síndrome são indicados às cirurgias para corrigir
malformações. Mas também, dependendo do problema, pode haver regressão
espontânea. O importante é sempre fazer o diagnóstico correto”, comenta.
O cirurgião destaca
ainda que os pais devem ficar atentos aos pequenos sinais que podem representar
problemas cardíacos. “Dificuldade na alimentação, cansaço durante e depois das
mamadas, pneumonias de repetição e custoso ganho de peso podem sinalizar a
necessidade de uma consulta ao cardiologista”.
Ambos os
especialistas ressaltam que a Síndrome de Down não é doença e que os portadores
precisam sim de um acompanhamento correto para estimular a capacidade e
habilidade delas. “Segundo dados da Federação Brasileira das Associações de
Síndrome de Down, o Brasil tem hoje cerca de 300 mil pessoas com a síndrome, o
que precisamos é que todos aceitem as necessidades especiais”, finalizam.
Doutor Marcelo Luiz
Peixoto Sobral - membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB,
Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca
Artificial (DECA). MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da
Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais
de 4.000 cirurgias realizadas.
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