Pais devem ficar atentos aos sintomas
que se diferenciam dos adultos com maior risco de complicações
A epidemia de dengue na maioria dos estados
brasileiros tem deixado a população em alerta. Apenas no início de 2015 já
foram registradas 174,6 mil notificações da doença no país.
No caso da febre
Chikungunya, apesar não haver epidemia em São Paulo até o momento,
especialistas de saúde entendem que os casos podem começar a se proliferar com
maior incidência neste ano, inclusive nos demais estados ainda não atingidos
diretamente.
Em 2014, nas Américas,
foram mais de 970 mil casos notificados e cerca de 19 mil confirmados. Já no
Brasil, no ano passado, foram
notificados 3.655 casos suspeitos. Destes, 2.768 confirmados. Até a
segunda semana de fevereiro deste ano, o país teve 771 casos notificados, concentrados nos estados do Amapá e
Bahia.
Por isso, especialmente para crianças menores de dois anos e recém nascidos, é preciso que os pais e responsáveis estejam atentos aos cuidados para evitar a picada do mosquito e, havendo sintomas, é essencial o tratamento correto.
Por isso, especialmente para crianças menores de dois anos e recém nascidos, é preciso que os pais e responsáveis estejam atentos aos cuidados para evitar a picada do mosquito e, havendo sintomas, é essencial o tratamento correto.
“A sintomatologia das duas doenças é muito parecida, mas é
importante que se faça o diagnóstico correto, já que ambas podem ter
complicações graves nas crianças pequenas”, explica Dr. Francisco Ivanildo de
Oliveira Junior, médico infectologista do Hospital Infantil Sabará.
Nas crianças desta faixa etária é comum quadros atípicos
das duas doenças. As lesões de pele causadas pela Chikungunya podem aparecer em
adultos como vermelhidão e manchas, e nas crianças como bolhas em todo o corpo.
Nos pequenos também é observado maior ocorrência de comprometimento neurológico
devido a infecção, tais como meningoencefalites e convulsões, além de
comprometimento cardíaco.
Essa doença, apesar de ter menor taxa de letalidade se
comparada à Dengue, tem possibilidade de evolução para fase sub aguda (10 a 90
dias de sintomas) e até mesmo crônica (90 dias até 3 a 5 anos – essa mais comum
em mulheres adultas).
Já a Dengue na criança pode ser assintomática ou
apresentar-se como uma síndrome febril clássica viral, ou com sinais e sintomas
inespecíficos: fraqueza, sonolência, recusa da alimentação e de líquidos,
vômitos, diarreia ou fezes amolecidas.
Nos menores de dois anos de idade – especialmente em
menores de seis meses – sintomas como cefaleia, dor retro-orbitária, mialgias e
artralgias (dor muscular e dor articular) podem manifestar-se por choro
persistente, fraqueza e irritabilidade, geralmente com ausência de
manifestações respiratórias, podendo ser confundidos com outros quadros
infecciosos febris, próprios da faixa etária.
“Na criança, o início da doença pode passar despercebido e
o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica. O
agravamento, em geral, é súbito, diferente do que ocorre no adulto, que é
gradual, em que os sinais de alarme são mais facilmente detectados. Assim como
para Chikungunya, a gravidade e letalidade da Dengue são maiores em crianças,
pois pode causar hipotensão e manifestações hemorrágicas”, explica o
infectologista.
Chikungunya
X Dengue
A Chikungunya é uma doença
infecciosa febril, causada por vírus e pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os sintomas frequentes são a febre de início
súbito maior de 38,5°C; as dores intensas e inchaços nas articulações com
início agudo, sem outra causa definida e lesões na pele.
O paciente com esses
sintomas e que reside ou viajou para áreas endêmicas ou epidêmicas, até 2
semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com
caso confirmado estará sob suspeita para este diagnóstico.
Indivíduos com Dengue,
doença infecciosa também transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti, apresentam febre aguda, com até 7 dias de duração e pelo
menos outros dois sintomas como cefaleia, dor retro orbitária, mialgia,
artralgia, prostração ou exantema, com ou sem sangramentos ou hemorragias
Crianças provenientes ou
residentes em área endêmica com quadro febril, sem sinais de localização ou na
ausência de sintomas respiratórios também podem ser consideradas como caso
suspeito.
Confirmação
laboratorial
Existem atualmente dois exames específicos que confirmam a
suspeita de Chikungunya. São eles a
sorologia convencional e o PCR, que identifica o material genético do vírus.
Para casos de Dengue, além da sorologia é possível fazer o
teste rápido que identifica o antígeno NS1, indicando presença da doença no
organismo.
Estes exames não estão disponíveis em todos os
prontos-socorros do Sistema Único de Saúde (SUS) e para demais hospitais não
são cobertos pelo convênio para o atendimento em PS, apenas sob internação do
paciente ou particular.
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