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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Dia de Combate ao Alcoolismo: 7 razões para a mulher evitar o álcool

Até 2030, o número de mulheres dependentes do álcool deverá ser igual ao dos homens

 

O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, datado no dia 18 de fevereiro, ressalta os perigos do consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Geralmente associada aos homens, a doença passou a ser motivo de alerta para as mulheres. 

O último levantamento do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), plataforma do Ministério da Saúde, mostra que, de 2010 a 2018, o índice de mulheres de 18 a 24 anos que bebem além do recomendado cresceu de 14,9% para 18%. Já na Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), as adolescentes que consomem álcool subiram de 55% para 67,4% no período de 7 anos. Na faixa etária dos 35 aos 44 anos, esse índice passou de 10,9% para 14%. 

Antes deste período, segundo o IBGE, os homens faziam uso abusivo do álcool sete vezes mais do que as mulheres. Atualmente, a prevalência entre os sexos é cada vez mais semelhante. Entre as que bebem, uma em cada quatro mulheres fazem consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sendo que 2% desenvolve algum grau de dependência. De acordo com o Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), até 2030, o número de mulheres dependentes do álcool deverá ser igual ao dos homens. 

Diante deste cenário, especialistas elencaram 7 razões para a mulher evitar o consumo desenfreado da bebida alcoólica:

 

Maior sensibilidade aos efeitos do álcool

Segundo Claudia Chang, pós-doutora em endocrinologia e metabologia pela USP, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e coordenadora e professora da pós-graduação em Endocrinologia do Instituto Superior de Medicina (ISMD); um dos grandes problemas é o metabolismo do álcool. 

“Biologicamente, as mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool, pois apresentam menor concentração de enzimas que fazem a metabolização do álcool, têm maior proporção de gordura corporal e menor quantidade de água. Sendo assim, o organismo atrasa a absorção do álcool pelas células, fazendo com que ele permaneça por mais tempo na corrente sanguínea (a chamada biodisponibilidade do álcool). Consequentemente, os órgãos ficam mais tempo expostos aos seus efeitos nocivos”.

 

Diminuição da fertilidade

Segundo estudo multicêntrico divulgado pelo National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism (NIAAA), no período ovulatório, o consumo alto de álcool está associado a menores taxas de concepção. Normalmente, a chance de engravidar espontaneamente em um ciclo é de 25%. Caso a mulher consuma álcool moderadamente, essa chance cai para 20% e, se alto, a redução é quase pela metade, chegando a 11%. 

“O álcool pode afetar a concentração de hormônios endógenos, prejudicando a ovulação e a receptividade do endométrio, o que diminui as chances de fixação do embrião e, portanto, da gravidez”, afirma Carlos Moraes, ginecologista e obstetra pela Santa Casa/SP, membro da FEBRASGO e especialista em Perinatologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, e em Infertilidade e Ultrassom em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.

 

Câncer de mama

Segundo a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o risco de desenvolver o câncer de mama aumenta de 7% a 10% a cada dose de álcool consumida diariamente – uma dose padrão de álcool equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 350 ml (uma lata) de cerveja, 150 ml (uma taça) de vinho ou 45 ml (shot) de destilado.

 

Doenças cardiovasculares

De acordo com o NIAAA, tomar dois ou três drinques por dia aumenta o risco de hipertensão arterial e 40% a probabilidade de derrame cerebral hemorrágico, além de duplicar o risco de hipertensão arterial. 

“Embora alguns estudos demonstrem potenciais benefícios cardiovasculares relacionados ao uso moderado do vinho tinto, é importante ressaltar que, para mulheres que bebem em excesso, os prejuízos se sobressaem aos benefícios. O consumo regular pode contribuir para quadros de obesidade e suas consequências metabólicas”, alerta Claudia Chang.

 

Doenças do fígado

O fígado é um dos principais órgãos afetados, uma vez que ele armazena o glicogênio (a nossa reserva de glicose, que oferece energia aos animais, inclusive o humano) e o libera aos poucos para a corrente sanguínea. No estudo do NIAAA, foi constatado que as mulheres têm mais risco de desenvolver doenças hepáticas do que os homens. No caso da cirrose, o risco é três vezes maior.

 

Comprometimento cognitivo

Pelo fato de atuar no sistema nervoso central, é comum o álcool afetar a capacidade cognitiva. Entre as drogas psicoativas ou psicotrópicas, ele é classificado como um depressor. 

“Ao longo do tempo, o abuso do álcool pode causar cansaço físico e dificuldade de raciocínio. Confusão mental e até alucinações podem ocorrer em casos mais graves”, pontua Monica Machado, psicóloga, fundadora da Clínica Ame.C e pós-graduada em Psicanálise e Saúde Mental pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein.

 

Prejuízos à saúde mental

Segundo pesquisas do Programa Saúde Mental da Mulher (ProMulher), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, um dos principais perfis de mulher que abusa do álcool são aquelas em fase de transição do período reprodutivo para o não-reprodutivo (climatério). “Elas costumam beber isoladamente e com frequência, como forma de enfrentamento das alterações hormonais, psicológicas e comportamentais”, explica o ginecologista Carlos Moraes. 

Segundo Monica Machado, ainda que lícita, o álcool não deixa de ser uma droga. “Quando a mulher bebe, se sente relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava transtornos mentais, gerando um ciclo perigoso”. 

De fato: 30% a 40% das mulheres com depressão usam o álcool como válvula de escape; e 15% a 20% das mulheres com bulimia e anorexia fazem uso abusivo do álcool. Além disso, a bebida aumenta quatro vezes o pensamento suicida em mulheres com transtornos.

 

Tratamento e acolhimento

Parar de beber é a única forma de se livrar do alcoolismo, algo que não é fácil e pode até exigir internação. “A falta de bebida alcoólica pode causar a síndrome de abstinência, quando a concentração de álcool no sangue diminui e costuma gerar irritabilidade, ansiedade, taquicardia e suor em excesso. Em casos extremos, pode provocar convulsões e até levar a óbito”, diz Claudia Chang. 

Daí a importância de buscar ajuda especializada. “O apoio de amigos e familiares é fundamental para a recuperação do alcoolismo, mas não é todo mundo que consegue ter estrutura emocional para lidar com a situação. Alguns vínculos afetivos, inclusive, podem se romper ou ficarem abalados em face deste problema”, avalia a psicóloga.

Para a mulher, uma das opções é buscar apoio na Associação Alcoolismo Feminino (AAF), uma organização formada por grupos terapêuticos que tratam as principais especificidades do alcoolismo entre mulheres.


 

Confira os 6 principais conselhos para uma coluna saudável em 2023

Médico elenca atitudes essenciais e que devem ser empregadas para que este seja um ano sem dor

 

Após três anos desde que a Organização Mundial de Saúde decretou uma pandemia, muitas pessoas foram obrigadas a mudar suas rotinas de trabalho, estudos e lazer, adiando consultas e evitando hospitais. Mesmo agora, onde vivemos uma situação de mais normalidade, o estresse natural que a situação provocou, somado a postura incorreta, falta de atividade física, problemas genéticos ou outros motivos, a dor na região das costas continua sendo bastante comum na população em geral.

Para o Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês: “Há um conjunto de fatores que levam as pessoas a buscarem um diagnóstico de suas dores nos consultórios: ergonomia incorreta para adaptação do trabalho em casa, estresse, falta de alongamento, falta de atividade física e excesso de tempo gasto em aparelhos eletrônicos", observa.

Segundo o médico, o início de mais um ano deve servir como incentivo para que as pessoas busquem ajuda médica. Para que 2023 comece mais leve e sem dor, é importante mudar hábitos desde já. "Durante o fim de ano, muitos pacientes adiam suas visitas médicas usando como desculpa o recesso do período. Agora, vale reforçar que 2023 já começou e que a busca por uma coluna saudável deve ser uma prioridade este ano", comenta o cirurgião.

A seguir, o Dr. André Evaristo oferece seis conselhos para que a sua coluna vertebral não seja um problema. Confira abaixo:


Acompanhamento médico: o diagnóstico precoce de uma eventual patologia na coluna pode fazer toda a diferença no seu tratamento. Procure ajuda especializada se tiver muito incômodo na região durante alguns dias.


Atividade física para fortalecimento muscular: além de benefícios para todo  corpo, a realização de exercícios ajuda a fortalecer os músculos do abdômen e costas, importantes para amparar a coluna em sua atividade de suportar o peso de toda nossa estrutura corporal.


Cuide de suas emoções e autoestima: muitas vezes, o profissional de coluna, ao avaliar um paciente, pode indicar um tratamento multidisciplinar com psicólogos ou psicanalistas, para abranger a autoestima da pessoa, pois a doença também pode desencadear muita tristeza, entre outros fatores emocionais.


Procure se alimentar de forma saudável: a alimentação interfere na saúde da coluna, visto que um corpo bem hidratado e com todos os nutrientes de que precisa reflete em uma coluna mais forte, capaz de sustentar a pessoa nas atividades desempenhadas durante o dia a dia.


Corrija sua postura: sem dúvida esta é a dica mais simples e fácil de se aplicar. Evite sentar-se sem apoio nas costas, ficar muito tempo com a cabeça baixa, abaixar somente o dorso para pegar objetos pesados no chão, sem flexão das pernas.


Ergonomia na hora do trabalho: aqueles que trabalham em escritório ou home office, as dicas são: o monitor do computador deve ficar na altura dos olhos, pés devem tocar totalmente o chão, cadeira com altura que deixe os cotovelos em um ângulo de 90º com a mesa (colar a base da coluna no encosto), ao sentar, os joelhos devem ficar a 90º do chão, a cada 50 minutos trabalhados, fazer 10 minutos de descanso, utilizar headphone caso tenha que ficar com as mãos livres durante uma call.

Vale lembrar que a dor nas costas nem sempre é tratada com procedimentos cirúrgicos, é necessário a realização de uma consulta, fazer a avaliação do caso e dar andamento ao tratamento de acordo com a necessidade que cada um apresentar.  "Por fim, deixo uma dica extra: ao usar o celular evite curvar-se muito. Procure mantê-lo na direção dos olhos, pois isso diminui a angulação e o peso do pescoço na coluna cervical. Com as dicas acima tenho certeza de que sua coluna estará em débito com você em 2023", finaliza o Dr. André Evaristo.

 

Dr. André Evaristo Marcondes – Ortopedista Especializado em Coluna – Mestre em Saúde Pública Global pela University of Limerick (Irlanda), possui especialização em Cirurgia de Coluna, em Ortopedia e Traumatologia, e graduação em Medicina pela Universidade de Marília. Preceptor do Grupo de Coluna do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC. É membro da North American Spine Society (NASS), Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e, atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e Grupo C.O.T.C. Centro de Ortopedia, Traumatologia e Coluna. Instagram: @dr.andrecoluna | dicasdrcoluna.com.br

 


Carnaval com saúde e segurança: como evitar riscos durante as festas

Especialista aponta as melhores formas de cuidar da saúde durante a época mais festiva do ano


Com o Carnaval se aproximando, é importante que as pessoas estejam cientes dos cuidados com a saúde durante os dias de folia. De blocos a desfiles, é fácil se deixar levar pelo clima de descontração, mas é crucial manter hábitos saudáveis para evitar doenças e problemas de saúde. 

O consumo excessivo de álcool é uma das principais preocupações durante essa época. Além de prejudicar a saúde, ele também pode colocar a sua segurança e dos demais em risco por conta de exageros. 

Segundo o Dr. Érico Oliveira, clínico geral do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, a recomendação é que os festeiros não bebam, mas caso aconteça, que seja com moderação, mantendo-se hidratado, alternando com água e outras bebidas não alcoólicas, além de alimentar-se corretamente. 

“É fundamental cuidar da alimentação durante o Carnaval. As festividades envolvem frequentemente comidas gordurosas e pouco nutritivas, mas é preciso incluir frutas, verduras e proteínas na dieta para manter a saúde. Também é imprescindível beber muita água para manter o corpo hidratado e evitar desidratação, especialmente em ambientes quentes e agitados”, completa. 

A violência relacionada ao consumo de álcool é um problema recorrente nas folias. Muitas pessoas exageram na bebida e acabam se tornando violentas, causando transtornos e até mesmo ferimentos aos demais. 

“Busque ajuda das autoridades do local para evitar um cenário de risco. Não tente lidar com a situação sozinho, pois pode ser perigoso tanto para você quanto para outras pessoas. É fundamental lembrar que a segurança de todos deve ser prioridade e que é possível aproveitar o Carnaval sem prejudicar a si mesmo e aos outros.” 

Dr. Érico Oliveira enfatiza a importância de proteger-se contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). “Use preservativos em todas as relações sexuais. Converse com parceiros sobre o uso de proteção mais adequado para vocês, se é camisinha feminina ou masculina. Não compartilhe seringas e siga as recomendações de profissionais da saúde. Além disso, é importante fazer check-ups regulares para que possa detectar precocemente qualquer infecção e iniciar o tratamento imediatamente, caso necessário”, esclarece Dr. Oliveira. 

A aproximação física e o compartilhamento de bebidas entre os foliões podem, da mesma forma, aumentar o risco de contrair a doença do beijo, conhecida como mononucleose infecciosa. 

“Evite compartilhar objetos de uso bucal ou pessoal, como copos e talheres, pratique boa higiene oral e lave as mãos regularmente. Em caso de sintomas, como febre, mal-estar, dores de cabeça e de garganta e fadiga procure atendimento médico imediatamente para evitar a disseminação da doença", reforça o médico.


Sua pele também merece cuidados 

A exposição prolongada ao sol pode causar danos à pele, como queimaduras solares, envelhecimento precoce e até mesmo aumentar o risco de doenças de pele, por isso, o médico destaca a importância do uso do protetor solar de amplo espectro e a sua reaplicação ao longo do dia. 

Quando se trata de aplicar glitters e tintas na pele, Dr. Érico salienta ser indispensável escolher produtos de qualidade, verificar a sua validade e testá-los antes de aplicá-los no corpo, pois alguns podem conter substâncias alergênicas e irritantes. “Evite aplicar esses produtos na área dos olhos e da boca, e lave bem a pele após o uso. Busque sempre por produtos testados dermatologicamente e oftalmologicamente. Esses cuidados básicos garantirão maior tranquilidade durante as festas”, explica. 

Por fim, é importante, também, levar em consideração os calçados para garantir conforto e segurança durante a folia. “Escolher sapatos confortáveis, que não machuquem os pés, é essencial para evitar lesões e desconfortos. Também é recomendável levar calçados extras para alternar durante o dia”, afirma. 

Outro aspecto relevante é o cuidado ao utilizar banheiros químicos. Dr. Érico Oliveira recomenda sempre tomar medidas de higiene pessoal, como lavar as mãos com água e sabão antes e depois do uso, e evitar o contato com superfícies contaminadas, sempre lembrando de estar de tênis ou sandálias na cabine. 

Em resumo, seguir as recomendações de cuidado com a saúde durante o Carnaval é sempre a melhor opção para garantir uma folia saudável e segura para todos. 



Hospital Alemão Oswaldo Cruz
www.hospitaloswaldocruz.org.br/


Saúde reprodutiva e redes sociais: separando o joio do trigo

O Google e as mídias sociais são frequentemente utilizados como fonte de informação médica pela população e o número de pessoas que buscam se informar por esses canais vem aumentando significativamente. O Relatório Digital 2022 revelou que 58% da população mundial usa alguma mídia social, refletindo mudanças socioculturais que podem ter sido aceleradas pela pandemia. Na América do Sul, 67% da população usa alguma mídia social, sendo que no Brasil há cerca de 170 milhões de usuários, a maioria mulheres. A liberdade de postar sobre praticamente qualquer assunto é uma das principais vantagens das redes socias, mas também seu calcanhar de Aquiles.

A saúde é um dos principais temas buscados por 80% dos internautas e quase a metade procura informações sobre um determinado médico ou profissional de saúde. O papel das mídias sociais no cuidado à saúde também vem aumentado e as pessoas usam Instagram e Facebook, por exemplo, para buscar informações sobre como lidar com sua saúde ou de seus familiares e amigos, assim como postam sobre suas experiências de saúde/doença de pessoas próximas.

Buscar apoio emocional e escolher os profissionais que vão cuidar da sua saúde são outros motivos para usar as mídias sociais, que constituem veículo importante para educar e promover a saúde em vista do seu alcance e aceitabilidade. Infelizmente, a qualidade da informação médica disponível on-line para o público leigo muitas vezes é sofrível e pouco confiável. 

A infertilidade conjugal afeta 10% dos casais do mundo e estudos recentes revelam que a internet e as mídias sociais são fonte frequente de pesquisas sobre o assunto. Há perfis leigos, de profissionais de saúde e organizações médicas sobre o diagnóstico e os diversos tratamentos oferecidos. Conhecer as necessidades daqueles que buscam orientação on-line pode ajudar no desenvolvimento de ferramentas educativas e a melhorar o cuidado destas pessoas.

Recentemente, fizemos um estudo para conhecer como as informações relacionadas à infertilidade eram compartilhadas no Instagram no Brasil por meio de hashtag; análise de conteúdo das postagens de acordo com o tipo de autor (profissional de saúde X leigos); e identificação dos temas que prevaleciam nessas interações. Os resultados revelaram que embora haja um relativo equilíbrio entre a quantidade de postagens dos profissionais de saúde (PS) e leigos (LG), o conteúdo é diferente: os PS concentram-se na educação e usam hashtags mais técnicas, ao passo que as conversas dos LG se concentram nos aspectos emocionais.  As emoções, aliás, parecem despertar o interesse e engajamento daqueles que se interessam por sua saúde reprodutiva.

Nos Estados Unidos, o interesse pelas mídias sociais e infertilidade também é grande. Um estudo americano recente avaliou o conteúdo postado no Instagram e TikTok relacionados à saúde masculina, incluindo infertilidade. Os autores concluíram que embora os temas tenham muito engajamento do público, a acurácia científica do conteúdo era ruim, e os profissionais de saúde e organizações médicas tinha pequena participação. Na realidade, muitas das informações médicas encontradas nas redes sociais carece de fundamentação científica, é incompleta  ou carrega algum conflito de interesse comercial. Dessa forma, a participação de profissionais de saúde com postagens educativas e que forneçam o apoio e informação que os pacientes procuram nestas mídias é de fundamental importância.

O Instagram, assim como outras mídias, e o próprio Google apresentam uma oportunidade única para educação e apoio ao paciente no campo da medicina reprodutiva. É preciso ressaltar, entretanto, que como as informações disponíveis nessas plataformas podem impactar a decisão de uma pessoa sobre como lidar com sua saúde reprodutiva, como por exemplo, adiar a maternidade ou utilizar uma determinada medicação, certificar-se de que esse material é confiável é de extrema importância. Portanto, as pessoas devem estar cientes de que devido à grande quantidade de informações postadas por praticamente qualquer pessoa, o conteúdo deve ser questionado já que a maioria das postagens não passa por verificação adequada nem qualquer tipo de validação científica.

Dessa forma, buscar referenciamento nos perfis de profissionais e organizações médicas, assim como a orientação de seu médico ou um especialista no assunto, ainda são medidas recomendáveis. Apesar de todos os avanços e disseminação de informações, ainda não é possível substituir uma avaliação médica especializada por uma live ou vídeo na rede social.



Márcia Mendonça Carneiro - Professora Titular do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da UFMG e diretora Científica da clínica Origen BH.

 

Quatro mitos e verdades sobre a fertilidade masculina e feminina

Após 12 meses de tentativas de gravidez, sem sucesso, o casal é considerado infértil; para mulheres com mais de 35 anos, esse prazo é de 6 meses 

A fertilidade é um tema que desperta muitas dúvidas em homens e mulheres, principalmente naqueles que decidem esperar mais tempo antes de engravidar. Há muitas informações disponíveis sobre o tema, porém nem sempre elas são confiáveis - o que acaba preocupando ainda mais as famílias. 

A infertilidade ocorre em igual proporção entre homens e mulheres. Segundo estudos, em torno de 40% das causas estão do lado das mulheres; outros 40% estão ocorrem por origens masculinas e 10% são um fator misto. Os 10% restantes correspondem a fatores desconhecidos, sem causas aparentes. 

Dra. Anaísa Dantas, ginecologista, obstetra e membro da AMCR (Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil), explica que após 12 meses de tentativas de gravidez, sem sucesso, o casal é considerado infértil. Para mulheres com mais de 35 anos, esse prazo é de 6 meses. “Quando isso ocorre, é preciso investigar as causas. Porém, conhecer alguns mitos e verdades sobre o tema pode facilitar a vida do casal”, diz a especialista. 

A médica listou quatro mitos e verdades sobre a fertilidade, que seguem abaixo.

 

1 - A obesidade dificulta a fertilidade

Verdade 

Estudos mostram que mulheres obesas ovulam menos pois, no tecido gorduroso, produzimos hormônios que interferem no ambiente ovariano. Além disso, o corpo de uma pessoa obesa produz enzimas que levam à uma interferência negativa no processo de ovulação. “Sem falar que a obesidade também traz riscos à gestação em si, elevando as possibilidades de aborto”, diz Dra. Anaísa.

 

2 - Hábitos de vida podem influenciar negativamente a fertilidade

Verdade 

Entre os hábitos que podem trazer problemas à fertilidade, o primeiro deles é o álcool em excesso. “Ele contém muitas substâncias com ação oxidante, agindo nas células em nível ovariano. Além disso, atinge em excesso o fígado, órgão com importante participação na produção dos hormônios e na qualidade da ovulação”, salientou a médica. Ela menciona também o tabagismo (que aumenta em 60% chances de a mulher se tornar infértil e promove o envelhecimento precoce das células do ovário), a má alimentação e o sedentarismo.

 

3 - Uso de anticoncepcional prolongado prejudica a gravidez

Mito

Conforme Dra. Anaísa esclarece, é o contrário: em algumas situações, é necessário aderir ao anticoncepcional oral para equilibrar a função ovariana, como em casos de pacientes com ovários polimicrocísticos. A especialista diz que é como reiniciar o computador, fazendo com que o corpo ovule melhor depois do medicamento.

 

4 - Pílula do dia seguinte faz mal

Verdade

A pílula do dia seguinte é uma contracepção de emergência e não deve ser tomada com frequência, de acordo com Dra. Anaísa. “Essa pílula equivale à metade da cartela do anticoncepcional tradicional. Ela contém altas doses de hormônios, e por isso seu uso prolongado pode trazer repercussões como tromboses, acidentes vasculares cerebral, câncer de mama e de endométrio, entre outros problemas”.

 

AMCR -- Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil

amcrbrasil.org/#!/quem

 

Dicas para você envelhecer com mais saúde e disposição

Sabemos que não se trata apenas de viver mais, mas de viver com saúde e felicidade por mais tempo. Para isso, é importante ter um estilo de vida saudável e fazer escolhas alimentares inteligentes. Também é crucial manter a mente ativa, buscando sempre aprender coisas novas e enfrentar os desafios da vida com otimismo. Por meio de hábitos saudáveis e uma perspectiva mais positiva, podemos garantir que nossa vida seja bem aproveitada e repleta de satisfações. 

Você está cada vez mais sem energia, fadiga persistente, dificuldade em emagrecer, preguiça, irritabilidade, depressão, cabelo caindo excessivamente, falta de autoestima e aborrecido com tudo? A simples mudança de hábitos e estilo de vida podem mudar esse quadro e proporcionar um cenário muito mais favorável para o futuro. 

O médico especialista em medicina laboratorial, pós graduado em Nutrologia, o Dr. Roberto Franco do Amaral cita dicas valiosas para viver e envelhecer com muito mais saúde e disposição, confira:
 

Cuidado com o que você come e bebe

Parece óbvio, mas é importante ressaltar que ter uma alimentação equilibrada é fundamental para uma boa saúde, energia e prevenção de doenças. 

Uma dieta ideal deve ser equilibrada em proteína, carboidratos e gorduras. Boa fontes de carboidratos são as frutas e vegetais, tubérculos e grãos integrais; já de proteínas e gorduras, temos os ovos, frango, carne de vaca, porco, peixes, laticínios de preferência naturais e a proteína do soro do leite ( whey proteín). 

Não esqueça de beber a quantidade suficiente de água para evitar desidratação, que pode fazer você se sentir cansado e confuso. 

Se você consome bebidas alcoólicas, mantenha pelo menos 2 ou mais dias por semana sem álcool para o fígado e todo o organismo se recuperar dos efeitos tóxicos do álcool e não exceda os limites recomendados para o consumo de álcool. Que é 30g por dia de acordo com indicação da Organização Mundial de Saúde.
 

Noites bem-dormidas são sinônimos de saúde e bem-estar

Roberto Franco do Amaral explica que é durante o sono que o organismo exerce as principais funções restauradoras do corpo, como o reparo dos tecidos, o crescimento muscular e a síntese de proteínas. Durante este momento, é possível repor energias e regular o metabolismo, fatores essenciais para manter corpo e mente saudáveis.
 

Hábitos para adotar que irão te ajudar a dormir melhor:

• Crie um ambiente propício ao sono. Mantenha o quarto escuro e silencioso e tenha uma cama o mais confortável possível.


• Tente finalizar o seu dia algumas horas antes de ir dormir, após encerrar as atividades procure relaxa 1 ou 2 horas antes de se deitar. Evite dormir com a mente agitada.


• Evite alimentos estimulantes ou pesados antes de dormir. Canela, café, pimenta, carboidratos e açúcares irão prejudicar o seu sono.


• Evite atividades estimulantes próximas à hora de dormir. Não realize exercícios muito intensos e nem fique muito tempo ao celular ou televisão.


• Mantenha um horário regular para ir dormir e para se levantar. Criar uma rotina auxilia uma boa noite de sono e garante a quantidade de horas necessária de descanso.


• Evite vícios, como o cigarro e o álcool. As substâncias podem prejudicar seu sono.


• Evite cochilos muito longos durante o dia, eles podem interferir em seu sono da noite.

Mantenha-se ativo

Não é novidade que o exercício físico diário ajuda você a se manter forte e saudável. Isso reduzirá o risco de obesidade, doenças cardíacas, derrame, diabetes e até câncer. Se isso não bastasse, manter-se ativo pode aumentar sua autoestima, melhorar seu sono e lhe dar mais energia. 

“Outra dica de ouro, é mesclar as atividades físicas aeróbicas com exercícios físicos que trabalham a força, como musculação, por exemplo. Isso irá aumentar a resistência física, a força dos ossos, previne doenças cardíacas, diabetes, artrite, pressão alta, derrames e obesidade.” indica o médico Dr. Roberto Franco do Amaral. 

Não praticar exercícios físicos regularmente pode trazer uma série de consequências negativas a longo prazo, para o organismo, corpo e qualidade de vida. Esses efeitos são acumulativos e podem gerar doenças crônicas e condições de intensidades variadas. 

Algumas das possíveis consequências de não praticar exercícios físicos:


• Sedentarismo;

• Obesidade;

• Alterações posturais;

• Problemas circulatórios;

• Desequilíbrios hormonais;

• Problemas ósseos;

• Dores musculares;

• Intensificação do estresse.
 

Vantagens de praticar exercícios físicos regularmente:


• Melhora a circulação sanguínea;

• Otimiza a respiração;

• Diminui o estresse;

• Reduz o peso;

• Previne ou trata problemas endocrinológicos;

• Ajuda a deixar a pele e os cabelos mais bonitos;

• Proporciona mais energia e aumenta a produtividade;

• Melhora a qualidade e os padrões do sono;

• Reduz dores articulares e musculares;

• Ajuda na digestão e no bom funcionamento do intestino;

• Melhora a imunidade. 

“Investir em cuidados preventivos e em um estilo de vida saudável são as melhores maneiras de garantir uma vida melhor e uma velhice ativa e plena.” Finaliza o Dr. Roberto Franco do Amaral. 

 

Roberto Franco do Amaral - Diretor Médico da Clínica Franco do Amaral Médico clínico geral. Graduação em Medicina pela Universidade Severino Sombra. Residência Médica em Patologia Clínica -- Medicina Laboratorial na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) com 1 ano de clínica médica no Hospital do Servido Público Estadual de São Paulo (HSPE -- IAMSPE). Título de Especialista em Patologia Clínica.


Carnaval: especialista alerta para doenças transmissíveis pelo beijo

Gabriell Bonifacio Borgato, professor de Odontologia do Ceunsp, orienta cuidados e atenção com a higiene bucal durante o período de folia

 

Carnaval se aproximando e neste período é comum que os foliões troquem inúmeros beijos na boca, assim como não dão a devida atenção a higiene bucal.  

Mas o que muitos não imaginam é que todo cuidado é pouco, e que devem se atentar aos contatos bucais e ter cautela nesta época.  

Gabriell Bonifacio Borgato, professor de Odontologia do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), alerta para as pessoas ficarem atentas ao aparecimento de feridas na região dos lábios e dentro da boca, principalmente nessa época de diversos contatos simultâneos. “O beijo na boca pode ser uma via de transmissão de inúmeras doenças infecciosas, principalmente se o indivíduo estiver com algum machucado nessa região”.  

Borgato ressalta ainda que patógenos como vírus, bactérias e fungos podem ser transmitidos durante o beijo, mas os mais comuns são:  


1. Mononucleose (doença do beijo): um vírus transmitido pela saliva, que pode causar mal-estar, febre, dores de cabeça e garganta, e placas brancas na garganta. Não há prevenção para esta doença, e o tratamento se baseia no controle dos sintomas. 


2. Herpes labial: outro vírus que pode ser transmitido pelo contato durante o beijo. A manifestação mais comum é a de feridas nos lábios pós o aparecimento de pequenas bolhas, e que regridem e cicatrizam em alguns dias. Sua infecção inicial em quem nunca teve contato com o vírus pode causar alterações sistêmicas, como dor de cabeça, febre, mal-estar e feridas na cavidade oral. 


3. Sífilis: infecção bacteriana mais conhecida por ser uma IST (infecção sexualmente transmissível), porém também capaz de ser transmitida pelo beijo. A infecção ocorre através de pequenas feridas na boca, e o curso da doença causa manifestações sistêmicas que podem levar à morte! O tratamento consiste no uso de antibiótico. 

Dr. Gabriell explica também que no carnaval é comum que as pessoas percam muita água por conta do calor excessivo e maior movimentação do corpo nos blocos. Portanto, é importante estar atento à hidratação constante, além de maneirar no consumo de álcool, que também promove a desidratação do nosso corpo.  

“Ao perder água, nossa salivação é reduzida, o que contribui para doença, cárie e inflamações na gengiva. Além disso, devemos estar atentos à exposição do sol e sempre usar filtro solar, uma vez que a região dos lábios está mais exposta ao câncer de pele”, reforça. 

As dicas para ter sucesso bucal nessa época, de acordo com o Dentista, é em casos de viagens, se programar para não esquecer nenhum dos itens de higiene oral, como a escova de dente, creme e fio dental. E lembrar de escovar os dentes sempre após as refeições, e caso não seja possível, ao menos ao acordar e antes de dormir. 
 

Por fim, o professor de Odontologia do Ceunsp, reforça: “devemos então nos lembrar de manter a hidratação constante com água, e evitar o consumo exagerado de álcool e bebidas como refrigerantes, que além do excesso de açúcar também são ácidas, facilitando a manifestação da doença da cárie. Quanto as infecções transmitidas pelo beijo, a conscientização é a melhor prevenção”. 

 

Ceunsp
www.ceunsp.edu.br

 

Dia internacional da epilepsia: 4 novos tratamentos que prometem melhorar a vida do paciente

Neurocirurgião explica sobre as alternativas mais modernas para o controle da doença


ROCHESTER, Minnesota —  A epilepsia é um distúrbio neurológico no qual as atividades cerebrais se tornam anormais, causando convulsões ou períodos de comportamento e sensações incomuns e, ocasionalmente, perda de consciência. Qualquer pessoa pode desenvolver epilepsia e a doença afeta homens e mulheres de todas as raças, etnias e idades.  Estima-se que cerca de 3 milhões de brasileiros sofram com a doença, de acordo com a Liga Brasileira de Epilepsia. 

No Brasil  a maioria dos pacientes utiliza apenas a medicação como forma de tratamento, entretanto mesmo com uma evolução dos  medicamentos para epilepsia, o seu uso pode ocasionar efeitos colaterais significativos  e também podem se mostrar ineficazes a depender da área do cérebro afetada. 

Uma outra  opção comumente utilizada  é uma cirurgia que consiste em remover a parte do cérebro que causa as convulsões,  essa alternativa é escolhida sobretudo em casos quando a epilepsia é desenvolvida mais tarde na vida adulta em um local do cérebro no qual os remédios não fazem efeito . Nesses casos a cirurgia apresenta resultados bastante satisfatórios podendo melhorar 80 % dos casos , entretanto alguns efeitos como fortes dores de cabeça podem acontecer além de ser uma alternativa mais invasiva . 

Entretanto nos últimos anos as pesquisas em relação à doença evoluíram muito e já em muitos países utilizam-se novos tratamentos mais modernos e menos invasivos que podem ajudar um paciente a controlar a doença.

O neurocirurgião  Dr. Jamie Van Gompel, da Mayo Clinic, descreve as opções mais recentes de tratamento para além do uso da medicação e da cirurgia . “Os medicamentos para epilepsia melhoraram e continuam sendo a forma mais comum de tratá-la. O tratamento com medicamentos ou, ocasionalmente, a cirurgia pode controlar as convulsões para a maioria das pessoas com epilepsia porem a variedade de possibilidades de tratamento é muito maior agora”, diz o Dr. Van Gompel. 

Confira abaixo 4 tratamentos que já estão sendo utilizados nos Estados Unidos que prometem diminuir os efeitos da doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. 


  1. Estimulação cerebral profunda. É um tratamento feito por meio do uso de um dispositivo colocado permanentemente dentro do cérebro. Esse dispositivo libera sinais elétricos programados regularmente que interrompem a atividade indutora das convulsões. Esse procedimento é orientado por ressonância magnética. O gerador que envia o sinal elétrico é implantado no tórax.

 

  1. Neuroestimulação responsiva. Esses dispositivos implantáveis parecidos com marcapassos podem ajudar a reduzir significativamente a frequência da ocorrência das convulsões. Os dispositivos de estimulação responsiva analisam padrões de atividade cerebral para detectar convulsões logo no início e liberam uma carga elétrica ou um medicamento que interrompe a convulsão antes que ela provoque algum comprometimento. Pesquisas mostram que essa terapia tem menos efeitos colaterais e pode aliviar as convulsões a longo prazo. O dispositivo é colocado no crânio. 

 

  1. Terapia térmica intersticial a laser (LITT). Essa opção é menos invasiva do que a cirurgia ressectiva. A terapia usa um laser para identificar e destruir uma pequena porção de tecido cerebral. Uma ressonância magnética é usada para orientar o laser.

 

  1. Cirurgia minimamente invasiva. Novas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como o ultrassom focalizado guiado por ressonância magnética, se mostram promissoras para tratar convulsões com menos riscos do que a tradicional cirurgia cerebral aberta para a epilepsia.

“Conviver com a epilepsia pode gerar prejuízos na qualidade de vida de um paciente , prejuízos estes que podem afetar tanto sua vida pessoal quanto profissional. As convulsões geralmente produzem uma sensação de eterna insegurança. Estes tratamentos têm um efeito muito positivo, visto que antes que cheguem a etapa de descontrole da doença eles  entregam uma nova sensação de esperança. Vemos pacientes que utilizaram estes tratamentos e tiveram mudanças importantes em seu cotidiano,” completa  Dr. Van Gompel

O neurocirurgião alerta que a epilepsia é uma doença muito diversa. Cada paciente tem uma relação muito distinta com as convulsões, alguns pacientes podem durante as convulsões chegar ao risco de óbito pela falta de atividade respiratória, por isso ele ressalta que as pessoas com epilepsia devem consultar seu médico ou neurologista para encontrar o tratamento adequado e não hesitar em procurar uma segunda opinião em um centro de epilepsia, especialmente se tiverem efeitos colaterais relacionados à medicação ou continuarem a ter convulsões. “Os tratamentos para epilepsia estão mudando tão rapidamente que pode haver algo novo que possa ajudar.” 

As pesquisas na área continuam a se concentrar na prevenção ou predição (também conhecida como previsão de convulsões) e no tratamento das convulsões.“Acredito que nas próximas décadas, teremos entendimento suficiente da estimulação cerebral para talvez nunca mais removermos o tecido cerebral. Talvez possamos tratar o cérebro com comportamento indevido com eletricidade ou algum outro tratamento. Talvez possamos usar a aplicação de medicamento diretamente na área que a reabilite para torná-la funcional novamente. É isso que esperamos.”

 

Mayo Clinic 



A saúde do seu coração depende do intestino. Entenda a relação

O intestino é conhecido como o "segundo cérebro", pois produz muitos dos mesmos neurotransmissores, substâncias responsáveis pelo contato entre nervos e tecidos. Esta interligação entre intestino e cérebro é denominada eixo intestino-cérebro, que liga sinais bioquímicos de e para o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central.

 

Quando se trata do intestino e do coração, será que existe uma relação entre os dois?

Estudos sugerem haver uma conexão, fluindo de uma direção específica: do intestino para o coração. Por isso, cuidar da saúde do intestino pode ser uma excelente maneira de prevenir doenças cardíacas.
 

A conexão intestino-coração

O médico nutrólogo e endocrinologista Dr. Ronan Araujo comenta que o intestino é o principal lar de trilhões de micróbios, conhecidos coletivamente como a microbiota humana. Esses micróbios ajudam na digestão, fabricam certos nutrientes e liberam substâncias, com amplos efeitos na saúde.
 

Há uma interação complexa entre os micróbios em nossos intestinos e a maioria dos sistemas em nossos corpos, incluindo os sistemas vascular, nervoso, endócrino e imunológico, todos ligados à saúde cardiovascular.
 

Como manter o intestino saudável e o coração seguro?

A alimentação desempenha um papel essencial na composição da microbiota intestinal, o que significa que o que você consome pode influenciar positiva ou negativamente a saúde do seu coração. “Alimentos ricos em fibras, por exemplo, são ótimos para aumentar a quantidade de bactérias benéficas no trato gastrointestinal, enquanto gorduras saturadas e açúcares refinados podem causar inflamação e aumentar o risco de doenças cardiovasculares. Portanto, escolher os alimentos certos pode ser uma forma de prevenir doenças cardíacas e manter o coração saudável.” indica o Dr. Ronan Araujo.

 

A fibra também ajuda a sustentar o intestino e portanto, o coração. De acordo com algumas estimativas, dietas ricas em fibras podem reduzir o risco de doenças cardíacas e derrames em até 30%. A fibra no intestino delgado liga a gordura e o colesterol, diminuindo a absorção e diminuindo os níveis de colesterol no sangue.

A microbiota intestinal desempenha um papel importante na regulação da pressão sanguínea, glicemia e peso corporal, bem como na redução da inflamação. Isso é possível devido às bactérias que quebram a fibra para formar ácidos graxos de cadeia curta, que interagem com receptores específicos nas células, melhorando assim a saúde do coração.
 

Alimentos fonte de fibras

• Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja em grão).
• Grãos, farelos e farinhas integrais (arroz, linhaça, aveia, cevada, milho, trigo).
• Pães e biscoitos integrais (centeio, farinha integral, milho).
• Cereais instantâneos e matinais.
• Vegetais: agrião, alface, abóbora, abobrinha, aipo, aspargos, beterraba, brócolis, couve, acelga, batata-doce, rúcula, escarola, erva-doce, espinafre, repolho, salsa, cebolinha, cebola, cenoura crua, couve-flor, milho-verde, nabo, pepino, pimentão, quiabo, rabanete, tomate cru, vagem.
• Frutas: abacate, abacaxi, ameixa fresca, ameixa seca, amora, banana, caju, cereja fresca, coco fresco e/ou seco, damasco seco, figo fresco e/ou seco, goiaba, kiwi, laranja (com o bagaço), maçã com casca, manga, maracujá, mamão, melancia, melão, tangerina, morango, nectarina, pera com casca, pêssego com casca, tâmara, uva fresca e passa.
 

Não está claro se comer outros alimentos que melhoram a microbiota intestinal, por exemplo, probióticos, também pode apoiar a saúde do coração.
 

O melhor conselho para ajudar seu intestino a ajudar seu coração é seguir uma dieta baseada em vegetais, como a dieta mediterrânea ou padrões alimentares semelhantes. Isso envolve limitar a carne vermelha e comer muitas frutas, vegetais e grãos integrais ricos em fibras, todos os quais podem ter efeitos favoráveis no intestino. “Além disso, essas dietas também tendem a ser baixas em gorduras saturadas e trans, que podem causar doenças cardíacas. Consulte seu médico de confiança para saber mais sobre como seguir uma dieta adequada para a sua saúde.” finaliza o Dr. Ronan Araujo.
 


Dr. Ronan Araujo - Formado em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição hormonal.

 

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