Após 12 meses de tentativas de gravidez, sem sucesso, o casal é considerado infértil; para mulheres com mais de 35 anos, esse prazo é de 6 meses
A fertilidade é um tema que desperta muitas dúvidas em homens e
mulheres, principalmente naqueles que decidem esperar mais tempo antes de
engravidar. Há muitas informações disponíveis sobre o tema, porém nem sempre
elas são confiáveis - o que acaba preocupando ainda mais as famílias.
A infertilidade ocorre em igual proporção entre homens e mulheres. Segundo estudos, em torno de 40% das causas estão do lado das mulheres; outros 40% estão ocorrem por origens masculinas e 10% são um fator misto. Os 10% restantes correspondem a fatores desconhecidos, sem causas aparentes.
Dra. Anaísa
Dantas, ginecologista, obstetra e membro da AMCR (Associação Mulher,
Ciência e Reprodução Humana do Brasil), explica que após 12 meses de tentativas de
gravidez, sem sucesso, o casal é considerado infértil. Para mulheres com mais
de 35 anos, esse prazo é de 6 meses. “Quando isso ocorre, é preciso investigar
as causas. Porém, conhecer alguns mitos e verdades sobre o tema pode facilitar
a vida do casal”, diz a especialista.
A médica listou quatro mitos e verdades sobre a fertilidade, que
seguem abaixo.
1
- A obesidade dificulta a fertilidade
Verdade
Estudos mostram que mulheres obesas ovulam menos pois, no tecido
gorduroso, produzimos hormônios que interferem no ambiente ovariano. Além
disso, o corpo de uma pessoa obesa produz enzimas que levam à uma interferência
negativa no processo de ovulação. “Sem falar que a obesidade também traz riscos
à gestação em si, elevando as possibilidades de aborto”, diz Dra. Anaísa.
2 - Hábitos de vida podem influenciar negativamente a
fertilidade
Verdade
Entre os hábitos que podem trazer problemas à fertilidade, o
primeiro deles é o álcool em excesso. “Ele contém muitas substâncias com ação
oxidante, agindo nas células em nível ovariano. Além disso, atinge em excesso o
fígado, órgão com importante participação na produção dos hormônios e na
qualidade da ovulação”, salientou a médica. Ela menciona também o tabagismo
(que aumenta em 60% chances de a mulher se tornar infértil e promove o
envelhecimento precoce das células do ovário), a má alimentação e o
sedentarismo.
3 - Uso de anticoncepcional prolongado prejudica a gravidez
Mito
Conforme Dra. Anaísa esclarece, é o contrário: em algumas
situações, é necessário aderir ao anticoncepcional oral para equilibrar a
função ovariana, como em casos de pacientes com ovários polimicrocísticos. A
especialista diz que é como reiniciar o computador, fazendo com que o corpo
ovule melhor depois do medicamento.
4
- Pílula do dia seguinte faz mal
Verdade
A pílula do dia seguinte é uma contracepção de
emergência e não deve ser tomada com frequência, de acordo com Dra. Anaísa.
“Essa pílula equivale à metade da cartela do anticoncepcional tradicional. Ela
contém altas doses de hormônios, e por isso seu uso prolongado pode trazer
repercussões como tromboses, acidentes vasculares cerebral, câncer de mama e de
endométrio, entre outros problemas”.
AMCR -- Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do
Brasil
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