Quando
se trata do intestino e do coração, será que existe uma relação entre os dois?
Estudos sugerem
haver uma conexão, fluindo de uma direção específica: do intestino para o
coração. Por isso, cuidar da saúde do intestino pode ser uma excelente maneira
de prevenir doenças cardíacas.
A
conexão intestino-coração
O médico nutrólogo
e endocrinologista Dr. Ronan Araujo comenta que o intestino é o principal lar
de trilhões de micróbios, conhecidos coletivamente como a microbiota humana.
Esses micróbios ajudam na digestão, fabricam certos nutrientes e liberam substâncias,
com amplos efeitos na saúde.
Há uma interação
complexa entre os micróbios em nossos intestinos e a maioria dos sistemas em
nossos corpos, incluindo os sistemas vascular, nervoso, endócrino e
imunológico, todos ligados à saúde cardiovascular.
Como
manter o intestino saudável e o coração seguro?
A alimentação desempenha um
papel essencial na composição da microbiota intestinal, o que significa que o
que você consome pode influenciar positiva ou negativamente a saúde do seu
coração. “Alimentos ricos em fibras, por exemplo, são ótimos para aumentar a
quantidade de bactérias benéficas no trato gastrointestinal, enquanto gorduras
saturadas e açúcares refinados podem causar inflamação e aumentar o risco de
doenças cardiovasculares. Portanto, escolher os alimentos certos pode ser uma
forma de prevenir doenças cardíacas e manter o coração saudável.” indica o Dr.
Ronan Araujo.
A fibra também
ajuda a sustentar o intestino e portanto, o coração. De acordo com algumas
estimativas, dietas ricas em fibras podem reduzir o risco de doenças cardíacas
e derrames em até 30%. A fibra no intestino delgado liga a gordura e o
colesterol, diminuindo a absorção e diminuindo os níveis de colesterol no
sangue.
A microbiota
intestinal desempenha um papel importante na regulação da pressão sanguínea,
glicemia e peso corporal, bem como na redução da inflamação. Isso é possível
devido às bactérias que quebram a fibra para formar ácidos graxos de cadeia
curta, que interagem com receptores específicos nas células, melhorando assim a
saúde do coração.
Alimentos
fonte de fibras
• Leguminosas
(feijão, ervilha, lentilha, grão-de-bico, soja em grão).
• Grãos, farelos e farinhas integrais (arroz, linhaça, aveia, cevada, milho,
trigo).
• Pães e biscoitos integrais (centeio, farinha integral, milho).
• Cereais instantâneos e matinais.
• Vegetais: agrião, alface, abóbora, abobrinha, aipo, aspargos, beterraba, brócolis,
couve, acelga, batata-doce, rúcula, escarola, erva-doce, espinafre, repolho,
salsa, cebolinha, cebola, cenoura crua, couve-flor, milho-verde, nabo, pepino,
pimentão, quiabo, rabanete, tomate cru, vagem.
• Frutas: abacate, abacaxi, ameixa fresca, ameixa seca, amora, banana, caju,
cereja fresca, coco fresco e/ou seco, damasco seco, figo fresco e/ou seco,
goiaba, kiwi, laranja (com o bagaço), maçã com casca, manga, maracujá, mamão,
melancia, melão, tangerina, morango, nectarina, pera com casca, pêssego com
casca, tâmara, uva fresca e passa.
Não está claro se
comer outros alimentos que melhoram a microbiota intestinal, por exemplo,
probióticos, também pode apoiar a saúde do coração.
O melhor conselho
para ajudar seu intestino a ajudar seu coração é seguir uma dieta baseada em
vegetais, como a dieta mediterrânea ou padrões alimentares semelhantes. Isso
envolve limitar a carne vermelha e comer muitas frutas, vegetais e grãos
integrais ricos em fibras, todos os quais podem ter efeitos favoráveis no intestino.
“Além disso, essas dietas também tendem a ser baixas em gorduras saturadas e
trans, que podem causar doenças cardíacas. Consulte seu médico de confiança
para saber mais sobre como seguir uma dieta adequada para a sua saúde.”
finaliza o Dr. Ronan Araujo.
Dr. Ronan Araujo - Formado
em medicina pela Universidade Cidade de São Paulo, médico especializado em
nutrologia pela ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia). Com foco em causar
impacto e mudar a vida das pessoas através de sua profissão, ele também se
tornou membro da ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e
Síndrome Metabólica), que o leva a ser atualmente um dos médicos que mais
conhece e entrega resultados quando falamos sobre emagrecimento e reposição
hormonal.
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