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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Setembro Laranja é o mês de conscientização da segurança do paciente

Dados da OMS apontam que 134 milhões de eventos adversos no cuidado de saúde ocorrem anualmente decorrentes de cuidados inseguros em hospitais em países de baixa e média renda, contribuindo para 2,6 milhões de óbitos a cada ano. Estima-se que um em cada 10 pacientes internados em países de alta renda sofre algum dano, e que um em cada quatro atendimentos na atenção primária e ambulatorial resulta em dano ao paciente e desses 80% são evitáveis. Além disso, dados da OMS sinalizam para uma situação alarmante, de 20 a 40% dos gastos em saúde são desperdiçados.

 

No Mundo

- Medicamentos são responsáveis por 50% de todos os danos evitáveis em cuidados médicos;

- O custo global associado a erros de medicação foi estimado em US$ 42 bilhões ao ano;

- Até 6% das hospitalizações mundiais podem estar relacionadas ao uso de medicamentos, mais da metade delas seriam evitáveis.

 

No Brasil

- 30% das doses administradas no país podem conter alguma falha;

- A maior parte dos erros está relacionada ao horário de administração dos fármacos;

- Entre os medicamentos mais comumente relacionados aos casos estão aqueles para tratar doenças do sistema cardiovascular e nervoso;

- Entre janeiro e outubro de 2019, a Anvisa recebeu 2.771 notificações relacionadas a erros de medicação, o que representou aumento de 64,5% quando comparado com 2018. 

Segundo o auditor, consultor e professor do tema gestão da qualidade para pessoas e empresas Célio Luiz Banaszeski, os riscos na assistência em saúde são, por sua vez, incidentes que ocorrem durante o atendimento ao cliente. “Podemos citar como riscos, por exemplo, quedas, administração incorreta de medicamentos, erro na realização de um procedimento cirúrgico, troca do nome do cliente na realização de um exame laboratorial ou de imagem, entre outros”, destaca. 

"A gestão da qualidade como estratégia no mercado do healthcare é indispensável para a sustentabilidade das instituições. E deve assumir papel protagonista para a sustentabilidade das empresas na área de saúde. O foco em qualidade das entregas e melhoria contínua dos processos centrada nas necessidades do cliente passa a ser objetivo estratégico das lideranças e todas as partes envolvidas, sedimentando as bases de uma cultura de desenvolvimento e cooperação na construção de um modelo de valor, salvando vidas e gerando economia financeira. Promover a segurança do paciente deve ser uma prioridade nacional de saúde," afirma Célio Luiz Banaszeski.

  

Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS) e Boletim de Farmacovigilância da Anvisa 

 

Sobre o Dia Mundial da Segurança do Paciente: foi estabelecido pelos estados-membros na 72ª Assembleia Mundial de Saúde em maio de 2019. O Dia Mundial da Segurança do Paciente ocorre no dia 17 de setembro, com o objetivo de conscientizar sobre a Segurança do Paciente e estimular as pessoas envolvidas a mostrar seu engajamento para tornar o cuidado de saúde mais seguro para os pacientes. 

 

Célio Luiz Banaszeski - atua há mais de 25 anos como auditor, consultor e professor do tema gestão da qualidade para pessoas e empresas, além de ser Diretor Executivo da Exacta Consultoria Empresarial. Possui formação em Black Belt e Lean Healthcare. Também é autor de livros sobre o tema da qualidade/auditoria e exerceu diversos cargos de gestão e direção no meio público e particular. Possui o curso de Formação de Oficiais pela PMPR e graduação em Farmácia e Bioquímica, além das especializações em Política, Estratégia e Planejamento pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra do Paraná; em Administração com Ênfase em Segurança Pública; Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais; em Planejamento e Controle da Segurança Pública; Polícia Judiciária Militar; em Técnica de Ensino, Administração Hospitalar, Gestão da Qualidade e Microbiologia Clínica. Atua no meio acadêmico como professor da Academia Policial Militar do Guatupê, na Faculdade Administração e Economia (FAE) e na Universidade Uninter em diversas disciplinas ligadas à gestão da qualidade e auditoria.


Teste rápido de detecção da Hanseníase, fabricado com exclusividade pela Bioclin, contribuirá para a interrupção da transmissão da doença no Brasil

O Brasil é o segundo país no mundo que apresenta o maior número de casos de Hanseníase, com registros de aproximadamente 30 mil novos casos por ano.


Doença contagiosa, de evolução crônica e potencialmente incapacitante, é caracterizada pela perda da sensibilidade e atinge, principalmente, pele, mucosas e nervos periféricos. A hanseníase faz parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças e demanda investigação obrigatória em todo o território nacional.

A informação do Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020 aponta que em 2019 foram diagnosticados 23.612 novos casos de hanseníase, sendo 1.319 em menores de 15 anos e que a maior concentração de casos está nos estados do Mato Grosso (3.731 novos casos), Maranhão, Pará e Pernambuco (cada um com pelo menos 2 mil casos).

A OMS revela que na última década, o mundo fez progressos consideráveis na luta contra a Hanseníase. Em 2019, pouco mais de 200 mil casos foram detectados em 116 países. Cerca de 5% dos casos apresentavam deformidade físicas visíveis no momento do diagnóstico, o que equivale a 1,4 por milhão de habitantes, uma redução de 40% em relação a anos anteriores.

Desde o início de julho, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluíram o teste rápido para a detecção da Hanseníase no rol de procedimentos obrigatórios.

O teste rápido é um reforço inédito na detecção da doença, sendo o Brasil o primeiro país do mundo a ofertá-lo.
A Bioclin - Quibasa, indústria brasileira focada há 45 anos na produção e desenvolvimento de kits de diagnóstico para laboratórios de análises clínicas, é a empresa responsável pelo desenvolvimento do kit de teste rápido para a detecção da Hanseníase.

De acordo com Renata Araujo, Especialista de Produtos da linha de Imunologia da fabricante, o teste Bioclin FAST ML Flow detecta a presença de anticorpos da classe IgM anti-Mycobacterium Leprae e foi desenvolvido com base em evidências científicas, considerando critérios de eficácia, segurança e efetividade.

 “O seu lançamento visa a colaborar com a estratégia global da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pretende erradicar a doença por meio do diagnóstico precoce, interrupção da cadeia de transmissão e ações planejadas e direcionadas às populações em risco”, destaca.

Essa estratégia da OMS, que tem como centro, a interrupção da transmissão e a eliminação da doença, está alicerçada em quatro pilares: implementar roteiro zero hanseníase do próprio do país, em todos os países endêmicos; ampliar a prevenção da hanseníase juntamente com a detecção ativa integrada de casos; controlar a hanseníase e suas complicações e prevenir novas incapacidades; e combater o estigma e garantir que os direitos humanos sejam respeitados.

A inclusão do teste rápido auxiliará também no monitoramento populacional em áreas de maior incidência e na classificação de pacientes suspeitos, pois, em alguns casos, a doença pode levar até 7 anos para se manifestar. “Além disso, servirá para testar contactantes de pacientes positivos, identificação de recidivas e auxiliar o médico na tomada de decisão em relação ao tratamento”, explica a especialista.

A versatilidade do teste é uma das vantagens da utilização. Segundo Renata, ele pode ser realizado com amostras de sangue total obtido através de punção digital. O kit da Bioclin vem acompanhado de todos os insumos para aplicação, não sendo necessária uma estrutura laboratorial.

 “Dessa forma, as condições para testagem são ampliadas e podem chegar às regiões de mais difícil acesso, uma vez que a Hanseníase é uma doença negligenciada e associada a baixo nível socioeconômico”, observa.


5 motivos para se manter hidratado durante o tratamento oncológico

Receber o diagnóstico de câncer não é fácil e é preciso que os pacientes busquem formas complementares ao tratamento oncológico disponibilizado pela medicina; especialista explica a importância de se hidratar durante esses procedimentos

 

Já é sabido que o tratamento oncológico pode trazer alguns efeitos colaterais para a saúde e muitas pessoas precisam passar por esses procedimentos diariamente. Para se ter uma ideia, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas no Brasil, a estimativa é de 625 mil novos casos de câncer por ano, considerando os anos de 2020-2022. 

 

Por conta dessa grande incidência no Brasil e no mundo, é preciso investir e procurar tratamentos complementares que ajudem na autoestima do paciente. “A princípio essa ideia pode parecer supérflua, mas manter e até incrementar sua rotina de cuidados com a pele durante os tratamentos de quimio e radioterapia, vão ajudar muito a minimizar desconfortos comuns. Sabemos que algumas consequências diretas dessas terapias afetam a qualidade da pele e de seus anexos, cabelos e unhas”, explica Natália Brezinski, que fundou a Lieve, uma empresa de cosméticos que busca fazer produtos de beleza que melhorem o bem-estar e a autoestima de pacientes oncológicos.

 

Abaixo, a empresária lista os principais motivos para manter a pele hidratada no tratamento oncológico:

 

1 - Umidade natural da pele: a pele é o maior órgão do corpo humano, responsável por manter a temperatura interna e formar uma barreira de defesa contra agressões externas - sejam elas mecânicas e até microbiológicas. Para manter essa muralha intacta é importante também manter a umidade natural na camada mais externa da pele, caso contrário, o ressecamento vai se instalar e a descamação vai acontecer. “Por isso, é importante investir em um bom creme hidratante”, explica.

 

2 - Pensar nas relações afetivas: durante um tratamento oncológico é normal que os pacientes precisem de afeto de seus familiares e amigos. Além disso, brasileiro, por questão de cultura, também já é um povo afetivo que gosta de estar junto o tempo todo. Dessa forma, a pele hidratada contribui para características sensoriais muito agradáveis, uma vez que é possível se ter mais maciez, sedosidade e elasticidade. “Todo mundo precisa de carinhos e muitos abraços. A pele agradável ao tato é um convite para aproximar pessoas queridas”, complementa Natália.

 

3 - Invista em cosméticos especializados: Todas as células do nosso corpo estão interligadas e se comunicam, passando informações que podem podem mudar o humor para pior ou melhor. “O simples fato de se cuidar com cosméticos próprios, criados para as necessidades da pele durante esse período, podem proporcionar muito prazer. E essa mensagem levada ao cérebro vai “conversar” com o seu sistema imunológico, enviando a informação de que está tudo sendo bem controlado. Mente positiva, sistema imunológico feliz”, explica a empreendedora. 

 

4 - Melhora o fluxo sanguíneo: ao aplicar os cosméticos, mesmo que com movimentos muito suaves, acontece uma pequena vasodilatação periférica, que melhora o fluxo sanguíneo na sua pele. “E é o sangue que carrega oxigênio e nutrientes essenciais para todo o organismo, inclusive para o órgão mais externo que temos: a pele. Pele oxigenada e bem nutrida, é pele saudável e bonita”, diz. 

 

5 - Autoestima mais forte: finalmente podemos falar que quem se cuida com carinho mostra para a mente que tem muito orgulho de ser quem é. “Autoestima turbinada com atos simples e agradáveis, como hidratar a pele diariamente vão ajudar você a atravessar esse período com a sensação clara de vitória à vista”, finaliza Natália. 

 

Lieve


Inchaço nos pés e nas pernas pode ser alerta para Doença do Coração Fraco

Cirurgião cardiovascular explica quando sintoma deve ser motivo para uma consulta médica 

 

É claro que nem todo inchaço dos membros inferiores indica uma doença do coração. Mas, quando o assunto é insuficiência cardíaca congestiva ou doença do coração fraco, como popularmente é conhecida, o edema nos pés e nas pernas é um sintoma evidente. Segundo números do DataSUS: 200 mil pessoas foram internadas e mais de 22 mil morreram por insuficiência cardíaca, apenas em 2018 no Brasil.

Para o cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Dr. Elcio Pires Junior, a doença do coração fraco nem sempre é diagnosticada no início porque os pacientes demoram a relacionar os primeiros sintomas à problemas no coração, o que causa o agravamento da doença.

“A insuficiência cardíaca acontece quando o coração não consegue bombear sangue o suficiente para todo o corpo. Sendo assim, nem todos os tecidos são irrigados corretamente e como consequência passam a acumular fluido, principalmente nas pernas e nos pulmões. Contudo, antes desse sintoma aparecer, é comum que o paciente sinta apenas cansaço e falta de ar. Sinais que podem ser facilmente confundidos com desgaste natural da idade, quando na verdade é o coração dando indícios de que algo não está funcionando bem”, explicou.

Nos casos de doença do coração fraco, os pés e as pernas incham porque o sangue que flui do coração chega aos membros inferiores, mas não em quantidade o suficiente para retornar. Sendo assim, é comum que a pessoa perceba um edema frequente e prolongado, podendo ou não ser acompanhado de outros sintomas, como: dificuldade de dormir devido à falta de ar, sensação de cansaço ou falta de energia, abdômen inchado ou mole, tosse com catarro, falta de apetite, confusão mental e memória afetada. Tudo isso porque a irrigação do cérebro e do sistema respiratório são as mais prejudicadas.

As causas mais comuns para a insuficiência cardíaca congestiva estão correlacionadas a outras doenças cardíacas preexistentes, como uma sequela pós infarto do miocárdio, por exemplo. Podendo ser também consequência de doenças tais como: cardiomiopatia, miocardite, valvulopatias, endocardite, doença arterial coronariana e doença cardíaca congênita. Além de ser uma complicação de condições crônicas que são consideradas fatores de risco como diabetes e pressão alta.

“Eu sempre oriento que todo inchaço prolongado e recorrente nas pernas precisa ser investigado. Até mesmo aqueles que são habituais em mulheres grávidas, por exemplo. Isso porque o edema nos membros inferiores geralmente pode esconder uma condição de problemas vasculares ou cardiovasculares, como é o caso da insuficiência cardíaca congestiva. A minha recomendação é que o paciente observe quando e com que frequência esses inchaços aparecem e sempre passe em consulta médica. Somente um exame clínico poderá confirmar ou descartar alguma doença”.

Na consulta, o médico fará os exames físicos e se for necessário encaminhará o paciente para outros especialistas ou para exames complementares, como: ecocardiograma, eletrocardiograma, teste de esforço e radiografia. Caso a doença seja confirmada, o tratamento adotado irá depender do tipo de insuficiência diagnosticada. Quando a doença está relacionada à pressão alta o caminho para um coração mais forte e saudável é a união entre os medicamentos e as mudanças nos hábitos de vida. Reduzir a ingestão de sódio, deixar de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, emagrecer e diminuir o nível de estresse fazem parte do plano de tratamento.

Já quando a origem do problema está na falta de sincronia das câmaras do coração, que não conseguem bater ao mesmo tempo, a solução pode ser o implante de um marca-passo: dispositivo que envia impulsos elétricos ao coração para ajudar no sincronismo e facilitar o bombeamento do sangue, o que consequentemente contribui para a uma melhor oxigenação de todo o organismo. Quando a insuficiência é causada por uma válvula, a opção pode ser a substituição da mesma por meio de cirurgia. Em último caso, quando a doença é grave e irreversível, o transplante é uma conduta a ser considerada.

“O que vale ressaltar quando falamos de insuficiência cardíaca congestiva é que, apesar de ser uma doença grave, é perfeitamente possível reabilitar esse coração de maneira que ele trabalhe bem novamente com um tratamento adequado e precoce. Na maioria dos casos, o paciente tem uma melhora considerável em sua qualidade de vida. O importante, sempre e para todas as pessoas, é cuidar da saúde do coração mantendo hábitos saudáveis e fazendo check-ups periodicamente. Assim é possível detectar qualquer anormalidade antes que se agrave”, concluiu o especialista.

  

Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E atualmente é cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas.

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No Setembro Azul, especialista alerta para diagnóstico precoce da surdez

 

O mês de setembro é dedicado também à conscientização da luta das pessoas com deficiência auditiva e segundo o otorrinolaringologista Thiago Resende, do hospital Santa Casa de Mauá, a campanha alerta para a importância da acessibilidade, inclusão e visibilidade dos surdos.

“Surdez é a impossibilidade ou a dificuldade de ouvir, o que na maioria das vezes não compromete outras habilidades e os pacientes podem levar uma vida normal se a sociedade estiver preparada para incluí-los e integrá-los, seja nas áreas da educação, no mercado de trabalho, na cultura ou no lazer”, explica Resende.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são mais de 10 milhões de pessoas surdas no Brasil e segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo são mais de 500 milhões.

A surdez pode ser dividida em quatro tipos: a ligeira, a média, a severa e a profunda. Entre as principais causas estão a genética, prematuridade, acúmulo de cera ou líquidos no ouvido, infecções, medicamentos, traumas e envelhecimento.

Os primeiros sinais da perda auditiva são identificados a partir de situações rotineiras como dificuldades para falar ao telefone, ouvir a TV ou o rádio, pedir para que a outra pessoa repita ou fale mais alto, fazer leitura labial para melhor compreensão, zumbido no ouvido, além de outras situações.

O diagnóstico ou grau de perda auditiva é feito pelo otorrinolaringologista por meio de exames clínicos, análise de sintomas, audiometria e o tratamento pode incluir limpezas, medicações, aparelhos auditivos, próteses e cirurgias, de acordo com o grau da perda.

Alguns casos podem ser prevenidos ainda na gestação, com o teste da orelhinha, e para quem trabalha em ambientes muito barulhentos, é importante realizar exames periódicos auditivos de forma rotineira a fim de detectar e tratar precocemente o problema. 

 

Hospital Santa Casa de Mauá

Avenida Dom José Gaspar, 1374 - Vila Assis - Mauá - fone (11) 2198-8300.

 https://santacasamaua.org.br/

 

Conheça a trombose venosa profunda (TVP) e como preveni-la e cuidá-la em pacientes com câncer


Hematologista esclarece dúvidas sobre a trombose, a 2ª maior causa de morte em pacientes com tumores cancerígenos; pessoas com câncer possuem chances maiores de desenvolver trombose, sendo que cerca de 20% a 30% dos casos ocorrem em pacientes oncológicos

 

O tromboembolismo é uma das principais complicações que podem acometer pacientes em tratamento oncológico. De acordo com estudos, a trombose venosa é a segunda maior causa de morte entre esses pacientes, ficando atrás somente do próprio câncer. Além disso, um estudo da Bayer realizada neste ano apontou que o estado emocional influencia no tratamento do câncer dos pacientes, que não se atentam às possibilidades de complicações vasculares e eventos trombóticos. 

A trombose venosa se dá quando ocorre a formação de um coágulo, denominado trombo, no vaso sanguíneo. Daniel Dias Ribeiro, médico hematologista, coordenador do Ambulatório de Hemostasia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH), explica que o processo de coagulação é um mecanismo de defesa do organismo humano que é ativado quando há alguma lesão na parede da veia. A trombose ocorre quando há a formação de um coágulo na veia sem a ocorrência de uma lesão, obstruindo a passagem de sangue. 

Os dois locais mais comuns onde a trombose ocorre são nos membros inferiores e nos pulmões. No primeiro caso, ela se manifesta por meio de sintomas como inchaço da perna, vermelhidão e calor local. Já no segundo caso, o paciente apresenta dor ou dificuldade para respirar, cansaço ao realizar atividades cotidianas do dia a dia, e, em alguns casos, febre e tosse com sangue. 

Para alertar a população sobre os perigos da doença, profissionais de saúde de todo o mundo promovem no dia 13 de outubro o Dia Mundial da Trombose. E, não por acaso, a trombose venosa profunda (TVP) em pacientes com câncer é um dos focos da campanha deste ano. Em comparação à população em geral, indivíduos com câncer têm risco até sete vezes maior de tromboembolismo, que inclui tanto a TVP quanto o tromboembolismo pulmonar (TEP). 

Ribeiro enfatiza que a trombose é uma doença prevenível, que pode ser evitada ao realizar atividade física, manter o peso adequado e permanecer-se hidratado. Também é importante sempre manter-se atento aos sintomas e fatores de risco. “Pensar em prevenção de trombose é conhecer os fatores de risco. Conhecendo o que pode causar, temos como proteger”, afirma. 

Entre os fatores para a ocorrência de trombose, destacam-se o uso de anticoncepcionais com estrogênio, cirurgias, obesidade, sedentarismo, hipertensão, diabetes, tabagismo e idade avançada. Pacientes com câncer também possuem chances maiores de desenvolver trombose, sendo que cerca de 20% a 30% dos casos da doença ocorrem em pacientes oncológicos. 

O médico explica que o tipo de câncer e o tratamento do paciente podem influenciar no risco de desenvolvimento de trombose. O tromboembolismo é mais comum em casos de cânceres de pâncreas, intestino, cérebro e pulmão. Além disso, alguns quimioterápicos também podem aumentar o risco de complicações vasculares. “Existe, sim, uma relação entre câncer e o desenvolvimento de trombose e devemos conhecer esses pacientes e saber dos riscos para pensar em prevenção”, afirma Ribeiro, também doutor em Epidemiologia Clínica pela Leiden University Medical Center (Holanda). 

O tratamento de trombose é feito com o uso de medicamento anticoagulante, que impede a formação de novos coágulos nas veias sanguíneas. No caso de pacientes com câncer, Ribeiro explica que o tratamento ocorre da mesma forma, porém o cuidado deve ser redobrado, pois há mais chance de recorrência e de sangramento. 

Ele ressalta que a trombose em pacientes com câncer está relacionada a uma piora expressiva na qualidade de vida e, consequentemente, uma maior dificuldade no tratamento. Por isso, os médicos devem analisar todos os casos e sempre alertar os pacientes para o risco do desenvolvimento da doença. “O paciente também nos ajuda no tratamento, então quanto mais informações nós passarmos para eles no que diz respeito aos riscos, tratamento e quais sinais e sintomas ele deve prestar atenção, mais segurança teremos”, conclui Ribeiro.

 

Sobre o Dia Mundial da Trombose

No dia 13 de outubro é comemorado o Dia Mundial da Trombose, que tem como objetivo aumentar a consciência sobre a trombose entre profissionais da saúde, pacientes e entidades do governo e do terceiro setor. No entanto, devemos estar em alerta para essa afecção todos os dias. Em âmbito global, a campanha desta efeméride é liderada pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (SITH) e, no Brasil, por entidades médicas, entre as quais se destaca a Sociedade Brasileira de Trombose e Hemostasia (SBTH).


Especialista alerta sobre a incidência de casos de Trombose no Brasil

Doença possui alta prevalência, porém é pouco diagnosticada e conhecida pela grande parte da população no país


O Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, celebrado em 16 de setembro, instituído pela Lei nº 12.629/2.012, tem o propósito de conscientizar a população a respeito dos riscos do Tromboembolismo Venoso.  A condição possui altíssima prevalência, pois acomete de uma a duas pessoas a cada mil habitantes por ano no mundo, mas ainda é muito pouco conhecida, diagnosticada e notificada no país.  De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP, Dr. Fabio H. Rossi, a condição se caracteriza pela formação de um coágulo - geralmente nas pernas ou na pelve - que interrompe o fluxo do sangue. É a terceira causa de morte cardiovascular, ficando atrás apenas do Infarto Agudo do Miocárdio e do Acidente Vascular Cerebral, além disso, é a principal causa evitável de morte intra-hospitalar. Faltam dados epidemiológicos confiáveis no Brasil, e a doença pode estar sendo subnotificada.

O Tromboembolismo Venoso ocorre com a falta de movimentação dos membros inferiores por períodos prolongados, o que é comum em ambientes de trabalho, durante longas viagens, nos sedentários, em internados, no pós-operatório e pós-parto.  Os riscos são ainda maiores nos tabagistas, nas usuárias de anticoncepcionais e com o avançar da idade. Quando o trombo formado nas pernas se desprende e se desloca até o pulmão, ocorre a Embolia Pulmonar, que dificulta a oxigenação e sobrecarrega o coração. “Quando a embolia é volumosa, o coração tem dificuldade de bombear o sangue, pode se dilatar, sofrer um processo de arritmia, causar infarto agudo e até parada cardiorrespiratória. Mesmo nos casos menos perigosos, as sequelas crônicas, como a síndrome pós-trombótica e a hipertensão pulmonar, podem trazer graves sequelas”, explica Dr. Fabio.

Estudos recentes verificaram que nos infectados pela Covid-19 internados em enfermaria, 7% desenvolveram tromboembolismo venoso, e acometeu 31% dos internados em UTI.  (J Vasc Surg Lymphatic Venous did 2022 9(21): 289-298). Houve uma verdadeira avalanche de casos durante a pandemia, o que serviu para alertar os profissionais da saúde e a população, de uma forma geral, sobre a alta prevalência e a sua gravidade. Mas mesmo fora do período pandêmico o cenário é gravíssimo. Nos EUA e na Europa a patologia faz mais vítimas do que o câncer de mama, de próstata e acidentes de carro, em conjunto (BMJ Qual Saf 2013; 22: 809-815).

A sua predominância e o número de internações variam consideravelmente entre as nações, e uma série de fatores podem influenciar nos resultados, como as características genéticas, a adesão aos protocolos de profilaxia e prevenção, sobretudo nos pacientes internados, a forma como é feito o diagnóstico e, sobretudo, a capacidade de notificação. Nos EUA, segundo dados oficiais, existem em média 547.000 hospitalizações anuais em indivíduos com mais de 18 anos. O número de casos é maior se considerarmos que muitos são oligossintomáticos, ou seja, apresentam sintomas leves (Site).

No Brasil, segundo dados do Data-SUS, as internações vêm aumentando, totalizando 6.527 em 2021, mas esses números são baixíssimos, mesmo se levarmos em consideração diferenças populacionais, e que sete em cada dez brasileiros dependem do SUS.

 


Esses números são alarmantes, uma vez que a carência de diagnóstico resulta na falta de tratamento, feito com o uso de anticoagulantes e evita a progressão e a embolização do coágulo para o pulmão.  Não realizar o diagnóstico gera o risco de óbito, altas taxas de recidiva e necessidade de novas internações, aumento de custos e, sobretudo, impossibilidade de gerenciamento de recursos.  Estudos indicam que em casos de morte por causa indeterminada, em 11% das necropsias realizadas, a embolia pulmonar é considerada a causa principal (Sweet PH 3rd, Armstrong T, Chen J, Masliah E, Witucki P. Fatal pulmonary embolism update: 10 years of autopsy experience at academic medical center. JRSM Short Rep. 2013 Jul 30;4(9):2042533313489824. doi: 10.1177/2042533313489824. PMID: 24040503; PMCID: PMC3767072.) “Apesar do aumento de internações reportadas, as taxas de internação por tromboembolismo são ainda baixíssimas se compararmos com outros países civilizados”, alerta Dr. Fabio.

O principal problema em relação à busca de dados no Data-SUS é que ela é possível apenas com a inserção do CID principal. Dessa forma, muitos casos de tromboembolismo que ocorrem durante a internação, período em que o risco de ocorrência é o maior, acabam não sendo encontrados, e isso pode ser responsável pela baixa incidência de casos notificados no Brasil. “A SBACV-SP está atenta a esse grave problema de saúde pública e vem trabalhando em um projeto para tornar lei a notificação compulsória dos casos de tromboembolismo venoso. Além disso, estamos fazendo uma série de eventos científicos e sociais para alertar a população e os profissionais de saúde sobre a necessidade da prevenção, diagnóstico e tratamento da doença”, comenta o Dr. Fabio H. Rossi.


Setembro em Flor: 30 mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos a cada ano

Durante o mês de conscientização, é fundamental ir além do câncer do colo do útero e abordar também outros tumores que atingem o aparelho reprodutor feminino; Oncologista comenta como identificar, prevenir e tratar

 

Ao longo do mês, a campanha Setembro em Flor vem para alertar sobre a prevenção e conscientização dos cânceres que atingem o aparelho reprodutor feminino (útero, ovário e endométrio). Indo além do câncer do colo do útero, doença que atinge 16.590 mulheres por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é fundamental também abrir os olhos para os tumores ginecológicos como um todo. 

Ainda de acordo com o INCA, cerca de 30 mil brasileiras são diagnosticadas com cânceres ginecológicos por ano, sendo mais comum o câncer do colo do útero em mulheres mais jovens e os tumores ovarianos e de corpo uterino naquelas acima de 50 anos. 

A oncologista Angélica Nogueira, do Grupo Oncoclínicas, comenta ainda que a vacinação é um fator importante e que não pode ser deixada de lado. “Mais de 90% dos casos do câncer do colo do útero estão ligados ao HPV. O câncer do colo do útero é uma das poucas neoplasias malignas que pode ser considerada uma doença amplamente evitável através da vacinação anti-HPV e/ou triagem adequada e tratamento das lesões precursoras, como preventivo de Papanicolau. No entanto, principalmente nas regiões do planeta de maior vulnerabilidade socioeconômica, milhares de mulheres morrem, desnecessariamente, vítimas da doença”. 

Desde 2014, a vacina contra o HPV é oferecida gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde no Brasil para meninas de 9 a 14 anos e também para meninos de 11 a 14 anos. "A imunização pode ajudar não só a prevenir o câncer do colo do útero, como também o de vulva, vagina, ânus, orofaringe e pênis". Além disso, vale lembrar que a vacina também é indicada e está disponível gratuitamente para pacientes imunossuprimidos, como pacientes com câncer, HIV e transplantados (até os 45 anos de idade). “Contudo, apesar de disponível gratuitamente para as populações citadas, a cobertura vacinal no país está significativamente abaixo do necessário para entrar em um estrato compatível com a eliminação do câncer do colo do útero nas próximas décadas", comenta a oncologista.

 

Como identificar tumores ginecológicos 

Os sinais e sintomas dos cânceres ginecológicos variam entre os subtipos, sendo sangramento vaginal e corrimentos anormais os achados mais comuns em cânceres do útero, corpo e colo. Considerado grave e silencioso, o câncer de ovário é infelizmente descoberto em 75% dos casos em estágios avançados, segundo o INCA. Contudo, alguns sintomas podem indicar que algo está errado com o corpo, por isso, fique de olho se houver persistência dos seguintes achados:

  • Sangramento vaginal anormal
  • Inchaço abdominal
  • Sensação de empanzinamento
  • Dor pélvica ou pressão abaixo do umbigo
  • Dor de estômago
  • Alterações intestinais
  • Dor durante a relação sexual
    Fadiga
  • Vulva e vagina com feridas, alteração da cor ou bolhas
  • Perda de peso sem motivo (10kg ou mais)

Quanto ao rastreamento dos cânceres ginecológicos, Angelica Nogueira comenta que o Papanicolau é uma maneira de identificar as lesões pré-malignas antecipadamente. “O Papnicolaou é um exame que pode detectar lesões pré cancerosas que, uma vez tratadas, podem não evoluir para câncer, além disso, o exame pode ajudar a diagnosticar precocemente o câncer do colo do útero e evitar que o tumor seja encontrado em estágios mais avançados, quando o tratamento é usualmente mais complexo e as chances de cura menores”. 

Já nos casos de câncer de ovário e endométrio, ainda não existem bons exames de rastreamento. Em casos como esse, o médico pode solicitar exames clínicos ginecológicos, laboratoriais e também de imagem que ajudam a identificar a presença de ascite ou acúmulo de líquidos, além da extensão da doença em mulheres com suspeita de disseminação intra-abdominal. Nos casos de síndromes de câncer hereditário, programas de rastreamento específicos são montados para os membros da família portadores de mutações patogênicas. Isto é especialmente importante em cânceres ginecológicos uma vez que em 20-25% dos cânceres de ovário há mutações hereditárias; em relação ao câncer do endométrio, corpo do útero, em portadores de síndrome de Lynch, o risco vital de câncer de endométrio chega a 70%, de acordo com o American Cancer Society.

 

Fatores de risco

  • Câncer do colo do útero: infecção por HPV de alto risco, AIDS, tabagismo e constante troca de parceiros
     
  • Câncer de ovário: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que nunca tiveram filhos ou que possuam histórico da doença na família.
     
  • Câncer de endométrio: menarca precoce (antes dos 12 anos) ou menopausa após os 52 anos, mulheres que nunca tiveram filhos, idade acima dos 50 anos, obesidade, diabetes, ou que realizaram terapia de reposição hormonal de à base de estrogênio após a menopausa.


Prevenção

De acordo com a oncologista do Grupo Oncoclínicas, no caso do câncer do colo do útero, a prevenção deve ser realizada através do Papanicolau (a partir dos 25 anos), sendo repetido uma vez por ano por duas vezes e, se não houver alterações, uma vez a cada três anos após esse período, vacinação contra o HPV e uso de preservativos durante a relação sexual. 

"No caso dos cânceres de útero e endométrio, por não existirem exames específicos de rastreamento, é fundamental praticar regularmente exercícios físicos, manter uma dieta equilibrada e, caso haja suspeita de síndrome familial de câncer, procurar um oncologista ou oncogeneticista ", comenta a especialista.

 

Tratamento

O tratamento adequado irá depender do subtipo da doença, estadiamento das neoplasias e também da condição clínica da paciente. "Podem ser recomendadas radioterapia, cirurgia, quimioterapia, braquiterapia, ou ainda a combinação de dois ou mais tratamentos". 

“Não podemos esquecer que quando falamos de prevenção e tratamento, é muito importante buscar por fontes de informação seguras. Na internet, por exemplo, existem diversos boatos que podem impactar de maneira negativa na saúde da população. Por isso, sempre tire as principais dúvidas com um especialista e confirme quaisquer informações recebidas pelas redes sociais antes de compartilhar ou iniciar tratamentos milagrosos. Isso pode trazer consequências graves para os pacientes oncológicos e até mesmo dificultar e agravar o quadro de saúde", finaliza.


Alzheimer: rotina é fundamental para a qualidade de vida do paciente, da família e dos amigos

 Terapia ocupacional ajuda a afastar a incidência de crises e auxilia na autonomia da pessoa com a doença

 

Perda de memória, dificuldade em executar tarefas simples do dia a dia, desorientação, problemas de linguagem, repetição de conversas e tarefas e mudanças bruscas de humor. Esses são os principais sinais do Alzheimer, uma doença progressiva e que não afeta apenas o paciente, acaba adoecendo a família toda. Estudo publicado em 2021 na Revista Brasileira de Epidemiologia mostrou que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência, e a maioria deles têm a doença de Alzheimer. Ainda de acordo com o levantamento, daqui a 30 anos serão 4 milhões de pessoas.

A boa notícia é que é possível minimizar o sofrimento e garantir a manutenção e a promoção da qualidade de vida dos pacientes com a terapia ocupacional: isso porque a rotina ajuda a afastar, principalmente, a incidência de crises.

A terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk explica que o cérebro de uma pessoa com a doença sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível, mas que sempre há o que fazer para garantir dignidade ao paciente e, consequentemente, aos familiares e cuidadores.

A doença provoca a morte de neurônios responsáveis pela memória e outras funções. Por isso, estabelecer uma rotina é fundamental. “Assim que é fechado o diagnóstico é preciso construir a rotina”, diz. “Rotina com agenda é muito importante, pois diferente de outras patologias para o paciente com Alzheimer a rotina traz estabilidade e isso afasta grandes surtos. A rotina severa passa a ser um aconchego para o paciente”, explica.

Outra contribuição da terapia ocupacional é a organização dos exercícios cognitivos de maneira a dar autonomia ao paciente. “Você deve iniciar e permitir que ele termine as tarefas. Precisamos desmistificar o paciente com Alzheimer. É um mito que ele não pode ter autonomia”, afirma a terapeuta.


Como contar ao paciente o diagnóstico de Alzheimer?

Uma das principais dúvidas que permeiam as famílias dos pacientes que têm Alzheimer é como eles devem ser informados sobre o diagnóstico. A terapeuta destaca que é fundamental contar com a ajuda dos profissionais da área da saúde, pois cada caso deve ser avaliado individualmente. “Tem paciente que precisa ser avaliado quanto à estrutura para aceitar o diagnóstico. Já outros se revoltam se não são informados, o que pode acelerar o declínio mental”, esclarece. “Por isso recomendo recorrer aos profissionais que vão avaliar se é importante ou não contar e como contar”, reforça.   


Dia de Conscientização sobre Alzheimer

O dia 21 de setembro é conhecido como Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer e faz parte de uma campanha internacional da Alzheimer´s Disease International (ADI) realizada para conscientizar e combater o estigma da demência.   

 

Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 32 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


Linfoma é o terceiro tipo de câncer mais comum na infância


O Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância do diagnóstico precoce neste 15 de setembro, Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas 


Crédito da imagem: Wynitow Butenas


O linfoma ocorre quando as células de defesa imediata do organismo e seus precursores evoluem para malignidade, crescendo de forma descontrolada e afetando o sistema linfático. Esse tipo de câncer é o terceiro mais comum na infância, ficando abaixo apenas de leucemias e tumores cerebrais.

Existem dois tipos da doença: o linfoma não Hodgkin (LNH) e o linfoma de Hodgkin (LH), que apresentam sinais, comportamentos e tratamentos diferentes. O primeiro representa 7% dos cânceres na infância, enquanto o segundo representa 6%. No Hospital Pequeno Príncipe, a incidência é maior em meninos, de ambos os tipos da doença.

De acordo com a oncologista Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, o linfoma não Hodgkin é mais comum em crianças menores e com comportamento agressivo. Já o linfoma tipo Hodgkin é prevalente em crianças maiores e adolescentes, geralmente com evolução prolongada e pouco agressivo. Na instituição, o LNH, por exemplo, é mais prevalente, acometendo crianças entre 3 e 8 anos. Já o LH tem maior incidência em crianças acima dos 9 anos.

É o caso de Tito Viecili Gonçalves, que apresentou os primeiros sintomas do linfoma de Hodgkin no ano passado: inchaço no pescoço e emagrecimento repentino. Após alguns dias de piora no quadro, a mãe e o menino, de 10 anos, deram entrada no pronto-atendimento do Hospital. “Enquanto o diagnóstico dele não foi descoberto, não fomos liberados. Depois de uma semana de muitos exames, descobrimos o que ele tinha”, relembra Thais Nassir Viecili Gonçalves, mãe da criança.

Imediatamente o menino começou o tratamento, sendo realizado por meio de ciclos de quimioterapias, que eram aplicadas diariamente por 15 dias. Após duas semanas de descanso, uma nova rodada era iniciada. Depois de 11 meses do início do tratamento, a família recebeu a notícia que o câncer estava em remissão. “Hoje digo que o tratamento foi longo, mas é uma doença com prognóstico alto de cura. É preciso ser paciente, ter fé e confiar na equipe médica.”, diz Thais.

Conforme a oncologista, o diagnóstico precoce é importante porque está relacionado diretamente a melhores chances de cura. “Além de tratamentos menos agressivos, mais curtos e, em alguns casos, com menos efeitos colaterais”, detalha.

Sintomas

Os sinais de alerta em comum entre os dois tipos de linfomas são:  gânglios aumentados, principalmente na região do pescoço, menos comum na axila e virilha; febre; fadiga; suor noturno; e perda de peso repentina.

Segundo a médica, o linfoma Hodgkin “geralmente apresenta-se como aumento de volume de um ou mais linfonodos na região lateral do pescoço, com evolução prolongada, podendo ser acompanhada de febre, perda de peso, sudorese e coceira no corpo todo”.

Já o linfoma não Hodgkin pode ter apresentação clínica de tumores abdominais ou linfonodos aumentados no pescoço e em outros locais, podendo estar associado à recusa alimentar. Em alguns casos é possível ocorrer tosse e falta de ar, com piora progressiva.

Tratamentos

O tratamento dos linfomas em crianças e adolescentes pode ter resultados excelentes, ultrapassando 80% das chances de cura. As principais abordagens são quimioterapias, radioterapias, imunoterapias e transplantes de medula óssea, variando de acordo com o tipo. “Utilizamos quimioterapia para os linfomas não Hodgkin e quimioterapia, geralmente associada à radioterapia, para os linfomas Hodgkin”, explica a oncologista.

Prevenção

Os fatores de risco em crianças e adolescentes não são conhecidos, o que se sabe é que pacientes que apresentam mais chance de desenvolvimento são aqueles que estão com o sistema imunológico comprometido ou que possuem familiares diagnosticados com a doença.

“É importante ressaltar que o aleitamento materno, preferencialmente até os 2 anos de vida; alimentação saudável; atividades físicas e um ambiente harmonioso nos lares podem prevenir várias doenças na infância e adolescência. Para o diagnóstico precoce dos linfomas, bem como dos outros tipos de câncer, são muito importantes as consultas de rotina com o pediatra”, finaliza a médica.

 

 

 

Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital Pequeno Príncipe

Bactéria leva quatro pessoas a falecer na Argentina. Saiba como evitá-la!

A Legionella pneumophilia pode estar em ar-condicionado sem manutenção e outros equipamentos que funcionam com água 

 

A Argentina confirmou recentemente a causa de quatro falecimentos e 11 infecções por uma pneumonia até então misteriosa. A bactéria Legionella, que pode se espalhar por encanamentos de água doce ou dutos de ar-condicionado, por exemplo, foi identificada como fonte do surto. O pneumologista Gleison Guimarães lembra que as resoluções de vigilância sanitária não citam a bactéria, o que pode esconder muito mais casos do que os relatados, não apenas na Argentina, como no mundo.

Em meados dos anos 1990, por exemplo, a limpeza dos equipamentos de ar ganhou notoriedade na mídia brasileira, como preocupação com a saúde da população. “Foi em meados de 1998, em rede nacional, horário nobre, no principal programa jornalístico da televisão brasileira, que o então Ministro da Saúde, José Serra, anunciou que iria formar um grupo de estudo para publicar uma legislação que obrigasse os responsáveis por sistemas de ar-condicionado em todo o País a mantê-los limpos para que não fizesse mal à saúde da população brasileira”, relembra o especialista.

Isso porque a infecção pela Legionella pneumophila  pode trazer dificuldade para respirar, falta de ar e dor no peito, entre outros sintomas — daí a necessidade de ser identificada e tratada por um pneumologista ou clínico geral, evitando possíveis complicações. Sinais como esses e outros podem surgir até dez dias após o contato com a bactéria.

Apesar de a contaminação acontecer por diferentes meios, o médico destaca que o aparelho de ar-condicionado sem a devida limpeza e filtros segue sendo um dos maiores potenciais para proliferação e difusão da bactéria. “Tem também a torre de resfriamento do sistema de água de condensação, muito utilizada em prédios comerciais, shopping centers, hospitais e sistemas de médio e grande porte em todo o mundo. Nesse local, o micro-organismo encontra condições favoráveis para seu crescimento e uma grande dispersão de vapor de água pelo processo de evaporação causado nesse equipamento, considerado um trocador de calor”, explica. Considerando o cenário, as torres de resfriamento devem ficar pelo menos dez metros distantes da captação de ar exterior do sistema de climatização do prédio, conforme NBR 16.401 da ABNT, além de longe da circulação de pessoas.

Quando os cuidados são tomados e os aparelhos que podem ser criadouros de bactérias recebem a manutenção correta, ela não cresce e nem se prolifera. Mas, quando em contato com as pessoas, a Legionella pode causar dois tipos de problemas. O primeiro é benigno e pode ser comparado à gripe, com sintomas leves que desaparecem entre dois e cinco dias e sem tratamento. O segundo é comum entre pessoas com a saúde mais fragilizada e traz uma infecção pulmonar que chega a ser fatal em 15% dos casos.

Apesar de a negligência com o tratamento dos equipamentos que trabalham com circulação de água ser o principal fator para que a bactéria se desenvolva, o setor hoteleiro tem uma história antiga com o problema. O primeiro surto documentado foi em 1976, no Hotel Bellevue Strafford, na Filadélfia. Foi o impulso para que, dez anos depois, fosse iniciada a colaboração internacional de vigilância na Europa, com a formação do European Working Group for Legionella Infections. Em 1987, foi implantada a vigilância europeia de infecções por Legionella em viagens.

De acordo com o pneumologista, “os usos típicos em um hotel que representam risco podem ser bastante variados. Os pontos críticos tradicionais incluem os sistemas de resfriamento (especialmente torres e condensadores evaporativos), fan coils, unidades de tratamento de ar e os chuveiros (tanto os das acomodações quanto dos chuveiros para os colaboradores). Contudo, há outros sistemas, dependendo da complexidade do empreendimento, que também devem ter atenção. São eles duchas para piscinas, spas, jacuzzis, fontes decorativas em lobbies e áreas externas, sistema de irrigação para áreas ajardinadas, entre outros”.

  

Gleison Guimarães  - médico especialista em Pneumologia pela UFRJ e pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e também em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Possui certificado de atuação em Medicina do Sono pela SBPT/AMB/CFM, Mestre em Clínica Médica/Pneumologia pela UFRJ, membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS). É também diretor do Instituto do Sono de Macaé (SONNO) e da Clinicar – Clínicas e Vacinas, membro efetivo do Departamento de Sono da SBPT. Atuou como coordenador de Políticas Públicas sobre Drogas no município de Macaé (2013) e pela Fundação Educacional de Macaé (Funemac), gestora da Cidade Universitária (FeMASS, UFF, UFRJ e UERJ) até 2016. Professor assistente de Pneumologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé.

https://drgleisonguimaraes.com.br/

 

Por um Estado Eficiente

A reforma administrativa que deveria estar tramitando no Congresso Nacional seria uma oportunidade para modernizar o Estado, desengessando-o, criando ferramentas que permitiriam valorizar os bons servidores, estimulando e reconhecendo o bom desempenho, a exemplo do que vêm fazendo diversos países. Como bem alertou há um tempo o deputado federal Tiago Mitraud, líder da Frente Parlamentar da Reforma Administrativa: “A baixa produtividade do setor público afeta diretamente a produtividade e a competitividade do país. Aprovando a reforma, vamos ver melhorias significativas no setor público e na produtividade do país como um todo”.

Segundo o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, o funcionalismo e a Previdência Social, mesmo após a reforma de 2019, são as duas contas que apresentam as maiores oportunidades para reduzir o gasto público, uma vez que representam cerca de 80% da despesa do Estado contra uma média de 50% a 60% em outros países.

Para remunerar 11,5 milhões de servidores públicos federais, estaduais e municipais, o Brasil gastou R$ 944 bilhões, em 2018, equivalentes a 13,4% do PIB, um dos percentuais mais altos do mundo. Os Estados Unidos, por exemplo, gastaram 9,2% do PIB para remunerar 22 milhões de servidores. A Alemanha gasta 7,5%, a Colômbia 7,3%, e a Coreia do Sul 6,1%. Em contrapartida, no final de 2019, a OCDE divulgou relatório de avaliação da administração pública em 44 países, com a percepção da população sobre os serviços públicos. O Brasil aparecia mal na foto. Na educação, apenas 51% de cidadãos satisfeitos contra 66% na média da OCDE e 70% na China, por exemplo. Na saúde aparecemos com 33%, a China com 69% e a média da OCDE é 70%. Os dados mostram que o país há muito tempo gasta muito e gasta mal, o que reforça a necessidade de mudanças.

Além do alto custo da máquina pública, existem claras distorções a recomendar mudanças. Como a existência de um quadro de 15,5 mil funcionários, que custam R$ 1,6 bilhão ao ano, apenas para administrar a folha de salários da União. Ou aberrações decorrentes do engessamento da grade de carreiras públicas, que obriga a manter servidores desocupados em funções obsoletas como discotecário, operador de videocassete, operador de telex, especialista de linotipo, datilógrafo, entre outras. Ou ainda um sistema de avaliação que concede a mais de 95% dos servidores a bonificação máxima por desempenho, performance a fazer inveja às melhores empresas. Além do que, 60% das gratificações continuam a ser pagas após a aposentadoria!

O Brasil não pode mais postergar uma reforma administrativa que permita ao país criar uma máquina pública forte, enxuta e ágil, capaz de apoiar e estimular o crescimento. É possível reduzir o número de carreiras na administração federal de 300 para cerca de 20. E é preciso diminuir os salários de início de carreira e estender o prazo para alcançar o teto, tomando por base o que paga o setor privado. Pesquisa feita pelo Banco Mundial, em 2019, mostrou que o salário no setor público era 96% superior ao cargo equivalente no setor privado.

Mesmo que a reforma só venha a valer para os novos funcionários públicos, o que inegavelmente reduz muito o seu alcance, é necessário ter pressa, uma vez que mais de 40% do atual quadro se aposentará até 2030, o que exigirá novos concursos. Mas como bem destacou Allan Falls, um dos principais coordenadores das reformas que resgataram a competitividade da Austrália no final do século passado e início deste, é preciso manter aceso o senso de crise para que as mudanças aconteçam. Além do sempre importante senso de urgência. Com a palavra o Congresso Nacional.

 

Carlos Rodolfo Schneider - empresário

 

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