O Hospital
Pequeno Príncipe reforça a importância do diagnóstico precoce neste 15 de
setembro, Dia Mundial de Conscientização Sobre Linfomas
Crédito da imagem: Wynitow Butenas
O
linfoma ocorre quando as células de defesa imediata do
organismo e seus precursores evoluem para malignidade, crescendo de forma
descontrolada e afetando o sistema linfático. Esse tipo de câncer é o terceiro
mais comum na infância, ficando abaixo apenas de leucemias e
tumores cerebrais.
Existem
dois tipos da doença: o linfoma não Hodgkin (LNH) e o linfoma de
Hodgkin (LH), que apresentam sinais, comportamentos e
tratamentos diferentes. O primeiro representa 7% dos cânceres na infância,
enquanto o segundo representa 6%. No Hospital Pequeno Príncipe, a
incidência é maior em meninos, de ambos os tipos da doença.
De
acordo com a oncologista Ana Paula Kuczynski Pedro Bom, o linfoma não Hodgkin é
mais comum em crianças menores e com comportamento agressivo. Já o linfoma tipo
Hodgkin é prevalente em crianças maiores e adolescentes, geralmente com
evolução prolongada e pouco agressivo. Na instituição, o LNH, por exemplo, é
mais prevalente, acometendo crianças entre 3 e 8 anos. Já o LH tem maior
incidência em crianças acima dos 9 anos.
É
o caso de Tito Viecili Gonçalves, que apresentou os primeiros sintomas do
linfoma de Hodgkin no ano passado: inchaço no pescoço e emagrecimento
repentino. Após alguns dias de piora no quadro, a mãe e o menino, de 10 anos,
deram entrada no pronto-atendimento do Hospital. “Enquanto o diagnóstico dele
não foi descoberto, não fomos liberados. Depois de uma semana de muitos exames,
descobrimos o que ele tinha”, relembra Thais Nassir Viecili Gonçalves, mãe da criança.
Imediatamente
o menino começou o tratamento, sendo realizado por meio de ciclos de
quimioterapias, que eram aplicadas diariamente por 15 dias. Após duas semanas
de descanso, uma nova rodada era iniciada. Depois de 11 meses do início do
tratamento, a família recebeu a notícia que o câncer estava em remissão. “Hoje
digo que o tratamento foi longo, mas é uma doença com prognóstico alto de cura.
É preciso ser paciente, ter fé e confiar na equipe médica.”, diz Thais.
Conforme
a oncologista, o diagnóstico precoce é importante
porque está relacionado diretamente a melhores chances de cura. “Além de
tratamentos menos agressivos, mais curtos e, em alguns casos, com menos efeitos
colaterais”, detalha.
Sintomas
Os
sinais de alerta em comum entre os dois tipos de linfomas são: gânglios
aumentados, principalmente na região do pescoço, menos comum na axila e
virilha; febre; fadiga; suor noturno; e perda de peso repentina.
Segundo
a médica, o linfoma Hodgkin “geralmente apresenta-se como aumento de volume de
um ou mais linfonodos na região lateral do pescoço, com evolução prolongada,
podendo ser acompanhada de febre, perda de peso, sudorese e coceira no corpo
todo”.
Já
o linfoma não Hodgkin pode ter apresentação clínica de tumores abdominais ou
linfonodos aumentados no pescoço e em outros locais, podendo estar associado à
recusa alimentar. Em alguns casos é possível ocorrer tosse e falta de ar, com
piora progressiva.
Tratamentos
O
tratamento dos linfomas em crianças e adolescentes pode ter resultados
excelentes, ultrapassando 80% das chances de cura. As principais abordagens são
quimioterapias, radioterapias, imunoterapias e transplantes de medula óssea,
variando de acordo com o tipo. “Utilizamos quimioterapia para os linfomas não
Hodgkin e quimioterapia, geralmente associada à radioterapia, para os linfomas
Hodgkin”, explica a oncologista.
Prevenção
Os
fatores de risco em crianças e adolescentes não são conhecidos, o que se sabe é
que pacientes que apresentam mais chance de desenvolvimento são aqueles que
estão com o sistema imunológico comprometido ou que possuem familiares
diagnosticados com a doença.
“É
importante ressaltar que o aleitamento materno, preferencialmente até os 2 anos
de vida; alimentação saudável; atividades físicas e um ambiente harmonioso nos
lares podem prevenir várias doenças na infância e adolescência. Para o
diagnóstico precoce dos linfomas, bem como dos outros tipos de câncer, são
muito importantes as consultas de rotina com o pediatra”, finaliza a médica.
Serviço de Oncologia e Hematologia do Hospital
Pequeno Príncipe
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