Terapia ocupacional ajuda a afastar a incidência de crises e auxilia na autonomia da pessoa com a doença
Perda de memória, dificuldade em executar tarefas
simples do dia a dia, desorientação, problemas de linguagem, repetição de
conversas e tarefas e mudanças bruscas de humor. Esses são os principais sinais
do Alzheimer, uma doença progressiva e que não afeta apenas o paciente, acaba
adoecendo a família toda. Estudo publicado em 2021 na Revista Brasileira de
Epidemiologia mostrou que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência,
e a maioria deles têm a doença de Alzheimer. Ainda de acordo com o
levantamento, daqui a 30 anos serão 4 milhões de pessoas.
A boa notícia é que é possível minimizar o
sofrimento e garantir a manutenção e a promoção da qualidade de vida dos
pacientes com a terapia ocupacional: isso porque a rotina ajuda a afastar,
principalmente, a incidência de crises.
A terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk
explica que o cérebro de uma pessoa com a doença sofre um processo
degenerativo, progressivo e irreversível, mas que sempre há o que fazer para
garantir dignidade ao paciente e, consequentemente, aos familiares e
cuidadores.
A doença provoca a morte de neurônios responsáveis
pela memória e outras funções. Por isso, estabelecer uma rotina é fundamental.
“Assim que é fechado o diagnóstico é preciso construir a rotina”, diz. “Rotina
com agenda é muito importante, pois diferente de outras patologias para o
paciente com Alzheimer a rotina traz estabilidade e isso afasta grandes surtos.
A rotina severa passa a ser um aconchego para o paciente”, explica.
Outra contribuição da terapia ocupacional é a
organização dos exercícios cognitivos de maneira a dar autonomia ao paciente.
“Você deve iniciar e permitir que ele termine as tarefas. Precisamos
desmistificar o paciente com Alzheimer. É um mito que ele não pode ter
autonomia”, afirma a terapeuta.
Como contar ao paciente o
diagnóstico de Alzheimer?
Uma das principais dúvidas que permeiam as famílias
dos pacientes que têm Alzheimer é como eles devem ser informados sobre o
diagnóstico. A terapeuta destaca que é fundamental contar com a ajuda dos
profissionais da área da saúde, pois cada caso deve ser avaliado
individualmente. “Tem paciente que precisa ser avaliado quanto à estrutura para
aceitar o diagnóstico. Já outros se revoltam se não são informados, o que pode
acelerar o declínio mental”, esclarece. “Por isso recomendo recorrer aos
profissionais que vão avaliar se é importante ou não contar e como contar”,
reforça.
Dia de Conscientização sobre
Alzheimer
O dia 21 de setembro é conhecido como Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer e faz parte de uma campanha internacional da Alzheimer´s Disease International (ADI) realizada para conscientizar e combater o estigma da demência.
Syomara Cristina Szmidziuk -
atua há 32 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e
reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz
atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia
infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os
métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida,
Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course
(Bobath avançado), entre outros.
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