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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Alzheimer: rotina é fundamental para a qualidade de vida do paciente, da família e dos amigos

 Terapia ocupacional ajuda a afastar a incidência de crises e auxilia na autonomia da pessoa com a doença

 

Perda de memória, dificuldade em executar tarefas simples do dia a dia, desorientação, problemas de linguagem, repetição de conversas e tarefas e mudanças bruscas de humor. Esses são os principais sinais do Alzheimer, uma doença progressiva e que não afeta apenas o paciente, acaba adoecendo a família toda. Estudo publicado em 2021 na Revista Brasileira de Epidemiologia mostrou que cerca de 1 milhão de brasileiros sofrem de demência, e a maioria deles têm a doença de Alzheimer. Ainda de acordo com o levantamento, daqui a 30 anos serão 4 milhões de pessoas.

A boa notícia é que é possível minimizar o sofrimento e garantir a manutenção e a promoção da qualidade de vida dos pacientes com a terapia ocupacional: isso porque a rotina ajuda a afastar, principalmente, a incidência de crises.

A terapeuta ocupacional Syomara Cristina Szmidziuk explica que o cérebro de uma pessoa com a doença sofre um processo degenerativo, progressivo e irreversível, mas que sempre há o que fazer para garantir dignidade ao paciente e, consequentemente, aos familiares e cuidadores.

A doença provoca a morte de neurônios responsáveis pela memória e outras funções. Por isso, estabelecer uma rotina é fundamental. “Assim que é fechado o diagnóstico é preciso construir a rotina”, diz. “Rotina com agenda é muito importante, pois diferente de outras patologias para o paciente com Alzheimer a rotina traz estabilidade e isso afasta grandes surtos. A rotina severa passa a ser um aconchego para o paciente”, explica.

Outra contribuição da terapia ocupacional é a organização dos exercícios cognitivos de maneira a dar autonomia ao paciente. “Você deve iniciar e permitir que ele termine as tarefas. Precisamos desmistificar o paciente com Alzheimer. É um mito que ele não pode ter autonomia”, afirma a terapeuta.


Como contar ao paciente o diagnóstico de Alzheimer?

Uma das principais dúvidas que permeiam as famílias dos pacientes que têm Alzheimer é como eles devem ser informados sobre o diagnóstico. A terapeuta destaca que é fundamental contar com a ajuda dos profissionais da área da saúde, pois cada caso deve ser avaliado individualmente. “Tem paciente que precisa ser avaliado quanto à estrutura para aceitar o diagnóstico. Já outros se revoltam se não são informados, o que pode acelerar o declínio mental”, esclarece. “Por isso recomendo recorrer aos profissionais que vão avaliar se é importante ou não contar e como contar”, reforça.   


Dia de Conscientização sobre Alzheimer

O dia 21 de setembro é conhecido como Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer e faz parte de uma campanha internacional da Alzheimer´s Disease International (ADI) realizada para conscientizar e combater o estigma da demência.   

 

Syomara Cristina Szmidziuk - atua há 32 anos como terapeuta ocupacional, e tem experiência no tratamento e reabilitação dos membros superiores em pacientes neuromotores. Faz atendimentos em consultório particular e em domicílio para bebês, terapia infantil e juvenil, para adultos e terceira idade. Desenvolve trabalho com os métodos RTA e terapia da mão, e possui treinamento em contenção induzida, Perfetti (introdutório), Imagética Motora (básico), Bobath e Baby Course (Bobath avançado), entre outros.


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