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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Por que se vacinar contra a gripe?

Alergista, membro da Doctoralia, explica a importância da imunização na pandemia


Em meio a pandemia do coronavírus, no começo deste mês, o Governo decidiu ampliar a vacinação contra a gripe para toda a população brasileira e reforçar a importância da imunização em massa. E por que isso? Bom, o principal motivo é a possibilidade da coinfecção.

De acordo com a médica alergista Manoela de Magalhães Hoff , membro da Doctoralia , "é possível contrair ao mesmo tempo tanto o vírus da gripe quanto o da Covid-19 e, estando com o sistema imunológico já comprometido, o paciente pode ter complicações graves, por isso, a vacinação, principalmente contra doenças respiratórias, é tão importante neste momento."

Além disso, da mesma maneira que estão surgindo mutações do coronavírus, a gripe é uma doença que sofre diversas alterações ao longo do ano e a tendência é que o vírus se torne resistente às vacinas com o tempo. Com isso em mente, anualmente são produzidas novas vacinas que buscam ampliar a cobertura contra essas novas cepas mais resistentes do vírus.


Gripe ou Covid: o que fazer?

As duas doenças são bastante similares, pois acometem o sistema respiratório e os sintomas de mal-estar, febre, tosse e congestão nasal podem confundir, mas, de acordo com a alergista, é possível ficar atento a algumas diferenças.

"Quando se tem gripe, geralmente, são sintomas agudos, ou seja, que já começam de forte intensidade, diferente da Covid, que também pode ter os mesmos sintomas, mas com uma evolução mais lenta. Ou seja, o paciente começa com sintomas leves e, lá para o final da primeira semana, começam a se agravar, além, é claro, do diferencial que é a falta de olfato e paladar, bastante comum, mas nem sempre presente", explica a médica.

Por isso, se estiver suspeitando de gripe ou resfriado, o paciente deve prestar atenção a alguns cuidados. "As principais medidas para cuidar de uma gripe são: repouso, ingestão de bastante líquido, uma dieta balanceada e os medicamentos para tratamento dos sintomas, que incluem os antigripais, analgésicos, antitérmicos e expectorantes", pontua Dra. Manoela.

Se a gripe for insistente ou o paciente tiver tido contato com alguém sabidamente com coronavírus, talvez seja necessário se testar para a doença ou o uso de medicações mais específicas como antibióticos, sempre com prescrição e indicação médica. Mas, se for algo mais leve, como o resfriado, em que a congestão nasal e a coriza são os sintomas que mais incomodam, é indicado apenas o uso de medicações para aliviar estes sintomas.

 

Doctoralia


Disfunção erétil e covid-19: urologista explica relação e tratamentos disponíveis

Estudo da Universidade de Roma aponta condição como uma das sequelas de curto a longo prazo da doença


Após mais um ano de pandemia, os especialistas entendem a covid-19 como uma doença sistêmica, que pode desencadear outros sintomas e problemas para os pacientes acometidos pelo vírus. Um estudo realizado este ano pela Universidade de Roma aponta que a disfunção erétil pode ser uma das possíveis sequelas de curto a longo prazo do coronavírus. Dos homens que tiveram a doença, 28% apresentaram problemas no desempenho sexual em seguida.

O estudo aponta que a disfunção endotelial (problemas na camada que reveste os vasos sanguíneos) pode ser um dos fatores que favorecem a forma grave da covid-19. De acordo com o Dr. Carlos Bautzer, urologista que atua no núcleo de Medicina Sexual do Hospital Sírio-Libanês e é médico-assistente da disciplina de Urologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), o comprometimento vascular pode ser uma das causas dessa sequela, já que a disfunção erétil também pode ocorrer por problemas ligados à circulação.

“Para que a ereção ocorra, é necessário que o sangue chegue a estruturas penianas denominadas ‘corpos cavernosos’, que, com o aumento do fluxo sanguíneo, dilata os vasos dos corpos cavernosos,  e represa o sangue lá dentro. Para que aconteça a dilatação dos vasos, chamados artérias cavernosas, a liberação de uma substância chamada ‘óxido nítrico’, produzida no endotélio dos vasos dentro dos corpos cavernosos, se faz necessária”, explica o especialista. “Com a disfunção endotelial causada pelo coronavírus, a produção do óxido nítrico fica prejudicada e pode resultar na dificuldade de atingir e manter a ereção”, conclui Bautzer.

 

Tratamentos disponíveis

A indicação medicamentosa utiliza inibidores da fosfodiesterase-5 que devem ser tomados antes da relação sexual e/ou diariamente, a depender da indicação médica. Porém, esses medicamentos são contraindicados para pacientes com problemas cardíacos e de pressão arterial, entre outras condições. 

“Quando o medicamento não funciona ou o paciente tem contraindicação, pode-se usar vasodilatadores injetados diretos no pênis”, explica o urologista. O principal risco do tratamento é usar uma dose grande que cause ereção prolongada demais – quando o pênis fica ereto por mais de quatro horas, situação chamada de priapismo, o sangue rico em oxigênio deixa de entrar e há formação de fibroses, o que, com o passar do tempo, pode agravar ainda mais a disfunção erétil.

 

Próteses penianas

Quando essas formas de terapia não obtêm resultado, os implantes penianos são considerados. Isso porque se trata de um método definitivo: as próteses podem ser substituídas, mas não removidas. As próteses penianas são estruturas implantadas para preencher os espaços que deveriam ser ocupados pelo sangue nos corpos cavernosos. Elas garantem a ereção e permitem que o usuário tenha relações sexuais sempre que desejar. 


Prótese maleávelcomposta por duas hastes de silicone que são inseridas nos corpos cavernosos do pênis. Desta forma, o pênis se mantém ereto. Esta prótese apresenta como diferencial a sensação tátil muito semelhante à de um pênis ereto, e garante mais conforto ao paciente, pois sugere maior naturalidade. Além disso, a maleabilidade permite que o paciente dobre e guarde o pênis após a relação sexual, sem nenhum incômodo. Por ser mais simples, é mais fácil de ser inserida cirurgicamente, o que garante uma recuperação mais rápida, de acordo com o médico. Outras vantagens são o preço (custa de R$7 mil a 10 mil); a cobertura por planos de saúde e SUS (Sistema Único de Saúde). e a durabilidade (essa prótese tem mais de 15 anos de funcionamento).


Prótese inflável – composta por dois cilindros infláveis que simulam a função peniana a partir de um mecanismo chamado de “pump”, inserido na bolsa escrotal que deve ser acionado para inflar o pênis antes da relação sexual e desinflar, após seu uso. Segundo o urologista, ela é a preferida dos homens por trazer maior descrição, porém, por ser mais complexa, ela custa quase o dobro do preço da prótese maleável, chegando a R$20 mil e não tem cobertura pelos planos de saúde e nem pelo SUS. Sua duração gira em torno de 10 a 15 anos.


Direitos das pessoas com epilepsia: preconceito compete com necessidade de políticas públicas

Estigma dificulta acesso até às questões básicas garantidas na constituição e forçam quem vive com a doença à uma luta constante por suporte e melhor qualidade de vida


Entre cada cem pessoas, uma a duas tem epilepsia. Estima-se que ao redor do mundo 50 milhões de pessoas têm epilepsia ativa, ou seja, estão em tratamento ou tiveram crises no último ano. No Brasil, elas enfrentam dificuldade em obter tratamento, diagnóstico e fármacos. No aspecto social, ainda não são vistas, compreendidas ou reconhecidas, portanto não possuem os direitos necessários para enfrentar, tanto dificuldades impostas pela doença, quanto as grandes barreiras de atitude como o preconceito, que constituem a desigualdade, a exclusão social e a falsa impressão de pessoas que têm crises epiléticas são incapazes.

E quais são os direitos dessas pessoas? De acordo com Regina Silva Alves de Lima, Assistente Social do Departamento de Neurologia da UNIFESP e Terapeuta Familiar, os mesmos garantidos a todos os cidadãos do país pela Constituição Federal de 1988 e outras leis nacionais. No entanto, há necessidade de políticas públicas direcionadas para maior inclusão social, no que tange ao ambiente escolar, mercado de trabalho e, acesso a atendimento especializado e medicamentos específicos de quem vive com a doença: “É preciso muito trabalho para o desenvolvimento de Leis que garantam os direitos das pessoas com epilepsia, uma vez que existem dificuldades para a concessão de benefícios diante da complexidade da legislação brasileira”, comenta.

O preconceito e estigma diante da doença são universais. As crises não são permanentes, o que dificulta a legislar. Se a pessoa for considerada incapacitada, devido a limitação de qualquer atividade básica, como andar, falar, aprender, trabalhar, entre outros, poderá solicitar um benefício assistencial ou um benefício previdenciário (auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou aposentadoria da pessoa com deficiência). Porém, a concessão pelo INSS depende da avaliação dos sintomas pela perícia médica.

Conforme a Assistente Social, por ser um problema de saúde intermitente, que não é constante e nem visível, muitos profissionais da área médica, responsáveis pela perícia, não compreendem a epilepsia, desconhecem as questões psicossociais e as dificuldades vividas pelos pacientes. Há falta de informação sobre os direitos existentes, a maneira de acessá-los, como e quando a pessoa recorre a esses direitos: “Os benefícios da previdência social não atendem a necessidade das pessoas com epilepsia, muito embora é dito que todos os cidadãos têm direito a previdência social. Elas têm dificuldades na sua aposentaria por invalidez, assim como ao benefício de prestação continuada, o BPC, uma vez que elas não conseguem justificar a sua incapacidade, que é decorrente do tipo de crise e dos riscos que ela traz”, comenta.


SUS – Sistema único de Saúde e a pessoa com epilepsia

A pessoa com epilepsia que necessita de medicamentos que estão listados no protocolo clínico que contém as diretrizes adotadas pelo SUS e divulgado pelo Ministério da Saúde tem o direito a receber o tratamento de forma gratuita. Se a medicação não for encontrada no posto de saúde, o paciente poderá fazer um pedido por escrito que será direcionado para a Secretaria de Saúde do município, incluindo todas as informações que estão no relatório médico, e explicando a necessidade e o que está ocorrendo.

Em último caso, poderá ser feito um pedido judicial, com defensor público ou com um advogado, e apresentar os documentos médicos e uma cópia da solicitação para a Secretária da Saúde. Ressaltando que essa situação deve ocorrer depois da tentativa extrajudicial, que é mais rápida e eficaz.

Outro ponto importante a destacar é sobre o tratamento médico. Se o município de origem do paciente não fornecer o tratamento, a pessoa com epilepsia poderá solicitar o Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que consiste em uma ajuda de custo ao paciente e, em alguns casos, também ao acompanhante, encaminhados por ordem médica à unidade de saúde de outro município ou Estado da Federação, quando esgotados todos os meios de tratamento na localidade de residência do paciente. O TFD, fornecido pelo SUS, destina-se a pacientes que necessitem de assistência médico-hospitalar cujo procedimento seja considerado de alta e média complexidade eletiva.


Não existe conquista sem demanda social

As pessoas com epilepsia não estão na lista que a legislação considera com deficiência física ou mental. Quem trabalha, estuda e busca uma vida comum, se expõe a crises e sofre com preconceitos. No âmbito profissional, podem ser demitidas com frequência ou ter dificuldade na contratação. Os principais fatores que sustentam a resistência do empregador são, medo de absenteísmo, medo de problemas legais decorrentes de acidentes de trabalho, bem como receio que a imagem pública da empresa seja afetada.

Para Regina, em todas as instâncias está o preconceito. Ela defende que é preciso união e empoderamento por parte das pessoas com epilepsia: “Devido ao preconceito, as pessoas com epilepsia aprendem a ficar dentro de casa, escondidas da exposição porque ter crises em público podem implicar em muitas perdas: do trabalho; dos amigos, do seu ambiente social [..] se necessário é preciso ir às ruas, nas assembleias e chamar a atenção de políticos. Na medida que eles não enxergam essa demanda social tão explícita, eles não investem em melhores condições para assistência de quem tem epilepsia. Sem demanda social, não há ganhos de direitos, finaliza.


Sobre Associação Brasileira de Epilepsia

A ABE é uma Associação sem fins lucrativos que se estabeleceu como organização para divulgar conhecimentos acerca dos tipos de epilepsia, disposta a promover a melhora da qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença. Integra o International Bureau for Epilepsy e é composta por pessoas que têm epilepsia, familiares, neurologistas, nutricionistas, advogados, assistentes sociais, pesquisadores e outros profissionais. Atua formando grupos de autoajuda, facilitando a reabilitação profissional, lutando pelo fornecimento regular de medicamentos nos postos de saúde e hospitais públicos, além de batalhar, incansavelmente, pelo bem-estar das pessoas que convivem com a doença e pelo fim dos estigmas e preconceitos sociais.


Como enfrentar os desafios do seu negócio

Pior do que ter um problema é não saber que se tem um. Não ter consciência das informações relevantes da própria empresa, como as realidades financeira e comercial, é uma receita certeira para o fracasso nos negócios.

Winston Churchil foi o primeiro-ministro da Inglaterra na época da Segunda Guerra Mundial. Acontece que, por ter uma personalidade forte, forma gentil de chamar alguém totalmente disfuncional, ele tinha receio de que seus oficiais não passassem a realidade da guerra de maneira clara. Churchill percebeu que eles tinham a tendência de maquiar as informações, com medo de serem reprimidos, o que realmente acontecia. De toda forma, isso motivou Churchill  a criar o Central Statistical Office, que tinha o único objetivo de fornecer informações confiáveis. Essa ação ajudou os aliados a ganhar a Segunda Guerra Mundial.

Essa mesma mentalidade se aplica perfeitamente ao mundo dos negócios.  Entretanto, diferente de Churchill, vários donos de negócio fogem de dados relevantes por medo de enfrentar desafios do seu negócio. Eles evitam enfrentar desafios como:


Realidade financeira

Por ter receio de enxergar os números dos seus negócios, não sabem ao certo quanto faturaram, qual seu custo e, ultimamente, seu lucro ou prejuízo.

 

Realidade comercial

Muitos negócios são reféns de um único canal de vendas, ou de um número limitado de clientes. Enxergar isso pode ser o primeiro passo para promover a expansão.

 

Realidade dos Recursos Humanos

Pessoas são outro fato extremamente relevante. Entender quais são as incompetências e falhas de caráter da equipe é crucial.

Novamente, pior do que ter um problema é não saber que se tem um. Agora pergunto: que fatos brutais você precisa enfrentar em seu negócio?

Ter consciência das nossas próprias debilidades empresariais é o primeiro passo para desenvolver estratégias para remediá-las.

Ao fazer isso, é possível não somente vencer a estagnação, mas promover o crescimento, lucratividade e evolução de sua própria empresa.

 


Valdez Monterazo - associado sênior na Sociedade Brasileira de Coaching, especializado em negócios, liderança e psicologia positiva. Tem cases de sucesso e promove resultados em diversos segmentos de pequenas e médias empresas. Saiba mais em: https://valdezmonterazo.com.br

 

Pesquisa da Ticket revela que 70% dos trabalhadores aumentaram os gastos com alimentação na pandemia

Quase 27% dos respondentes revelaram um acréscimo de mais de 50% no gasto mensal com a compra de mantimentos


Uma pesquisa realizada pela Ticket, marca de benefícios de refeição e alimentação da Edenred, com mil respondentes, revelou mudanças nos hábitos alimentares dos trabalhadores brasileiros após um ano do início da pandemia. Uma das principais alterações, mencionada por 70% dos participantes, foi o aumento dos gastos mensais com a alimentação. 

Quase vinte e sete por cento (26.56%) revelaram um acréscimo de mais de 50% no gasto mensal com a compra de mantimentos, enquanto 28% disseram que sentiram um aumento de 10 a 30%, e 25% observaram uma alta de 30 a 50%. Cerca de 10% dos participantes disseram que o gasto continua igual e apenas 3% revelaram que ele diminuiu. “O trabalho remoto ainda é privilégio de uma pequena parcela dos trabalhadores brasileiros, mas não podemos ignorar as novas necessidades dos que tiveram sua rotina modificada. O aumento de gastos com compras de mantimentos é uma delas”, comenta Felipe Gomes, Diretor-Geral da Ticket.

Sobre a frequência com que realizam compras no mercado (ou quitandas, açougues, peixarias, supermercados, sacolão, entre outros), 39% responderam que vão pelo menos uma vez por semana ao estabelecimento, 22% duas vezes ao mês e 19% frequentam três ou mais vezes por semana. O uso do cartão alimentação se destaca entre as formas de pagamento nesses estabelecimentos, com 69% de utilização em pagamentos presenciais ou pagamentos online. Os cartões de crédito e débito são usados em 27% e 26% das vezes, respectivamente. Já o dinheiro é a preferência em 11% das compras feitas pelos entrevistados. 

Segundo a Ticket, entre os estabelecimentos em que o Ticket Alimentação mais foi utilizado estão os atacadistas (24%), hortifrutis (20%), minimercados (14%), supermercados/hipermercados (13%) e açougues (12%). 

Já os pedidos de comida em restaurantes seguem na rotina de parte dos trabalhadores: 62% dos participantes da pesquisa continuaram realizando pedidos durante a pandemia, mesmo que não diariamente. Quando pedem as refeições em restaurantes, a forma de pagamento mais utilizada, segundo 40% das pessoas, é o cartão refeição para pagamento manual. Já 30% preferem utilizar o cartão de crédito, 21% o cartão refeição para pagamento online, 29% recorrem ao cartão de débito e 14% utilizam dinheiro em espécie.

 “A pandemia mudou os hábitos de refeição dos trabalhadores brasileiros, mas os benefícios de alimentação e refeição continuam sendo fundamentais para 70% dos respondentes, que afirmaram que os benefícios oferecidos pela empresa neste cenário contribuem para o aumento de seu poder de compra durante a pandemia”, finaliza Gomes.


AOS FINAIS DE SEMANA E FERIADOS É POSSÍVEL ESTAGIAR?

Entenda as limitações e a carga horária conforme a legislação do estágio

 

O estágio é um tempo de treino e experiência corporativa. Por isso, é diferente do emprego (regime CLT) e inclusive, os benefícios e direitos são outros. Nesse sentido, uma das dúvidas campeãs recebidas aqui na Abres é sobre a possibilidade e legalidade de estagiar aos finais de semanas ou feriados.  

O intuito do programa é inserir os jovens no meio laboral para, dessa forma, eles adquirem competências profissionais e finalizarem a graduação já empregados. Sendo assim, segundo a lei 11.788, a carga horária nesse processo deve ser compatível com as obrigações escolares e não pode ultrapassar seis horas diárias e 30h semanais. Além disso, ficam vetadas as horas extras. 

Na legislação não há nenhuma proibição a respeito da atuação aos sábados, domingos ou feriados. Ou seja, é possível, mas sob a condição de estar dentro da jornada semanal permitida. Logo, o gestor deve administrar esses períodos da melhor maneira para não sobrecarregar o desempenho do indivíduo. 

 

Relação de ganha-ganha 

Como vimos, a modalidade é diferente do formato efetivo. Sobretudo, em relação ao tempo de estágio na mesma companhia. Este não pode exceder dois anos, exceto, quando se trata de uma pessoa com deficiência (PCD). Afinal, o objetivo é fomentar a cultura da efetivação, pois o jovem está em busca de sua admissão e a chance de evolução na carreira.  

Sempre vale lembrar das vantagens para ambas as partes. Em um posto formal, o empresário deve pagar ao funcionário encargos trabalhistas, como FGTS, INSS, 13º salário, sobre férias e eventual multa rescisória. Já no caso do ato educativo escolar supervisionado, isso não é necessário. Ademais, os dirigentes obtêm um talento treinado e moldado conforme a organização. Então, o ideal é sempre aproveitá-lo nos seus quadros.  

Para o iniciante, além do expediente mais curto, no modelo extracurricular (isso é, não obrigatório) é mandatório o pagamento da bolsa-auxílio (BA), auxílio transporte, seguro contra acidentes pessoais e recesso remunerado. Bem como, diante do cenário atual, a possibilidade de fazer o home office, independentemente se curricular ou não. 

Quanto ao valor dessa BA, quando compulsório, não existe uma quantia mínima ou determinada pela lei. Todavia, aconselhamos as companhias oferecerem uma remuneração compatível com o mercado e atraente, pois a intenção é motivar e reter alguém interessado em aprender cada vez mais. 

Portanto, a atividade é essencial para a evolução da juventude e das instituições, pois potencializa a inovação, proatividade e o entusiasmo para todos os envolvidos. Invista no futuro do país, o Brasil agradece!

 


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios

 

Especialista avalia prós e contras da verticalização nas grandes cidades

Verticalização de forma planejada em grandes centros urbanos, como Goiânia, pode resultar numa cidade mais eficiente, segundo urbanista Suzy Alves
Prefeitura de Goiânia


Para arquiteta e urbanista, numa cidade compacta, a menor necessidade do uso de transporte individual impacta positivamente no trânsito, no meio ambiente e  nos serviços urbanos que ficam mais acessíveis


De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua de 2019, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as casas ou moradias horizontais representam 85,6% dos domicílios no Brasil e apenas 14,2% são apartamentos. Mas, apesar de sermos um país de urbanização predominantemente horizontal, especialistas em urbanismo são praticamente unânimes em dizer que o processo de verticalização nos grandes centros urbanos é uma tendência sem volta, o que não impede que os condomínios horizontais sejam um nicho importante do mercado imobiliário, mesmo em cidades grandes como Goiânia, uma das capitais com maior número de empreendimentos residenciais com essa tipologia.

De acordo com a arquiteta e urbanista Suzy Alves, sócia-diretora do escritório Norden Arquitetura, nos últimos dez anos a capital goiana experimentou um movimento forte de pessoas que deixaram edifícios residenciais, muitas vezes em áreas nobres, para buscarem mais espaço e bem-estar em condomínios horizontais mais afastados. “As pessoas, em sua grande maioria, veem os condomínios verticais como uma opção que oferece mais segurança e que estão mais perto de escolas, do comércios e do trabalho. No entanto, há uma parcela significativa da população que anda estressada com o grande movimento dos centros urbanos — e é este o principal motivo pelo qual muitos buscam a qualidade de vida dos condomínios horizontais, mesmo que mais distantes”, afirma Suzy.

A arquiteta e urbanista avalia, inclusive, que a pandemia evidenciou como o fato de não estarmos bem com o local onde moramos pode impactar em nosso bem estar físico e mental. “As pessoas perceberam que a moradia com a família vai além dos ambientes fechados por paredes. Viram a necessidade de um espaço com mais paz de espírito para contemplar a natureza, respirar um ar mais puro e garantir segurança para as crianças atravessarem a rua e brincarem nos parques”, afirma.

No caso de Goiânia, capital que reúne o segundo maior número de residenciais horizontais no País, são mais de 250 conforme dados da Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás (ADU-GO), há o impacto de uma forte ligação com a cultura rural e sertaneja, fazendo com que uma boa parte dos goianienses tenham um perfil mais tradicional e prefiram morar em casas. O problema é que para ter esse modo de vida, segundo explica Suzy Alves, se paga um preço que muitos consideram alto. “É necessário sair do centro urbano — com isso vem alguns transtornos como um tempo maior no trânsito, seja por causa do trabalho ou da escola dos filhos”, pondera a especialista.



Verticalização é benéfica

E é pelo fato de não poderem pagar esse “preço” de ter que mudar a rotina da família, que as moradias verticais nos centros urbanos acabam sendo a melhor opção para a grande maioria, que busca essencialmente segurança, conforto e comodidade. Por isso, a arquiteta e urbanista reforça que a verticalização é um processo sem volta e pode ser bom para as pessoas e para as cidades, se feito de forma planejada e sustentável. 

“A verticalização é uma forma de aproximar um grande número de habitantes em uma área mais restrita com a proximidade de várias atividades. Este processo, se bem planejado e seguindo todas as regras do uso do solo, não gera problemas e atende a maioria da população”, explica Suzy Alves ao destacar que os modernos prédios residenciais investem cada vez mais em projetos com um vasto número de ambientes de lazer e com serviços compartilhados, o que faz com que o morador desfrute de uma qualidade de vida bem semelhante a que é oferecida num condomínio de casas.



Planejamento sustentável

Redução de áreas verdes, comprometimento do lençol freático e os impactos no trânsito são apontados como pontos críticos para a verticalização. Mas, Suzy argumenta que esses impactos podem sim ser neutralizados, e que o processo de verticalização pode ocorrer de forma sustentável se houver mudanças na forma de projetar os modernos prédios e atualização dos planos diretores das cidades.

“Mas, para que o processo de verticalização das cidades tenha um efeito sustentável positivo, é preciso mudar o jeito de projetar e construir. É preciso ter projetos que busquem soluções como: a eficiência energética para reduzir custos ambientais e financeiros; mecanismos para reaproveitar a água; investimento no desenvolvimento de fornecedores e materiais reutilizáveis com construções modulares para causar menor impacto ambiental”, esclarece Suzy Alves. 

Ela ainda acrescenta que é essencial que o Plano Diretor das cidades passe por ajustes e atualizações. “Um tipo de atualização da legislação que vem ocorrendo em muitas grandes cidades é, por exemplo, dispensa de exigência de um grande número de vagas de garagem para os apartamentos — uma vez que hoje em dia é cada vez maior o número de pessoas que optam por transportes alternativos ao invés do uso do carro próprio. Sem falar ainda que reduziria os valores dos imóveis”, afirma.

A arquiteta e urbanista lembra que uma cidade verticalizada e compacta é mais positiva pois proporciona uma redução de gastos com serviços públicos e aumento da eficiência dos mesmos. “Numa cidade compacta, a menor necessidade do uso de transporte individual impacta positivamente no trânsito e no meio ambiente. Os serviços urbanos são mais eficientes e acessíveis, como coleta de resíduos, transporte público, energia elétrica e rede de água. Ao passo que numa cidade espraiada os custos dos serviços são maiores e muitas vezes não chegam a toda a população”, explica a arquiteta e urbanista. 

 

Herança digital e os cuidados com a sucessão do patrimônio virtual

Atualmente, devido ao avanço da tecnologia, o meio digital tem ganhado cada vez mais espaço e relevância nas relações humanas. Diante deste cenário, a legislação vem evoluindo gradualmente para regular direitos e obrigações de bens considerados intangíveis de grande valor estimado, como é o caso da herança digital. 

A herança digital é o conjunto de bens, direitos e obrigações transmitidos para os herdeiros por meio da sucessão do patrimônio de pessoa falecida. Podem ser direitos publicados ou armazenados em plataformas digitais ou servidores virtuais, podendo ser acessados de forma online ou não, consistindo em contas em redes sociais, senhas de acesso a serviços e materiais em mídias virtuais. 

No Brasil, a herança digital ainda gera muita discussão. Existem alguns projetos de lei em trâmite, mas nada aprovado. Na falta de legislação específica, utilizamos a definição do Código Civil de herança para, de forma extensiva, suprir as disposições de bens virtuais. 

O patrimônio digital pode ser composto por bens com valor financeiro como, por exemplo, criptomoedas, livros, jogos, músicas, softwares, redes sociais de celebridades que recebem retorno de publicidade, ou bens sem valor financeiro, mas com valor sentimental, como e-mails, cartas, fotos, diários, contas, etc. 

O número de testamentos digitais está aumentando nos últimos anos, como também o número de processos discutindo a sucessão digital. Algumas plataformas se anteciparam e já é possível, em vida, deixar determinado o responsável por sua conta após o falecimento, que estará incumbido por apagar a conta ou transformá-la em memorial. 

Sem o testamento, o herdeiro precisará de autorização judicial, sendo necessário apresentar o atestado de óbito para a plataforma solicitando essa modalidade. 

Todos os indivíduos devem ter cuidado com seu patrimônio virtual, principalmente na sucessão. Portanto, deixar claro seus desejos em testamento, se faz essencial, principalmente para artistas e pessoas que faturam nas redes sociais. É sempre importante o acompanhamento de um advogado na elaboração do testamento.

 


José Santana Júnior - advogado especialista em Direito Empresarial e sócio do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados.


Sublocação de espaços pode ser uma boa ideia para aplicação de vistos nos Estados Unidos

Para aplicação de determinados vistos para os Estados Unidos é necessário ter um projeto de negócio e é importante que esse projeto seja viável no país. Constantemente, surgem novos projetos e iniciativas e gosto de mostrar a aplicabilidade de alguns tipos de empresa, para pessoas que desejam o visto americano.

Uma das ideias que tive surgiu recentemente quando fui cortar o cabelo em uma barbearia e me deparei com um cenário um pouco diferente, com uma recepção pequena e alguns televisores espalhados pelo local, cada um com programação distinta e quatro baias de trabalho individuais para cada lado. Um lugar com decoração bem feita e bastante interessante.

Esse tipo de negócio pode ser adequado na aplicação de um visto E2, por exemplo. Nesse caso, o aplicante precisa da cidadania de um país parceiro comercial dos Estados Unidos, mas com alguns recursos já é possível trabalhar e ter uma rentabilidade no país. Isso porque a estrutura é simples e não requer um grande investimento e, além disso, é possível alugar o espaço para outros cabeleireiros, no caso da barbearia a que me referi.

Essa estrutura é comum nesses empreendimentos: o proprietário aluga um local, faz as divisórias de acordo com o tamanho e aloca as cadeiras e armários para cabeleireiros, barbeiros, maquiadores, entre outras profissões da área. Segundo a profissional que fez o meu atendimento, o valor da locação é de US$ 200.00 por mês e é cobrado US$ 10.00 para cada atendimento, para cobertura das taxas de limpeza, marketing etc.

Neste lugar, o preço por corte varia entre 35 e 45 dólares e cada trabalhador atende em média quatro pessoas por dia, de terça a sábado. São aproximadamente 160 pessoas no salão por semana e apenas com o valor dos cortes o proprietário ganha em média US$ 1600.00 nesse período, em um mês são US$ 6400.00, com o aluguel dos espaços esse valor vai para quase US$ 8000.00 de receita bruta.

Mas também vale ressaltar que é necessário fazer um investimento para criar esse ambiente, que também pesquisei. As cadeiras, espelhos, armários embutidos, televisores custariam em média US$ 32.000,00. Uma recepcionista para manter no local teria um salário de aproximadamente US$ 2000.00, já o aluguel na mesma região pode custar até US$ 2300.00, além de despesas. Supondo que esse proprietário tenha uma receita de US$ 8000.00 e um custo fixo de aproximadamente US$ 4500.00, ele ainda tem um lucro de US$ 3500.00 mensais.

Imagine que esse mesmo proprietário passe a reinvestir o lucro e abrir o mesmo negócio, com a mesma estrutura em outros locais. Com isso, ele pode criar uma rede dessas sublocações onde cada um tem o seu seguro de responsabilidade, paga pelos próprios produtos utilizados e pelo custo de manutenção do local. Vale ressaltar que para a abertura desse tipo de empreendimento é necessário que o contrato de locação tenha permissão para sublocação também, gerando uma renda passiva interessante para abertura de negócios.


 

Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo LLC. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br.  Toledo também possui um canal no YouTube com quase 110 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB São Paulo e Membro da Comissão de Direito Internacional da OAB Santos.

 

Advogados Associados

http://www.toledoeassociados.com.br

 

Youjin Law Group e Toledo

https://leetoledolaw.com/


Fome atinge 4,7 milhões de crianças e adolescentes no Brasil

Aldeias Infantis SOS
Organização global lidera campanha para alimentar famílias e evitar a perda do cuidado parental de menores



Segundo levantamento do Datafolha, 46% dos brasileiros alegam queda de renda familiar no último ano, resultado do aumento no número de desemprego provocado pela pandemia e a diminuição do auxílio emergencial. É estimado que 10,3 milhões de pessoas não têm o que comer e estão vivendo em situação de extrema vulnerabilidade. Desses, cerca de 4,7 milhões são crianças e adolescentes que não estão tendo condições de se alimentarem diariamente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

“Além dos efeitos imediatos, como a desnutrição em uma fase crucial para o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, seus pais e familiares, sem ter o que comer, se veem forçados a deixá-los sozinhos e expostos para buscar novas fontes de renda e de alimento”, explica Edmond Sakai - Diretor de Relações Institucionais, Marketing e Comunicação da Aldeias Infantis SOS Brasil, maior organização humanitária no mundo em atendimento direto à criança.

 

Pai de três, Damaris de 8 anos, Samuel de 5 anos e Sarah de 2 anos, Ademir Mendes da Silva se desdobra para conseguir arcar com as contas de casa. Em dezembro do ano passado sua esposa faleceu e, por conta disso, também precisa custear uma cuidadora para estar com as crianças enquanto trabalha. “Tem sido ainda mais difícil honrar todas as minhas dívidas e dar o que os meus filhos mais precisam, a comida”, desabafa o carioca que trabalha como faxineiro.

 

Para sustentar as filhas, Ademir tem contado com projetos da Aldeias Infantis SOS Brasil, que neste momento, também lança uma campanha nacional de arrecadação para atenuar os efeitos da fome no país. A Campanha Nacional #SOSCriançasSemFome, que conta com doações pelo site oficial da organização, www.aldeiasinfantis.org.br, foi lançada para prestar apoio às mais de 1.840 mil famílias que já são atendidas, incluindo as venezuelanas em situação de refúgio no Brasil.


“Nosso objetivo é reduzir a fome e prevenir a perda do cuidado parental. A alimentação é um direito básico e estamos lutando para que nenhuma criança tenha que crescer sozinha”, diz Sakai. A Campanha #SOSCriançasSemFome vai distribuir cartões alimentação no valor de R$ 300 e kits de higiene e de prevenção contra a Covid-19, durante quatro meses, para famílias em situação de extrema vulnerabilidade social que estão cadastradas nos mais de 70 projetos da Organização no país. A duração da ação tem como objetivo promover um apoio contínuo, a fim de obter melhores resultados para essas famílias a longo prazo.

 

Amparados pelo projeto Centro Dia, da Aldeias Infantis SOS Brasil, na comunidade do Morro do Banco no Rio de Janeiro, os filhos mais velhos do senhor Ademir tinham um local seguro e assistido por profissionais enquanto estavam no contraturno escolar. Com a pandemia e as medidas de isolamento social, a organização tem oferecido auxílio na distribuição de alimentos, fraldas e impressão de atividades escolares, além de auxílio ao atendimento direto de assistência social. “Esse mês, recebi a ligação do pessoal da ONG falando que tinham uma cesta básica para mim e que eu receberia nos próximos meses. Essa ajuda me tirou do sufoco, saber que tenho comida garantida para os meus filhos, nos próximos meses, me deixou um pouco aliviado”, desabafa o pai.



“Queremos garantir que esses pais, mães e responsáveis não se exponham, tendo que sair muitas vezes de casa atrás de cestas básicas em diferentes locais, e assim suprir a necessidade familiar no mês. O cartão alimentação, além de ter um valor um pouco maior do que a maioria das cestas básicas, também devolve a dignidade e autonomia às famílias, que podem escolher o que precisam ou querem comprar e, consequentemente incentivam a economia local”, completa Sakai. A previsão é que mais de 5 mil crianças e jovens sejam atendidos por essa movimentação emergencial.



Sobre a Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS Brasil (SOS Children’s Villages International) é uma organização humanitária, sem fins lucrativos, não governamental e independente, que luta pelo direito das crianças, jovens e adolescentes a viverem em família. No mundo, é a maior organização de atendimento direto à criança. A Aldeias Infantis SOS Brasil atua junto a meninos, meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de dar resposta a situações de emergência, com cuidado, proteção e carinho. Fundada na Áustria, em 1949, está presente em 137 países. No Brasil, atua há 54 anos e mantém mais de 70 projetos, em 31 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado de suas famílias, a Aldeias Infantis SOS Brasil luta para que nenhuma criança tenha que crescer sozinha. Para saber mais: www.aldeiasinfantis.org.br


Olimpíada Big Brother: todos serão vigiados no Japão

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Biometria facial utilizada durante os jogos garante desde cumprimento de medidas de combate ao contágio do novo coronavírus até segurança de atletas e torcedo


A olimpíada que promete ser a mais tecnológica da história conta com um importante aliado para garantir a segurança e a saúde de todos os envolvidos: a biometria facial. Focado no cenário de pandemia, o projeto biométrico foi criado no Japão para reduzir o contato entre as pessoas e aumentar o distanciamento. Essas medidas são importantes, principalmente quando atletas, torcida, organização, imprensa e voluntários se encontram em espaços fechados e com grande circulação de pessoas. 

Espalhadas por esses locais, as câmeras ajudam a manter as pessoas protegidas da covid-19 por meio de interações sem contatos diretos, além de alertarem sobre aglomerações. "Sabendo que estão sendo vigiadas, as pessoas tendem a se comportar de maneira mais mecânica", analisa a professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo, Josy Martins. Tecnologias semelhantes foram testadas em vários eventos que antecederam Tóquio 2020. A liga de futebol japonesa, por exemplo, utilizou câmeras de reconhecimento facial nos estádios para monitorar o comportamento dos torcedores. E o relatório trouxe um dado interessante: cerca de 90% dos presentes usavam máscaras o tempo todo, enquanto os outros 10% tiravam a proteção para se alimentar durante as partidas. O projeto de transformação digital instalado no Tokyo Dome - um dos locais de competição -, por exemplo, usa a tecnologia de reconhecimento facial para controle de acesso biométrico, pagamento em lojas, pedidos de refeições, prevenção de fraudes e violência.

Além dos estádios, o reconhecimento facial está presente nos aeroportos, ruas e transporte público. A expectativa é vigiar em 3D todas as 300 mil pessoas credenciadas para a olimpíada. De acordo com o jornal Japan Times, são 8 mil câmeras de segurança e 2,5 mil sensores, instalados para monitorar possíveis ameaças aparentes e ocultas nos arredores das arenas esportivas.

Por trás de toda essa inovação estão gigantes da tecnologia como Intel, Alibaba, TI NEC Global e Panasonic. "O funcionamento exato da biometria facial para a segurança na olimpíada não está sendo divulgado para evitar que hackers entrem no sistema e representem riscos para o evento", afirma o superintendente de Engenharia de Produtos da Tecnobank, Isaac Ferreira. Ele destaca que, atualmente, o reconhecimento facial é uma das opções mais seguras do mercado. Mesmo assim, é importante ficar alerta, porque “as tecnologias se mostram eficazes até que alguém aprenda a burlá-las".

A tecnologia de reconhecimento facial tem sido usada na vigilância pública de mais de 100 países e demonstra grande eficiência, segundo Ferreira. "Os avanços na inteligência artificial melhoram a precisão e a eficácia do software de reconhecimento facial e oferecem uma infinidade de utilidades. Na Olimpíada de Tóquio espera-se usar esses avanços, inclusive, para identificar os rostos de atletas, oficiais e outros funcionários autorizados a entrar em áreas restritas. Outra função do recurso é verificar indivíduos que estão onde não têm permissão para estar", revela.

No Brasil, a validação biométrica com reconhecimento facial e confirmação de dados é uma das apostas da Tecnobank para dar mais segurança às operações financeiras on-line. A empresa tem no portfólio de produtos um hub de soluções antifraude com assinatura eletrônica, validação documental e reconhecimento facial chamado VerifiKey. A plataforma transforma a selfie em um hash biométrico no onboarding (processo de cadastro, formalização e aprovação digital do cliente), valida em bases oficiais e compara o hash com outro gerado no instante da assinatura, garantindo maior segurança e agilidade. Em menos de seis segundos é possível ter a confirmação de quem é a pessoa que está fazendo uma transação ou assinando um documento.


Pesquisadores da Unifesp avançam em estudo sobre uso de nióbio para tratamento de águas poluídas

Ao atuar como catalisador, óxido do metal torna processo de tratamento mais rápido, eficaz e mais sustentável

 

Estudos desenvolvidos por pesquisadores do Laboratório de Pesquisa em Catálise e Química Sustentável do Instituto do Mar, no Campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo (IMar/Unifesp), têm revelado como o nióbio, um metal de transição com alta condutividade térmica e elétrica, maleabilidade, alta resistência ao calor, ao desgaste e à corrosão, pode servir como alternativa promissora para o tratamento de águas poluídas, num processo rápido, eficaz, sem exigir descarte de lodo de resíduo em aterro e sem gasto de consumo de reagentes.

"Hoje em dia, o nióbio é utilizado em diversas aplicações tecnológicas como, por exemplo, em carros, turbinas de avião, sondas espaciais, aparelhos de ressonância magnética, marcapassos, entre muitos outros. Porém, seu uso como catalisador, ou seja, um acelerador de reações químicas, ainda é pouco explorado. Nesse sentido, o pentóxido de nióbio é um sólido branco, semicondutor, com uma baixa área superficial, insolúvel em água, estável ao ar, e que possui caráter ácido, (principalmente, em sua forma hidratada, conhecida como ácido nióbico) com propriedades redox (oxido-redução), e é atóxico. Em nossos recentes estudos, observamos que essas propriedades o fazem ser bastante efetivo como catalisador em um processo de oxidação avançada que chamamos de "fotocatálise-heterogênea", onde o catalisador sólido entra em contato com o efluente líquido, e com ajuda de radiação eletromagnética (por exemplo pode ser a luz do sol, ou luz UV) gera radicais hidroxilas, espécies altamente oxidantes, capazes de degradar uma grande variedade de moléculas contaminantes em água. Está é uma forma alternativa aos tratamentos de águas poluídas usados atualmente", explica Yvan Asencios, professor do IMar/Unifesp e coordenador do estudo.

O nióbio é abundante no Brasil. Atualmente, o país é o detentor de 98% dos depósitos de nióbio em operação no planeta. Araxá (MG) concentra a maior parte das jazidas (75%), cuja exploração é realizada pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).


Pesquisas mostram eficácia do nióbio

Em um estudo publicado na revista Materials Chemistry and Physics, os pesquisadores do Grupo de Catálise e Química Sustentável do Campus Baixada Santista da Unifesp reportaram a obtenção do pentóxido de nióbio (a partir de um sal solúvel do metal por uma rota de síntese simples). Este material foi testado como fotocatalisador para degradar o corante sintético Azul de Metileno em água. Esse corante é um dos poluentes orgânicos comuns (embora o Azul de metileno tenha uma baixa toxicidade em humanos, é toxico à biota aquática, e seu despejo inadequado deve ser evitado), assim como os compostos fenólicos, são amplamente usados ​​nas indústrias têxtil, de papel, cosmética, farmacêutica, de tintas, de couro e de alimentos.

"Em muitas ocasiões, os compostos fenólicos e os corantes sintéticos remanescentes do processo de tingimento são despejados em corpos de água sem o tratamento adequado ou até sem qualquer tratamento. Alguns corantes sintéticos são tóxicos, mutagênicos e carcinógenos. Eles podem bloquear a penetração da luz solar e impedir que as plantas aquáticas realizem fotossíntese. De outro lado, os compostos fenólicos destroem todos os tipos de células, são muito tóxicos para organismos aquáticos e, em humanos, são tóxicos por inalação, por contato com a pele e por ingestão", diz Asencios.

Ao pentóxido de nióbio, os pesquisadores adicionaram dióxido de titânio, formando fotocatalisadores de óxidos mistos, sensíveis à luz visível, os quais conseguiram degradar efetivamente o corante Azul de Metileno em solução aquosa sobre luz visível.

Em outro estudo também feito no mesmo grupo de pesquisa, desta vez publicado na revista Solar Energy, nano-heteroestruturas de nióbio - junção de estruturas de nióbio: NaNbO3 e Na2Nb4O11, de tamanho nanométrico - foram reportadas por primeira vez. Esse material foi sintetizado por uma metodologia simples e econômica. As nano-heteroestruturas foram depositadas à argila natural, visando dotar de novas propriedades às argilas naturais. "Os catalisadores resultantes conseguiram degradar a Rodamina B, um corante sintético de toxicidade em humanos e de efeitos tóxicos à biota aquática, por isso sua completa eliminação é necessária", explica o pesquisador.

Um terceiro estudo publicado na revista Rare Metals, fenol e Azul de Metileno presentes em água poluída foram degradados eficientemente usando catalisadores de compostos de óxido de Nióbio dopado com pequenas quantidades de óxido de cério sob luz visível.

"Tivemos resultados muito promissores. É sabido que a saúde e o bem-estar da população dependem de um abastecimento contínuo e adequado da água, que obedeça aos padrões de qualidade necessários para seu consumo. Neste cenário, existe uma grande demanda por métodos de tratamento de água cada vez mais eficientes, que sejam de baixo custo, que não gerem resíduos tóxicos e que sejam de fácil implementação e acesso", explica o docente.

"Os métodos convencionais, que incluem filtração, coagulação-floculação, precipitação, resinas de troca iônica, lodos ativados, entre outros, geram grandes quantidades de resíduos, como a lama tóxica, o que causa elevado consumo de reagentes químicos e energia. Tudo isso eleva o custo operacional e abre a necessidade de tratamentos posteriores, o que pode prejudicar sua disponibilidade. Já os processos de tratamentos de águas que usam adsorventes e filtração por membranas são de fácil operação, porém costumam ser feitos de materiais caros, como membranas poliméricas e carvões ativados, além de precisarem de processos auxiliares para sua regeneração. Nossos estudos, assim, tem revelado que o uso de nióbio pode representar uma solução eficiente e bem acessível para tratarmos nossa água poluída", destaca o professor da Unifesp.

O grupo segue no desenvolvimento de mais estudos com o metal no Laboratório de Catálise e Química Sustentável como, por exemplo, a degradação de contaminantes em água de mar, efluentes da indústria do petróleo, produção de gás de síntese, produção de hidrogênio, entre outros, focado às pesquisas na área da química verde e tecnologia química. Os trabalhos contam com colaborações de pesquisadores da Universidade Federal do ABC (Santo André/SP) e da Universidade de São Paulo (USP São Carlos/SP) e com o patrocínio das agências de Fomento Fapesp e CNPq, e, além do apoio da CBMM, que cedeu os sais de nióbio necessários para preparar os catalisadores.

 

LGPD prevê bloqueio de banco de dados além de multas

Sanções contra empresas que não se adequarem
começam a valer em agosto (Foto: Pixabay)


Nos setores de seguro e comércio eletrônico, bloqueio por falta de adequação pode representar o fechamento da empresa

O brasileiro ainda não desenvolveu a cultura da privacidade de seus dados pessoais e tem sido submetido a constantes ataques cibernéticos. Não é à toa que o país ocupa a 70ª posição no Índice Global de Cibersegurança. A partir de agosto, isso pode trazer graves problemas para empresas, pequenos comércios e até profissionais liberais. Todos têm que se adequar à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se quiserem continuar operando sem multas e sanções que podem até levar ao fechamento de uma companhia.

Uma das penalidades previstas é a suspensão do uso do banco de dados por um período de até seis meses. “Milhares de empresas de comércio eletrônico, seguradoras e de serviços de proteção de crédito, por exemplo, dependem desse banco de dados para operar. Se houver bloqueio, ficar até seis meses sem funcionar pode provocar o fechamento desses negócios”, alerta Consuelo Rodrigues, especialista em LGPD e DPO (Data Protection Officer).

Essa não é a única sanção prevista na legislação. Quem não se adequar pode receber multas diárias de 2% do faturamento, limitado ao teto de R$ 50 milhões, perder contratos, sofrer processos judiciais e ter a reputação gravemente comprometida. “Empresas europeias, por exemplo, não poderão manter negócios com o Brasil se nossas companhias não estiverem adequadas, já que a lei europeia prioriza comércio com países que possuem o mesmo nível de adequação quanto à privacidade de dados pessoais”, completa a DPO e advogada Maria José Ciotto Luccas, membro da Associação Nacional de Profissionais de Privacidade de Dados (ANPPD) e Associação Nacional de Advogados de Direito Digital (ANADD).

Levantamento feito pela JUIT, empresa especializada em pesquisas jurídicas, mostrou que a Justiça está atenta ao tema: no período de nove meses, cerca de 600 sentenças judiciais foram baseadas na lei em todo o país. “Além de ações por danos morais, a publicidade desses casos abala a reputação das empresas”, observa a advogada Maria José.

Consuelo Rodrigues explica que a maioria das empresas ainda não se adequou à lei por falta de conhecimento de como a LGPD afeta seu negócio e até pela crença de que faltam recursos para iniciar uma adequação. “Uma empresa bem orientada, mas com poucos recursos, consegue iniciar um bom Programa de Privacidade. Além disso, elas podem recorrer ao ‘DPO as a Service’, serviço terceirizado que garante orientação a pequenos e médios empresários”, completa.

 

Ameaça redobrada

O Brasil lidera o ranking de ataques cibernéticos da América Latina. Só no primeiro trimestre deste ano, o país sofreu mais de 3,2 milhões de tentativas de ataques, segundo dados do FortiGuard Labs. Segundo as especialistas, esse número deve crescer a partir de agosto. “Infelizmente, a tendência é que os ataques cibernéticos sejam intensificados com a entrada das sanções da LGPD em agosto. Além da paralisação do negócio da empresa, entra na equação o risco de sanções decorrentes de vazamentos de dados, podendo elevar o valor dos resgates cobrados por cibercriminosos”, avalia Consuelo.

 

Regulamentação

Segundo a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), responsável pela fiscalização e aplicação de sanções, existem 60 pontos em aberto para serem regulamentados pelo órgão. “Esse contexto vai continuar por anos, como aconteceu com a lei europeia de proteção de dados, a RGPD, que entrou em vigor em 2018 e ainda passa por regulamentações, por isso é fundamental que as companhias busquem assessorias multidisciplinares para orientar a sua adequação”, explica a advogada Maria José, que também é assessora do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-Campinas.

 

Limites éticos

As especialistas reforçam, no entanto, que a LGPD não proíbe o uso de dados pessoais, mas estabelece o limite ético. O foco principal da LGPD é a proteção de dados pessoais e a garantia de direitos fundamentais, como a privacidade. “Isso é bom para todos. Quem souber demonstrar o uso ético das informações de seus clientes e consumidores, irá se destacar, pois, cada vez mais, trocamos informações com quem confiamos”, completa Consuelo.


Como saber se meus dados foram violados?

Registrato
https://www.bcb.gov.br/cidadaniafinanceira/registrato

É uma ferramenta gratuita disponibilizada pelo Banco Central que permite a consulta de empréstimos, financiamentos, contas em bancos, entre outras operações feitas em seu nome. O serviço pode ser acessado pelo seu banco.

Verifact
www.verifact.com.br

O serviço permite o registro de provas digitais, como conversas no WhatsApp, Facebook, Instagram, Twitter, Telegram, vídeos no YouTube, entre outras, que podem ser usadas em denúncias, processos judiciais e boletim de ocorrência. É um grande aliado em casos de ameaça e fraude.

Have I Been Pwned
https://haveibeenpwned.com/

O site permite saber se sua senha foi vazada de forma gratuita. Para usar basta inserir o endereço de e-mail.

MacAffee
https://www.mcafee.com/blogs/languages/portugues/pt-br-exemplos-de-e-mail-de-phishing-como-reconhecer-e-mails-de-phishing/

O site disponibiliza listas de fraudes mais comuns e dicas de como se proteger.

Karpensky
https://me-en.kaspersky.com/resource-center/threats/ransomware-attacks-and-types

A página disponibiliza listas de ransomwares, programa malicioso que bloqueia dados de computadores e servidores por meio de algum tipo de criptografia, mais usados por criminosos e como são utilizados.

 


Maria José Ciotto Luccas – advogada

Consuelo Rodrigues – especialista em LGPD e DPO


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