Dispositivo de terapia intraóssea, conhecido como NIO, veio para trazer mais eficácia e tecnologia aos primeiros socorros possibilitando o atendimento de pacientes que podem sofrer piora pela falta de acesso venoso para terapia medicamentosa.
O
dia a dia em uma emergência - seja dentro de um hospital ou mesmo na rua -
requer um protocolo rígido com regras universais para trazer sempre o máximo de
segurança para os pacientes. E uma das tecnologias já bastante exploradas, e
que está chegando ao Brasil é o NIO: um dispositivo de acesso intraósseo que
possibilita a infusão de medicações e fluidos através da via intraóssea de uma
maneira rápida, eficiente e segura. A tecnologia chegou ao país através do Grupo Hemocat/Cath-Care, que oferece soluções
inovadoras para o mercado de saúde.
De
acordo com Rose Abelha, Enfermeira Especialista da Linha de Emergência do
Grupo, quando o paciente está em estado de emergência, é preciso agir de forma
rápida e eficaz. Por isso a opção pelo acesso intraósseo ganha cada vez mais
espaço. “Essa é a melhor solução para infundir soro e medicamentos ao paciente
que chega em estado grave quando o acesso venoso não for bem sucedido ou
inviável. É um princípio para o começo do atendimento e pode evitar
agravamentos e até mortes”, revela a especialista.
A
terapia intraóssea é um método alternativo para administração de medicamentos e
fluidos através de um cateter instalado na cavidade medular. “O
dispositivo tem melhores taxas de sucesso na primeira punção, 98%, e o menor
índice de infecção quando comparada com outras terapias infusionais. Além
disso, pode evitar atrasos no início imediato na infusão de medicamentos e
fluidos em pacientes adultos, pediátricos e neonatais”, completa Rose
Abelha.
O
dispositivo é indicado para pacientes com acesso venoso difícil, pacientes em
urgência e emergência que podem estar em risco aumentado de morbidade e
mortalidade caso o acesso não seja obtido. “Também temos a versão NIO
Pediátrico, que é destinada para pacientes com idades entre 3 a 12 anos, onde a
profundidade da agulha pode ser alterada de acordo com a idade do paciente e o
NIO Infante para pacientes de 0 a 3 anos, que é manual e com penetração
controlada pelo profissional”, explica Rose Abelha.
Além
disso, todas as soluções e fluidos que podem ser infundidos por via endovenosa,
também podem ser feitos via intraóssea. “O NIO não deve permanecer por mais de
24 horas em cada sítio, devendo ser substituído, prioritariamente, por outra
via de acesso. A agulha do NIO pode ser utilizada na injeção de contraste em
exames de Tomografia Computadorizada (TC)”, indica a especialista.
NIO
auxilia no combate a covid-19
Ainda
de acordo com ela, essa terapia é indicada pelos maiores órgãos do mundo e
também auxiliou em casos graves de covid-19. “A emergência, por se tratar de
uma área crítica e de tratamento imediato, é uma das áreas mundialmente
padronizadas e focadas em primeiros atendimentos. A intraóssea começou nas
crianças, pois muitas morriam por falta de acesso, quando chegavam
desidratadas, por exemplo. Assim, perceberam que para o adulto também era uma
ótima alternativa”, conta.
Contraindicação
O
procedimento não é indicado em casos de ossos quebrados, pois o medicamento
pode não chegar ao local correto. “Se introduzir o líquido no osso quebrado,
ele pode extravasar. É uma contraindicação absoluta, é só não aplicar no osso
quebrado. Além disso, os profissionais também devem ficar atentos a feridas
abertas no local da aplicação do dispositivo, pois pode contribuir para uma
contaminação, levando a uma infecção óssea.
Para
André Monteiro, enfermeiro administrador do SAMU Guaratinguetá, o dispositivo
ajuda a salvar mais vidas. “Para utilizar o dispositivo intraósseo todos os
enfermeiros passaram por um curso de habilitação e punção intraóssea, e depois
nós tivemos a condição de conhecer o dispositivo. Fomos o primeiro SAMU do país
a utilizar o dispositivo de forma real, um dos nossos enfermeiros aplicou em
uma paciente durante uma hipoglicemia severa, e o paciente se encontra
saudável. Nós agregamos a cada atendimento com esse procedimento tecnologia e
valor ao dispositivo para ser utilizado de forma eficiente. O dispositivo tem
sido um diferencial, a punção intraóssea é algo fantástica, principalmente nas
taxas de reversão de parada cardiorrespiratória, hoje temos uma taxa de
reversão de 70% dos casos”, conta.
O
enfermeiro Marcus Vinicius, também compartilha a experiência que teve
utilizando pela primeira vez o dispositivo intraósseo. “Quando fui acionado a
atender um quadro de hipoglicemia, chegando na residência a paciente, de 82
anos, se encontrava sonolenta e não interagia nem com os familiares e nem com
os médicos, e foi visto que ela apresentava uma atrofia dos membros inferiores,
devido a um quadro de AVC ocorrido há 3 anos. Os familiares também relataram
que ela fazia tratamento para diabetes e hipertensão, e que ela se encontrava
em um quadro de desidratação. Assim, foi feita uma busca por uma via venosa,
mas não foi possível colocar um acesso. Então optamos pelo acesso intraósseo,
onde posicionei a paciente e puncionei o dispositivo no úmero esquerdo, com
sucesso, onde administrei os medicamentos, e logo depois ela já foi retornando
a consciência, levamos a paciente foi para o pronto socorro local, interagindo
com a equipe e conseguimos uma recuperação rápida”, finaliza.
Cath-Care