Potências mundiais têm batalhado por espaço no setor de semicondutores; Brasil se insere na questão geopolítica ao assinar acordos de cooperação com país asiático
A era da digitalização transformou componentes
tecnológicos em itens desejados e principalmente disputados entre grandes
nações do mundo moderno. Os chips, ou também conhecidos como semicondutores,
são um dos itens que têm ganhado extrema importância no cenário tecnológico
atual.
Celulares, computadores, carros, aviões e
eletrodomésticos, os semicondutores são mais do que um componente eletrônico,
eles assumiram a posição de agentes principais de uma acirrada disputa
geopolítica entre duas das principais nações do mundo: Estados Unidos e China.
A maior economia do mundo, os Estados Unidos,
tradicionalmente conhecido como um expoente da criação de semicondutores,
começou a aplicar a Lei de Microchips e Ciência em fevereiro deste ano, e prevê
um investimento de cerca de US$ 40 bilhões para assumir a dianteira do setor em
relação à Rússia, e principalmente à China.
“Os EUA se consolidou, a partir da metade do século
XX, como um dos países que lideram as inovações tecnológicas e as transportam
para o mundo. De algumas décadas para cá, a China, com seu imenso potencial de
inovação e transformação, começou a disputar acirradamente a primeira posição
deste pódio com os norte-americanos, o que inclui o setor de semicondutores”,
explica João Gabriel, especialista em tecnologia e top voice do LinkedIn.
A potência tecnológica chamada
China
Com mais de 1,4 bilhão de habitantes, a China é um
dos países mais populosos do mundo. O intenso crescimento populacional pode ter
influência, mas não é um dos principais fatores a tornar a nação, o principal
rival dos Estados Unidos na corrida tecnológica dos semicondutores.
Mesmo com as sanções econômicas impostas pelos
Estados Unidos às empresas chinesas, o governo do país irá investir mais de US$
7 bilhões na indústria local de semicondutores.
“A China tem um potencial inigualável para se
tornar a grande potência tecnológica mundial dos próximos anos. Além de possuir
um vasto conhecimento tecnológico dentro das universidades, o país possui
diferentes perspectivas de investimento em tecnologia, com os semicondutores
sendo um dos principais fatores de inovação presentes”, comenta João.
Acordos do Brasil com a China
trazem nova perspectiva para o país
Em abril, o atual presidente do Brasil viajou à
China e, em encontro com o Secretário Geral, XI Jinping, o líder brasileiro
assinou 15 acordos envolvendo os dois países, além de outros 20 acordos
comerciais entre empresas e entes públicos de China e Brasil.
“É importante que o Brasil consiga evoluir estas
parcerias para que, futuramente, o país possa também ser uma das nações que se
sobressaiam neste âmbito, apesar de a discussão se apresentar como uma questão
geopolítica complicada, com o envolvimento de duas das maiores nações do
mundo”, opina o especialista.
Conforme a tecnologia avança, os semicondutores são
ainda mais utilizados para a construção de ferramentas. Se na primeira geração,
apenas um chip era necessário para o funcionamento pleno dos aparelhos
tecnológicos, hoje a quantidade necessária para atribuição das necessidades é
muito maior.
A batalha pelo maior controle do mercado de chips
está longe de terminar, e promete seguir acirrada nos próximos anos, com
Estados Unidos e China disputando não somente o mercado em si, mas a influência
de outras nações no jogo geopolítico presente.
Matuto Programador
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