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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Especialista alerta sobre riscos da automedicação em casos de pré-eclâmpsia

Fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos




Historicamente, a pré-eclâmpsia é a principal causa de morte materna no mundo. Caracterizada pela elevação da pressão arterial durante a gravidez, a doença pode ser identificada precocemente durante a realização do pré-natal, por meio da aferição da pressão e avaliação durante as consultas.

Entre os principais sintomas estão dor de cabeça, dor na boca do estômago, alterações na visão (com pontos de luz ou “estrelinhas”), e inchaço dos membros inferiores.

“São condições que parecem simples e isoladas, então sem orientação médica, muitas gestantes acabam se automedicando em casa e mascarando a real situação, que é relacionada à elevação da pressão arterial”, alerta Soubhi Kahhale, Coordenador Científico de Obstetrícia da Maternidade São Luiz Star e professor Associado Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP.

Por isso a importância da realização correta do pré-natal e a busca por atendimento ao identificar qualquer sintoma ou alteração durante a gestação. “É uma doença rápida e muito perigosa, mas se identificada precocemente, é possível adotar medidas de controle que possibilitam uma gravidez segura”, complementa o médico.

O alerta acontece na semana em que é celebrado o Dia Mundial de Pré-eclâmpsia (22/5), data voltada para a conscientização sobre a doença, que afeta de 5 a 10% das gestações no mundo.

De acordo com a percepção do especialista, que atua há 50 anos na área e já coordenou um grupo de pesquisa no Hospital das Clínicas de São Paulo sobre hipertensão e pré-eclâmpsia, fatores relacionados à pandemia aumentaram o receio das gestantes em buscar atendimento hospitalar, influenciando na gravidade dos casos.

Levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta queda de 13% nas consultas de pré-natal no ano de 2020, em relação a 2019, de acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS).

“O que temos visto em hospitais são gestantes que chegam com quadros graves de pré-eclâmpsia, como a Síndrome Hellp, que evolui com problemas de coagulação e a eclâmpsia quando apresenta convulsões. Ou seja, quadros gravíssimos e muitas vezes irreversíveis”, destaca o especialista da Maternidade Star, que reúne toda a expertise do Hospital São Luiz, um dos mais tradicionais de São Paulo, com o serviço premium da Rede D’Or.

Dados apontam que cerca de 20% das internações na UTI da Maternidade Star são relacionadas com síndromes hipertensivas na gravidez.

“Use máscara, álcool em gel e outras medidas para se sentir mais segura, mas vá ao médico. Jamais tome medicamentos por conta própria, pois isso pode agravar o quadro clínico”, orienta o professor Soubhi.

Já Mariza Loesch, coordenadora médica da Unidade de Terapia intensiva, lembra que o cuidado com a hipertensão não se encerra no parto. “O puerpério é um período extremamente conturbado e estressante, e os riscos relacionados à doença continuam. Por isso, é extremamente importante seguir com os cuidados após a saída do hospital, com acompanhamento médico ambulatorialmente", explica a especialista.

Entre as complicações estão principalmente problemas cardiocirculatórios, como derrame cerebral. “Após o nascimento a mãe tem uma série de preocupações com o bebê e a nova rotina, mas não pode deixar de lado os cuidados com a sua saúde”, alerta Mariza.

Em cerca de 10 meses de funcionamento, a Maternidade Star já realizou quase cinco mil partos e mantem sua taxa de mortalidade materna zerada.

Para Maria Augusta Gibelli, diretora Médica, esse resultado é possível graças à equipe multiprofissional altamente capacitada, que inclui os maiores especialistas do país.

“Temos equipes especializadas em casos de hipertensão, nomes de referência no setor, que acompanham as gestantes 24 horas por dia. Há ainda protocolos robustos e bem estabelecidos para atendimentos dos casos graves, proporcionando segurança assistencial e uma resposta mais rápida e eficiente”, destaca a gestora.

A unidade conta ainda com que há de mais moderno em termos de tecnologia hospitalar, com leitos de Unidades de Terapia Intensiva e semi-intensiva Adulto e Neonatal, pronto-socorro e centro obstétrico, salas de Delivery Rooms no Centro de Parto Natural, 90 apartamentos, além de salas exclusivas para partos cirúrgicos, cirurgias fetais e neonatais.

A taxa de mortalidade materna da Maternidade São Luiz Star está na contramão da taxa nacional, que aumentou consideravelmente nos últimos anos.

De acordo com levantamento do Observatório Obstétrico Brasileiro, com dados do Ministério da Saúde, a razão de mortalidade materna nacional aumentou 94% durante a pandemia da Covid-19, passando de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos em 2019, para 107.53 em 2021.


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