Pesquisa indica
redução na cobertura vacinal de crianças e adolescentes
Dados da pesquisa realizada em fevereiro de 2023,
pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), mostra que entre os anos 2014 e
2021 houve uma grande redução na procura de oito imunizantes que fazem parte do
esquema vacinal de crianças e adolescentes. Entre as vacinas que tiveram queda
estão a Tetraviral, que foi de 42,3%, em 2014, para 0,3% (17) em 2021 e a do
HPV feminina que chegou a bater a meta de vacinação em 2014, atingindo 100%,
mas que chegou em 2021 com apenas 13,6% dos municípios vacinados. A meta de
vacinação contra o HPV para o sexo masculino nunca foi batida desde que a
vacina foi disponibilizada para esse público.
Segundo a enfermeira especialista em vacinação da
Clínica Vacinne, Kátia Oliveira, muitas vezes a imunização dos adolescentes é
esquecida, porém é fundamental manter a atenção ao calendário vacinal dessa
faixa etária para evitar doenças que podem prejudicar os jovens para a vida
inteira. “Quando um filho nasce os pais já estão cientes de que a criança terá
que tomar uma série de vacinas, algumas aplicadas na maternidade. Nessa fase,
como o acompanhamento do pediatra é constante, o cumprimento do calendário
vacinal acaba sendo mais rígido. Conforme o crescimento vai acontecendo e as
visitas aos médicos ficam mais escassas, a busca pela imunização vai reduzindo
entre a maioria das famílias, mas não podemos esquecer que o(a) adolescente
também conta com um calendário vacinal próprio, que deve ser cumprido
rigorosamente”, afirma.
Vacinas da adolescência
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e
a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) o calendário vacinal do(a)
adolescente é constituído de diversas vacinas, sendo necessário avaliar se
houve o cumprimenro completo do esquema vacinal na infância para avaliar quais
vacinas são fundamentais de serem tomadas nesta fase. “Para os jovens que
realizaram o calendário vacinal completo na infância, as principais vacinas a
serem tomadas são as que protegem contra o vírus do HPV, a Pneumocócica, a
dpaT, a Influenza e a Meningite A C-W135-Y. Caso o esquema vacinal da infância
esteja incompleto, também devem ser inseridas vacinas como Hepatite A, Hepatite
B, Tríplice Viral, Varicela e Febre Amarela Viral”, explica Kátia.
Kátia conta que a vacina dpaT é conhecida como a
vacina dos 15 anos pois protege contra difteria, tétano e coqueluche, sendo uma
vacina de suma importância, já que coqueluche (também conhecida como tosse
comprida) é uma doença endêmica, com epidemias que surgem de forma cíclica com
intervalos de três a cinco anos no mundo todo. “A coqueluche é uma infecção
respiratória, causada por bactéria, que conta com alto grau de contaminação e
está presente no mundo todo. Os principais fatores de risco desta doença têm
relação direta com a falta de vacinação, que deve acontecer na infância e com
doses ao longo da vida. Outra vacina importante é a meningite quadrivalente, ou
A-C-W135-Y, que só está disponível em clínicas privadas, porém que conta com
uma imunização abrangente contra quatro tipos de meningococo”, reforça a
especialista.
Outra vacina fundamental de ser tomada na
adolescência, idealmente antes dos 12 anos, é a do HPV, que protege contra um
dos vírus mais disseminados na sociedade, causador câncer de colo de útero,
vagina, pênis, ânus, boca, faringe e laringe, além de verrugas genitais. “É
fundamental vacinar contra o HPV logo no início da fase da adolescência, antes
que os jovens comecem a vida sexual, evitando assim que eles se contaminem e
venham a carregar o vírus pela vida inteira. Importante lembrar que as vacinas
são a principal forma de combate doenças perigosas que muitas vezes são mortais
ou podem deixar sequelas. A adolescência é uma fase muito pontual, onde o corpo
está em desenvolvimento e os jovens começam a querer sair e se relacionar mais,
por isso é fundamental completar o calendário vacinal dessa faixa etária”,
finaliza Kátia.
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