terça-feira, 27 de setembro de 2022

Tratamento biológico promove cicatrização e reparação de lesões ortopédicas

Médico ortopedista explica sobre os benefícios do PRP e como casos de Bursite e Artrite podem ser tratados com essa tecnologia

 

A dor constante e, muitas das vezes, incapacitante é a principal queixa de quem sofre com bursite e osteoartrite. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 12 milhões de pessoas convivem com a osteoartrite ou a famosa artrose. Uma média de 6,3% da população adulta, segundo dados do consórcio Global Burden Disease. Além de somar aproximadamente 7,5% das causas de afastamento médico na Previdência Social.

Apesar de todos os tratamentos com uso de analgésicos e anti-inflamatórios, e sessões de fisioterapia, o grande desafio sempre foi deixar de atenuar apenas os sintomas para tratar a causa das dores e do desconforto. É neste ponto que entra a terapia biológica, que surgiram para promover uma cicatrização e reparação das lesões, que neste caso são ortopédicas.

Para o Dr. Layron Alves, ortopedista especialista em cirurgia do ombro e cotovelo e sócio da Clínica LARC, essa vertente da medicina é uma das melhores opções de tratamento para pacientes de bursite e artrose, pois geram uma melhora significativa na qualidade de vida dessas pessoas, aliviando de forma prolongada a dor e os sintomas.

“No caso da artrose, a doença causa uma degeneração da cartilagem das articulações. E, já no caso da bursite, acontece uma inflamação na bursa: uma pequena bolsa que armazena o líquido responsável por lubrificar a região e reduzir o atrito entre os ossos. Então, se antes os tratamentos diminuíam os processos inflamatórios e amenizavam as dores, agora as novas luzes da medicina buscam regenerar as células da cartilagem e dos tendões, e recuperar a lubrificação local. Assim, além de diminuir os sintomas é possível impedir o progresso natural da doença”, explicou.

Diferente das terapias medicamentosas onde o paciente ingere fórmulas sintéticas produzidas em laboratórios, na terapia biológica o tratamento acontece por meio de células retiradas do próprio paciente ou de algum doador, que são infiltradas no local lesionado com o objetivo de promover uma regeneração tecidual. Atualmente, existem técnicas de terapias com células tronco mesenquimais retiradas da medula óssea e do tecido adiposo (gordura), além da técnica de PRP – Plasma Rico em Plaquetas.

No tratamento PRP o médico coleta cerca de 20 ml do sangue do próprio paciente, depois coloca esse material em uma centrífuga que irá separar as plaquetas do restante do sangue. O plasma reservado, além de ser rico em glóbulos brancos e vermelhos, é constituído por fatores de crescimento e proteínas que tem ação anti-inflamatória, analgésica e regenerativa. Nos casos de artrose e também de bursite, o Dr. Layron explica que o plasma rico em plaquetas recebe uma quantidade de ácido hialurônico antes de ser administrado no paciente.

“Quando as articulações são afetadas por doenças como essas, o paciente tem muita dificuldade de movimentação. A articulação fica ressecada, rígida e lesionada. Então, quando fazemos a infiltração, que é realizada diretamente no local da dor, o propósito além de reparar a constituição da cartilagem é recuperar a viscosidade da articulação suplementando a quantidade de líquido sinovial que fica dentro da Bursa. E o ácido hialurônico é um grande aliado nesse processo por ser uma substância capaz de reter água dentro das células, tanto restabelecendo a viscosidade como ajudando em toda absorção e resposta do organismo ao plasma”, explica o especialista.

Os efeitos do PRP podem ser notados logo após a sua aplicação, porém o resultado final acontece entre o primeiro e segundo mês após o procedimento. Entre os principais benefícios do tratamento com plasma rico em plaquetas estão: alívio prolongado das dores e dos sintomas; retardo da progressão da doença; adiamento de uma possível cirurgia; recuperação mais rápida e efeitos mais duradouros. Além de ser uma técnica minimamente invasiva e sem risco de rejeição, já que o material coletado é do próprio paciente.

 

Dr. Layron Alves - ortopedista e especialista em tratamento de doenças crônicas degenerativas e em cirurgia do ombro e cotovelo, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC). O especialista é preceptor efetivo da residência médica do Hospital Ipiranga SP e membro do grupo de cirurgia do ombro e cotovelo da Faculdade de Medicina do ABC.


Nenhum comentário:

Postar um comentário