terça-feira, 27 de setembro de 2022

Campanha Cancele a Trombose terá ações de cidadania e conscientização na Semana do Dia Mundial da Trombose

Especialistas da SBACV-SP reforçam a necessidade de informar a população sobre a doença e o diagnóstico correto devido à gravidade e aumento de casos nos últimos anos

 

Durante os dias 10 a 16 de outubro, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), com o apoio da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Nacional (SBACV), realizará a Semana da Trombose, doença que está entre as principais causas de morte, ficando atrás apenas do infarto Agudo do Miocárdio e do Acidente Vascular Cerebral. A iniciativa faz parte da campanha #canceleatrombose, uma ação de cidadania que objetiva “cancelar” a Trombose e alertar a população sobre os cuidados e formas de prevenção da doença.

Em outubro, a Semana da Trombose contará com ações como:

  • Dia 12, às 9h: Corrida no Parque Ibirapuera com um percurso de cinco quilômetros, onde poderão participar tanto os médicos quanto o público que estiver no local;
  • Dia 13, das 20h às 21h: SPeciaLives: a transmissão abordará o tema “A importância dos dados epidemiológicos e da conscientização no Tromboembolismo Venoso”, com as participações dos cirurgiões vasculares Thiago Melo e Marcelo Calil Burihan;
  • Dia 15, das 8h30 às 17h30: SPecializando II - Interfaces no Tromboembolismo Venoso, masterclass multidisciplinar para médicos, na Associação Paulista de Medicina (APM);
  • Dia 16, das 9h às 14h: 16º Dia Vascular e o 7º Dia da Trombose (ação social), no Parque Villa-Lobos, onde haverá atendimento à população pelos cirurgiões vasculares da SBACV-SP, com aferição de pressão arterial, exame físico, exame de Doppler e orientações com questionários na Anamnese.

Também serão realizadas ações sociais com o apoio do Metrô de São Paulo, nas estações de metrô e CPTM, com atores caracterizados como trombos, que irão distribuir panfletos com orientações sobre a doença.

  • Dia 13, das 10h às 16h, na estação da Luz (Linha 4 – Amarela) e Carapicuíba (Linha 8 – Diamante);
  • Dia 14, das 10h às 16h, na estação Capão Redondo (Linha 5 - Lilás) e Pinheiros (Linha 9 - Esmeralda).

Como parte da iniciativa, em atenção ao Dia Mundial da Trombose (instituído em 13 de outubro), haverá também a iluminação de vários pontos turísticos de São Paulo nas cores azul e vermelho (escolhidas por representarem em livros médicos as veias do corpo humano em azul, e as artérias em vermelho):

  • Ponte Estaiada Otávio Frias de Oliveira (de 10 a 16)
  • Biblioteca Mário de Andrade (de 10 a 16)
  • Pateo do Collegio (de 10 a 16)
  • Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) (dias 12, 13, 14)
  • Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (13)
  • Fachada do Palácio do Governo do Estado de São Paulo (13)
  • Painel da FIESP – Vídeo com projeção (13)

 

A Trombose

A Trombose Venosa Profunda (TVP) atinge de uma a duas pessoas a cada mil habitantes no mundo. O Dia Mundial da Trombose busca conscientizar a população a respeito da doença que, se não for tratada a tempo, pode resultar em óbito, e representa a terceira causa de mortalidade cardiovascular, e a principal causa de morte evitável intra-hospitalar. No Brasil, segundo dados do Data-SUS, ocorreram 6.527 internações em 2021, número muito baixo considerando-se que nos EUA ocorrem, em média, 600 mil internações anualmente, e que no Brasil sete em cada 10 pacientes dependem do SUS.  Esses dados são preocupantes, pois demonstram que faltam dados epidemiológicos confiáveis no país, e a doença pode estar sendo subnotificada.

A TVP se caracteriza pela formação de um coágulo, mais frequentemente nas veias das pernas e pelve, que pode interromper o retorno do fluxo sanguíneo ao coração. Quando o trombo se desprende e se desloca até o pulmão, ocorre a embolia pulmonar (TEP), que dificulta a oxigenação e sobrecarrega o coração. “Quando o trombo é muito volumoso, o coração tem dificuldade de bombear o sangue pela artéria pulmonar, pode se dilatar, ocorrer arritmia, causar um infarto agudo e até a parada cardiorrespiratória”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo (SBACV-SP), Dr. Fabio H. Rossi.


Causas, fatores de risco e tratamento

O desenvolvimento da doença está relacionado à falta de movimentação dos membros inferiores, muito comum em ambientes de trabalho, longas viagens, em indivíduos sedentários e nas doenças que exigem internação. Um dos principais fatores de risco é a internação hospitalar, pois o período pós-operatório, sobretudo em cirurgias de grande porte, e no pós-parto, o risco pode aumentar em até 100 vezes. “Sabemos que 10% das mortes intra-hospitalares ocorrem por embolia pulmonar. Os pacientes internados em UTI que evoluem para TEP podem progredir ao óbito em até 50% dos casos. A necessidade de suporte ventilatório mecânico e de sedação endovenosa podem mascarar os sintomas, dificultar o diagnóstico e postergar o tratamento”, declara Dr. Rossi.

Outros fatores de risco são o hábito do tabagismo e o consumo de anticoncepcionais. As pílulas possuem hormônios femininos - estrógenos e progestágenos - em altas doses, que provocam alterações nas paredes internas das veias e tornam a mulher mais propensa à trombose. A gravidade da doença aumenta quando o indivíduo possui predisposição genética, também chamada de trombofilia, e nos idosos. Outras causas da trombose são: gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, sedentarismo, varizes e câncer.

Profissionais de saúde também apontam a relação da Covid-19 com o aumento de casos de trombose. Um estudo (site) realizado na Suécia, divulgado pela revista especializada British Medical Journal (BMJ), revelou que uma pessoa que foi infectada pelo coronavírus tem maior chance de desenvolver um coágulo sanguíneo grave, que pode ocorrer em até seis meses após o período agudo da doença. Em estudo de revisão sistemática, verificou-se que 7% dos pacientes internados em enfermaria e 31% em UTI, com diagnóstico de Covid-19, desenvolveram o tromboembolismo venoso. (J Vasc Surg Lymphatic Venous did 2022 9(21): 289-298)

Os sintomas mais comuns da Trombose Venosa Profunda são edema, inchaço, dor, rigidez e vermelhidão no membro inferior acometido. Em casos em que a condição já evoluiu para embolia pulmonar, o paciente apresenta dor torácica, falta de ar, aumento da frequência cardíaca e respiratória (taquicardia) e até mesmo escarro com sangue.

O tratamento da TVP envolve a sua prevenção ou profilaxia, que é feita pela administração de baixas doses de anticoagulante, e nos casos em que é confirmado o seu diagnóstico, que em geral é feito com ultrassom, de forma minimamente invasiva, em consultório, utiliza-se doses mais altas para evitar a progressão, formação de novos trombos e a embolia pulmonar. Nos casos mais graves, o profissional pode avaliar a necessidade de um procedimento para a aspiração do trombo, feito por técnicas de cateterismo.


Como prevenir a doença

Manter-se saudável e em movimento é essencial para evitar o surgimento da doença. Praticar exercícios físicos regularmente, evitar permanecer na mesma posição - seja em pé ou sentado - por períodos extensos, utilizar meias compressivas durante viagens e se hidratar são algumas das recomendações.

A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).

 

Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP

 www.sbacvsp.com.br


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