Médico especialista em cirurgia vascular e endovascular, Robert Guimarães esclarece cinco fatos sobre a trombose pós-covid
A trombose é a formação de um coágulo no sangue que
obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo e pode afetar diversos
locai a depender do quadro clínico, sendo mais identificado nos membros
inferiores.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia
(SBAVC), 39% dos médicos atenderam pacientes com trombose como sequela da infecção
pelo coronavírus. Como principais sintomas, o paciente pode sentir dores,
inchaços, sensações de queimação, limitações dos movimentos e entre outros.
Com os avanços na medicina a respeito do Covid-19,
fica cada vez mais claro que a doença se inicia no sistema respiratório e
depois desloca-se para outras partes do corpo. O médico especialista em
cirurgia vascular e endovascular Robert Guimarães, esclarece as principais
dúvidas.
Porque o Covid-19 ajuda no desenvolvimento da
trombose?
A infecção por Covid-19 aumentar o risco de
trombose vascular, causando anormalidades na coagulação do sangue que
desenvolve uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos. Isso faz com que haja
uma formação de coágulos de sangue e, consequentemente, a trombose.
Em alguns casos é possível ter sinais da doença?
Após o Covid-19 alguns pacientes apresentaram
fadiga, dor muscular e níveis elevados de enzimas musculares, que podem estar
relacionados à inflamação e danos musculares causados pelo vírus. Quando há
suspeita de trombose pós infecção, o ultrassom Doppler é o exame mais indicado,
por ser rápido e menos invasivo.
Como são os tratamentos da trombose pós-covid?
O procedimento realizado é o mesmo da trombose
desenvolvida por outras causas, com uso de anticoagulantes ou, dependendo do
estado do paciente, procedimento cirúrgico para desobstruir a veia
afetada.
É possível ter complicações depois do tratamento?
É chamado de síndrome pós-trombótica, uma
complicação que pode ocorrer após o tratamento da trombose, que atinge em torno
de 20 a 50% dos casos. Os sintomas podem variar entre os indivíduos desde um
inchaço leve dos membros, dor, fadiga e até a formação de úlceras/ lesões na
pele. Geralmente se manifestam dentro de 3 a 6 meses, mas podendo ocorrer em
até 2 anos ou mais.
É possível evitar a Trombose?
Há medidas não farmacológicas como, evitar
imobilização prolongada realizando pequenas caminhadas, evitar o sedentarismo
realizando atividades físicas, beber bastante água, parar de fumar, desenvolver
uma alimentação equilibrada e uso de meias elásticas quando indicada pelo
médico.
Em alguns casos, quando há um risco maior de
trombose, faz-se tratamento com medicamentos anticoagulantes de forma
profilática que vão ajudar na redução da viscosidade do sangue.
Robert Guimarães - um cirurgião vascular e
endovascular com ampla experiência no tratamento endovascular de aneurisma de
aorta. Membro da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular (ESVS) e Membro
Efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Atua
em diversos hospitais como Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo,
Hospital Alemão Osvaldo Cruz, dentre outros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário