Mulheres representam maioria dos internautas preocupados com saúde mental
A pesquisa "Um olhar digital sobre saúde
mental e o trabalho", uma parceria entre a Decode e Kronberg, identificou as
principais tendências em buscas sobre saúde mental desde o início do isolamento
social no Brasil e, dentre os achados, encontrou o público feminino como o
principal interessado em assuntos relacionados ao tema.
Além disso, segundo a OMS, para cada homem com
depressão, duas mulheres sofrem com a doença. Fato reiterado pelo estudo da
Decode e Kronberg, que constatou que as mulheres são mais propensas a procurar
informações e ajuda profissional, enquanto os homens são mais resistentes e
comumente negam os sintomas de transtornos psicológicos. Os motivos que afetam
a saúde mental do público feminino são a dupla jornada de trabalho, mudanças
hormonais e a maternidade, principalmente com os impactos na vida profissional.
Produzido com o objetivo de contribuir para o entendimento sobre os impactos da crise do coronavírus no trabalho e na vida das pessoas, o estudo traz dados que mostram que o interesse dos brasileiros pelo tema alcançou índices recordes nestes meses de pandemia. Alguns outros destaques:
• No Twitter, 44% dos internautas demonstraram preferência pelo home office.
Conforto, horário flexível e segurança foram alguns tópicos citados para
exaltar o trabalho à distância.
• Em 2020, o anúncio de trabalho remoto cresceu 545% em relação a 2018/19,
impulsionando também o crescimento das plataformas de recrutamento e para
reuniões online.
• Cerca de 75% dos trabalhadores relataram dores após a adoção do home office,
enquanto vídeos sobre ergonomia no trabalho foram os mais procurados no YouTube
no mesmo período.
A pesquisa também aborda os motivos pelos quais as buscas relacionadas ao
assunto aumentaram neste período, mostrando a preocupação dos internautas com a
saúde mental na quarentena. Termos como "ansiedade" atingiu o pico de
buscas dos últimos cinco anos e ajudou na popularização da chamada
"Síndrome de Burnout".
O CEO do Grupo Kronberg, Carlos Aldan, explica que estamos sofrendo com a perda
antecipatória, aquele sentimento de incerteza sobre o que o futuro nos reserva,
inclusive porque a pandemia modificou a forma de trabalhar. "O trabalho é
uma atividade que não se restringe somente ao ganha-pão, mas que define, de
certa forma, a identidade, a autoestima e inúmeras crenças das pessoas a
respeito do papel do trabalho em suas vidas. O distanciamento social, embora
necessário e inicialmente percebido com algumas vantagens, ao longo do tempo
exacerba o medo continuado e o pânico causados pelo vírus", analisa.
Metodologia
A pesquisa coletou os dados por meio do
mapeamento de ambiente digitais e palavras-chave relacionadas ao universo do
trabalho, carreira e aos impactos da pandemia no mundo profissional e no
aspecto psicológico das pessoas durante o período de 20 de agosto de 2018 e 20
de agosto de 2020. O método partiu da análise manual de uma amostra do universo
de menções, que garantiu um nível de confiança de 95% e 5% de margem de erro.
De acordo com Lucas Fontelles, Head de Consumer
Insights da Decode, na pesquisa por amostragem, o exercício do pesquisador é
justamente o de criar uma amostra que ‘espelhe’ o universo geral. "É
importante ter em vista, é claro, os limites do fenômeno de digitalização da
população no Brasil. Apesar disso, ao trabalharmos com um volume grande e
diverso de dados do digital, cada vez mais é possível espelhar a realidade
brasileira para conhecer os hábitos, preocupações e necessidades da população.
Isso se torna ainda mais relevante neste momento de pandemia, em que diversas
atividades migraram para o ambiente digital", observa.
A pesquisa completa está disponível
gratuitamente neste link.
Nenhum comentário:
Postar um comentário