Sendo o brasileiro afetuoso, como pensar nas festas de fim de ano sem os tradicionais abraços e as trocas de presentes com amigos ou em família? É fato que o Natal e o Ano Novo também serão diferentes em 2020. Um ano atípico e bastante desafiador para toda a humanidade. Por isso, ainda é preciso reforçar cuidar de si e se preocupar com o outro. Todos devem continuar atentos na luta contra a Covid-19, já que os casos vêm aumentando nas últimas semanas e, após todo o empenho deste ano, a melhor escolha é continuar seguindo as recomendações de saúde e preservar quem mais se ama. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as pessoas não se encontrem fisicamente neste ano – essa é a “aposta mais segura".
É claro que todos sabem o que fazer: lavar as mãos com frequência, usar máscara e álcool em gel 70%, limpar e desinfetar presentes, objetos e compras, entre outras orientações. Mas como tudo será neste fim de ano? Eduardo Finger, clínico geral e imunologista credenciado da Rede Plus – Care Plus, e do Hospital Oswaldo Cruz, afirma que as medidas de proteção precisam ser mantidas. “O ideal seria as pessoas de fato não se reunirem. Mas, caso contrário, deve-se manter um grupo pequeno, o menor possível, excluindo quem se expõe às aglomerações. Todos precisam usar máscara, além de manter, no mínimo, um metro e meio de distância. Deixem todas as janelas abertas ou optem por ambientes externos, lavando sempre as mãos com sabão ou álcool em gel”.
Segundo o
imunologista, o grande desafio deste fim de ano é tentar fazer com que as
pessoas não se abracem e não se toquem, nem usem pratos alheios ou compartilhem
utensílios. “Uma opção é que uma única pessoa, que não está contaminada, faça e
entregue a comida em pratos individuais, lavando as mãos entre cada porção
servida. Evitar contatos próximos, beijos e abraços é fundamental. É essencial
também não dividir copos, pratos ou talheres e, principalmente, não aceitar
convidados de última hora. Se alguém apresentar qualquer tipo de sintoma, deve
se afastar de todos imediatamente e ir para casa”, conta.
Mitos e verdades
Longe dos mitos e
reforçando as verdades, o funcional mesmo é unir a máscara ao distanciamento
social. Preferir ambientes abertos e usar sempre álcool em gel ou sabão nas
mãos. Seguindo assim, é muito difícil se infectar.
De acordo com as
estatísticas, em caso de contato de pessoas não infectadas com as que possuem o
novo coronavírus, os sintomas da infecção tendem a aparecer entre o quarto ou
quinto dia após o contato. E quem já pegou a doença pode sim ser novamente infectado
– não é frequente, mas é possível. Para o médico: “Idealmente, você não deveria
ter contato com ninguém que você não possa certificar que está respeitando o
isolamento, pois você pode estar assumindo um risco grande. Se houve o contato,
mantenha a comunicação para saber se alguém desenvolveu sintomas da infecção.
Se sim, vá e faça o teste. Se em dez dias após o contato ninguém tiver
desenvolvido a doença ou se o teste for negativo, provavelmente não houve
contaminação”.
E, para os
viajantes de plantão, um conselho em tempos de pandemia: não existe mágica. A
exposição a qualquer ambiente externo ou viagem é um risco de contrair a
infecção. “Diagnostiquei com a Covid-19 muitas pessoas que viajaram e não só
pegaram como também passaram para a família toda. Você só tem controle sobre o
que faz, não controla o que os outros fazem, muito menos em ambientes abertos,
como a praia. O vírus continua circulando. Meu conselho: não viaje”, alerta
Finger.
Para
aqueles que sempre têm um “remedinho” contra o novo coronavírus, o especialista
afirma que Zinco não funciona e aconselha: “Os sintomas como perda de olfato ou
paladar tendem a regredir com o tempo, mesmo que isso possa demorar meses. Em
termos de tratamento, é necessário que um médico acompanhe o processo a partir
do diagnóstico. Não se pode confiar em soluções práticas indicadas por não
profissionais da área. Enquanto a vacina não chega, o nosso único remédio é a paciência.
”
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