Alta da inflação
e incertezas em relação à pandemia indicam mais cautela para 2021. Fazer uma
reserva de segurança ainda continua como principal dica para não ser
surpreendido
Apesar de as projeções de queda do PIB terem
melhorado no último mês, de acordo com a pesquisa Focus, divulgada pelo Banco
Central, a expectativa é que a economia brasileira ainda sofra uma retração de
4,8% em 2020, motivada principalmente pela pandemia da Covid-19. Já a
estimativa do mercado financeiro para a inflação em 2021 também teve um
aumento, passando de 3,40% para 3,47%. Diante desses números, os brasileiros
devem ter cautela na hora de fazer o tradicional planejamento para o próximo
ano.
O cenário ainda é de incertezas para 2021 por
conta da pandemia do novo coronavírus. Para o planejador financeiro pessoal da
Real Cultura Financeira, Maurício Vono, o momento de crise provocado pelo vírus
trouxe uma situação incomum, como perda massiva de empregos e aumento dos
preços dos produtos e serviços. “Aqueles que foram impactados negativamente por
esse primeiro impacto da pandemia fica a lição de se preparar melhor. Planejar
é também se preparar para o inesperado”, afirma Vono.
Para Vono, o primeiro passo para as pessoas se
prepararem financeiramente para os próximos anos é definir o planejamento com
base nos principais objetivos para o ano e se preparar para situações em que as
coisas saiam fora dos trilhos. “O que muda para o próximo ano é que as pessoas
devem ter uma atenção maior em relação ao gerenciamento de crise,
principalmente aqueles que atuam em áreas sensíveis ao lockdown e às
paralisações. Essas pessoas devem ter um controle maior sobre o dinheiro para
não passar a dificuldade enfrentada neste ano”, explica o planejador financeiro
pessoal.
Para o especialista, as atividades econômicas
estão fluindo com exceções de algumas áreas, como eventos culturais e esportivos.
Porém, estamos vendo um aumento de casos no país e não sabemos se haverá
algumas restrições ao comércio nos próximos dias ou meses. Esse cenário,
segundo ele, exige cautela que deverá ser mantida até que toda a população seja
vacinada.
Outro problema que os brasileiros devem enfrentar
em 2021 é a inflação e o encarecimento de produtos. Diante disso o planejamento
financeiro será de grande valia. Para ele, algo que pode fazer a diferença é a
capacitação para gerir as finanças. Para atender a demanda, Maurício Vono
desenvolveu um programa de educação financeira para ajudar as pessoas a gerir
melhor os recursos e se preparar para alcançar os objetivos pessoais.
Vono também alerta que as pessoas não devem fazer
planejamento apenas para os próximos 12 meses. Para ele, não se deve pensar em
2021 de forma isolada porque esse período é apenas uma peça de um planejamento
ainda maior. “As pessoas fazem muitos planos para apenas um ano e acabam se
esquecendo dos próximos. As pessoas devem pensar, por exemplo, nos próximos 10
anos e avaliar como 2021 pode se encaixar nas conquistas de longo prazo.
Devemos quebrar esse paradigma de pensar apenas nos próximos 12 meses porque
isso acaba dificultando a execução de planejamento de longo prazo”, destaca
Vono.
Tamanha a importância do tema, que a Real Cultura
Financeira, por exemplo, viu a quantidade de clientes que buscam apoio nessa
área aumentar em torno de 23% durante os meses de janeiro e dezembro.
Confira a seguir mais cinco dicas do especialista
para alcançar os objetivos em 2021:
Ter uma reserva financeira: 2020
foi um ano repleto de imprevistos que pegaram muitas pessoas de surpresa. Para
que isso não se repita com as incertezas em 2021, Vono afirma que é importante
manter uma reserva financeira acessível, com um montante que represente de 2 a
4 meses de renda mensal.
Gastar conforme o orçamento: é
necessário ter clareza sobre a real situação financeira para organizar os
gastos conforme o orçamento. O primeiro passo é listar todos os gastos para se
ter a dimensão dos gastos com cada item. Depois, é preciso definir metas para
esses gastos. Assim, a pessoa pode ter mais condições para reduzir um pouco de
todos os itens do orçamento ou cortar aqueles gastos que não são necessários.
Prever as eventualidades: quando
nos preparamos para fazer o orçamento do ano seguinte, é muito comum não
considerar algumas eventualidades, como gastos com festas, viagens e férias.
Essa situação pode ser prejudicial porque passamos a organizar o orçamento
conforme os gastos listados e considerados essenciais, não reservando uma
quantia para ser usada nessas situações. Por isso, coloque tudo no papel.
Colocar em prática o que foi planejado: um dos
principais erros cometidos pelas pessoas é fazer inúmeros planos de início de
ano e não se comprometer a fazer nenhum ao longo dos 12 meses. As metas
colocadas no planejamento devem ser pensadas e idealizadas para serem
alcançadas.
Qualifique-se: Para
atingir seus objetivos financeiros é preciso estar preparado. Se essa não é uma
prática corriqueira, é possível fazer cursos na área. Com a capacitação é
possível aprender a se livrar de dívidas, desenvolver o hábito de planejar a
vida financeira com base em sonhos e objetivos e a como enxugar os gastos sem
perder a qualidade de vida.
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