O melhor caminho
para evitar o aparecimento de lesões comuns baseia-se em usar protetor solar,
manter a hidratação e a higiene pessoal
Começou o verão 2020. E mesmo no cenário de pandemia, em que já
estamos atentos e evitando aglomerações desnecessárias, é importante lembrar
que, com chegada das altas temperaturas e daquela vontade de se estirar sob o
sol para conquistar um belo bronzeado, os cuidados com a pele devem ser
redobrados. O contato mais assíduo com o sol pode gerar queimaduras, e o cloro
da piscina, a areia do mar e o suor podem alterar a saúde da pele, além de
causar algumas doenças como infecções bacterianas, fungos e parasitas como o bicho
geográfico.
Como prevenir e tratar essas doenças? Segundo o dr. Artur Duarte,
dermatologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, as
doenças de verão são bem “democráticas”. “Lesões de pele relacionadas ao calor,
umidade e exposição solar atingem qualquer pessoa, mas obesos, diabéticos e
imunossuprimidos tendem a ser mais afetados por essas infecções”, conta o
especialista. “Obesos possuem mais dobras na pele, que são as regiões que
acabam ficando mais umedecidas por períodos maiores do dia em razão das altas
temperaturas. Já os diabéticos e imunossuprimidos possuem alterações
específicas na pele, que acabam favorecendo o a contaminação por fungos e
bactérias, destaca.
Para prevenir, o dr. Artur Duarte ressalta a necessidade de
um cuidado maior com a higiene em dias de muito calor, além de muita
hidratação. Manter todas as partes do corpo bem secas, principalmente as dobras
e entre os dedos, ajuda a evitar o aparecimento de lesões, como micoses. “A
hidratação é essencial para manter a pele saudável e com suas proteções
naturais íntegras, acrescenta o médico. Outra lesão bem comum, no caso de
pessoas que frequentam praias, é o “bicho geográfico”, cujo nome científico é larva
migrans cutânea, uma infecção causada por parasitas que vivem no intestino
de cães e gatos. Para evitá-la, há dois caminhos: frequentar somente praias
onde não haja circulação de pets ou sempre usar sandálias ou chinelos de dedo,
lembrando sempre de lavar a pele dos pés com frequência.
No que se refere à exposição solar, o principal problema do
verão são as queimaduras causadas pela exposição sem proteção ou em horários de
pico de emissões de raios UV. “É necessário observar o horário e evitar ficar
exposto entre 10h e 16h, mas como no verão esse acaba sendo o horário escolhido
para o lazer , é importante lembrar de usar protetor solar com, no mínimo,
fator 30, reaplicando-o a cada duas horas e lembrando que a primeira aplicação
deve ter um intervalo de pelo menos 30 minutos até o primeiro mergulho, de
forma a assegurar que o produto foi absorvido pela pele” orienta o
especialista. “Se a pele for muito clara e delicada, é essencial consultar o
dermatologista antes de qualquer exposição solar, pois ele é o profissional
indicado para indicar fatores de proteção além do 30”. O dr. Artur Duarte ainda
comenta sobre um tipo específico de queimadura que é resultado da junção da
exposição solar com sumos de frutas cítricas, a fotodermatose-fototóxica.
“Trata-se daquelas manchas que ficam nas mãos e no buço após as pessoas tomarem
sucos, caipirinhas ou mesmo manusearem frutas sem o cuidado de lavar bem as
mãos e o rosto posteriormente. É importante lembrar que, embora as manchas possam
desaparecer espontaneamente da pele em muitos casos, em outros elas podem ser
irreversíveis. Há situações, inclusive, em que as lesões tornam-se queimaduras
graves, com bolhas”, alerta. Em geral, o figo e frutas cítricas como limão,
mexerica e laranja podem gerar esse tipo de lesão.
“Além de
tudo isto, vamos lembrar que a exposição solar pode ser determinante para o
surgimento de câncer de pele no futuro. Sendo assim, é essencial usar
fotoprotetor sempre para evitar a queimadura por exposição solar”, conclui o
médico.
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