Último
podcast do ano da Plataforma Gente debate sobre o termo cunhado por Byung-Chul
Han, filósofo sul-coreano, para definir esse estado de espírito coletivo que acomete
a sociedade e vai além do mero cansaço
Final de ano. E de um ano bem doloroso, com
muitas perdas e mudanças causadas por uma pandemia ainda longe do fim. Quem não
tem todas as explicações para estar cansado? Lenine já expressou isso em sua
música Paciência: "Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma,
até quando o corpo pede um pouco mais de alma. A vida não para". Mas ao
contrário do personagem da música, que se recusa, faz hora, vai na valsa, hoje
a sociedade está correndo a mil por hora, mesmo imaginando o preço caro que
pode pagar. É para entender as características desse fenômeno atual e de como o
ser humano está sendo afetado que a Plataforma Gente abre o debate no podcast Sociedade
do Cansaço. Quem comanda a conversa é Ju Wallauer, que recebe Marcela
Oliveira, especialista em pesquisa de conhecimento do consumidor da Globo,
Mariana Loducca Kok, psicóloga e fundadora do coletivo Tsuru e Jeane Tavares,
psicóloga e professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Para
ouvir clique aqui: https://gente.globo.com/podcast-sociedade-do-cansaco/ .
A conversa começa apontando a diferença entre a
sociedade do século XX, batizada por Michel Foucault como sociedade disciplinar,
e a realidade de hoje, chamada de sociedade de desempenho. "O livro de
Byung-Chul Han mostra que a gente vem de uma sociedade com lógica industrial,
fordista. Mas com a globalização há uma mudança de paradigma. Surge um novo
jeito de trabalhar e um acesso ao saber sem fronteiras de tempo e espaço. Assim
a gente começa a ouvir o mantra de que podemos fazer tudo que gostamos, que
podemos fazer sempre mais e ir além", analisa Mariana Kok.
E o ser humano sai de uma ótica fordista para um
universo em que ele é responsável e o sujeito do seu próprio sucesso e
desempenho, passando a cobrar de si mesmo a eficiência necessária. "É uma
liberdade quando dizemos ‘você pode fazer e você pode ser o que quiser’. Mas
rapidamente isso passa a ser encarado como ‘você deve fazer’. Isso dá uma
angústia o tempo todo", pondera Marcela Oliveira.
Estresse
E em um ano de pandemia pelo novo coronavírus,
como lidar com o estresse e o cansaço excessivo? Para Marcela o cenário é uma
roda viva: "as pessoas estão passando por uma exaustão de coisas e a única
válvula de escape é a hora de dormir. Mas ao acordar, o corpo está descansado
mas a cabeça nem sempre se recupera 100%".
Jeane explica que a forma como o estresse toma
conta do cotidiano é muito intensa e o fato do ser humano estar em alerta o
tempo todo leva à exaustão. "O desejo que temos de não termos ansiedade e
estresse é uma ilusão, uma ficção. Sempre teremos um ou outro, pois é como
lidamos com os estímulos ambientais e até os internos, produzidos pela nossa
mente. Isso sem falar que a sociedade hoje exige que estejamos atentos para dar
respostas o tempo todo. Isso altera a nossa parte hormonal e o funcionamento
químico e físico do cérebro", afirma. O tema também deu origem ao
infográfico "Sociedade do Cansaço", produzido pela área Sintonia com
a Sociedade, da Globo, e disponível na Plataforma Gente. Para saber mais leia aqui .
Plataforma Gente
https://gente.globo.com/formato/podcast/
Spotify: Gente Conversa e Gente Investiga
https://gente.globosat.com.br/
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