Além do efeito
estético, a prática regular de atividades físicas pode promover melhor
mobilidade, bem-estar, autonomia, além de proteger e prevenir lesões na coluna Foto ilustrativa/Divulgação
Com
a chegada das férias e do verão é comum pessoas que se submetem a protocolos
exagerados de perda de peso, mesmo durante a pandemia. No entanto,
especialistas alertam sobre os cuidados para evitar danos na coluna para quem
começa a praticar atividades físicas sem supervisão.
Segundo o médico ortopedista especialista em cirurgia de coluna, Dr. Antônio
Krieger, se manter ativo promove o fortalecimento do "escudo
muscular" que estabiliza a coluna e ajuda a prevenir dores e lesões no
futuro.
"Mesmo para quem está em isolamento, em casa, na praia ou no campo é
preciso evitar uma desidratação precoce do disco da coluna e priorizar que os
movimentos sejam feitos de maneira harmônica e mecanicamente impecável, para
evitar o desenvolvimento de quadros de dor", explica o ortopedista.
Para os próximos meses, no entanto, o ortopedista destaca que devemos tomar
cuidado com o "projeto verão" e a prática de exercícios intensos sem
o preparo adequado. "A nossa saúde é um projeto para a vida toda e não
para dois ou três meses de verão", afirma Krieger.
Segundo o professor de Educação Física Rafael Ramos, todo e qualquer resultado,
seja com foco na prevenção de lesões, reabilitação ou estético, só vai
acontecer em médio e longo prazo. "É necessário um planejamento e nada
melhor do que a ciência da educação física, através de um bom profissional,
para organizar de forma individualizada o progresso dessa pessoa. Ter ajuda de
um profissional garante um resultado mais rápido e mais seguro", comenta
Ramos.
DICAS - Para quem não tem oportunidade de estar acompanhado de um
profissional, Krieger e Ramos trazem algumas dicas de cuidados essenciais para
evitar lesões.
1. Toda atividade física precisa de um aquecimento prévio com movimentos
simples, sem sobrecarga de peso e que mova todo o corpo. A ideia é gradualmente
preparar o corpo para a prática da atividade física.
2. Em exercícios com pesos, a técnica do movimento deve ser impecável. Uma dica
é filmar seus movimentos para verificar o que pode ser melhorado na próxima
repetição.
3. Respeite os limites do seu corpo. Mudanças na rotina, dias estressantes ou
com desgastes emocionais podem trazer reflexos negativos para o corpo. Muitas
vezes, um treino leve é mais eficiente do que um treino pesado.
Exercícios para todas as idades - Segundo as diretrizes do American
College of Sports Medicine (ACSM) todos devem se movimentar a qualquer hora e em
qualquer lugar.
A primeira recomendação é que crianças de três a cinco anos devem se movimentar e praticar exercícios, mesmo que lúdicos, por pelo
menos três horas diariamente. Os benefícios são notados no desenvolvimento
cognitivo, psicomotor e físico dessas crianças.
Já dos seis aos dezessete anos, a ACSM recomenda uma hora de exercício físico
diário moderado ou intenso como jogar futebol, correr e andar de bicicleta. O
hábito diminui os riscos de desenvolver obesidade, hipertensão e diabetes na
vida adulta além de melhorar a densidade muscular e óssea.
Nos adultos, de 18 a 65 anos, o colégio americano de medicina esportiva
recomenda de 150 a 300 minutos de atividade por semana moderadas ou intensas.
Como moderadas estão bicicleta e natação. Atividades intensas são o futebol,
lutas, musculação e crossfit.
Em idosos, a prática de atividades físicas também colabora para o aumento da
densidade óssea, o que diminui os riscos de osteoporose ou fraturas em caso de
queda, diminui os riscos do Alzheimer e perda de cognição.
Na última atualização, o ACSM destacou a importância de atividades resistidas -
aquelas que requerem força e levantamento de pesos - para adolescentes e
adultos. "A evidência é que exercícios físicos resistidos, que exijam mais
da nossa musculatura, também trazem benefícios físicos e musculares que
melhoram nosso metabolismo. "Não existe um esporte vilão. O vilão é o
sedentarismo", finaliza Krieger.
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