segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Mulheres respondem por 70% das menções sobre impactos psicológicos durante a pandemia

Mulheres representam maioria dos internautas preocupados com saúde mental


A pesquisa "Um olhar digital sobre saúde mental e o trabalho", uma parceria entre a Decode e Kronberg, identificou as principais tendências em buscas sobre saúde mental desde o início do isolamento social no Brasil e, dentre os achados, encontrou o público feminino como o principal interessado em assuntos relacionados ao tema.

Além disso, segundo a OMS, para cada homem com depressão, duas mulheres sofrem com a doença. Fato reiterado pelo estudo da Decode e Kronberg, que constatou que as mulheres são mais propensas a procurar informações e ajuda profissional, enquanto os homens são mais resistentes e comumente negam os sintomas de transtornos psicológicos. Os motivos que afetam a saúde mental do público feminino são a dupla jornada de trabalho, mudanças hormonais e a maternidade, principalmente com os impactos na vida profissional.


Produzido com o objetivo de contribuir para o entendimento sobre os impactos da crise do coronavírus no trabalho e na vida das pessoas, o estudo traz dados que mostram que o interesse dos brasileiros pelo tema alcançou índices recordes nestes meses de pandemia. Alguns outros destaques:


No Twitter, 44% dos internautas demonstraram preferência pelo home office. Conforto, horário flexível e segurança foram alguns tópicos citados para exaltar o trabalho à distância.

• Em 2020, o anúncio de trabalho remoto cresceu 545% em relação a 2018/19, impulsionando também o crescimento das plataformas de recrutamento e para reuniões online.

• Cerca de 75% dos trabalhadores relataram dores após a adoção do home office, enquanto vídeos sobre ergonomia no trabalho foram os mais procurados no YouTube no mesmo período.

A pesquisa também aborda os motivos pelos quais as buscas relacionadas ao assunto aumentaram neste período, mostrando a preocupação dos internautas com a saúde mental na quarentena. Termos como "ansiedade" atingiu o pico de buscas dos últimos cinco anos e ajudou na popularização da chamada "Síndrome de Burnout".

O CEO do Grupo Kronberg, Carlos Aldan, explica que estamos sofrendo com a perda antecipatória, aquele sentimento de incerteza sobre o que o futuro nos reserva, inclusive porque a pandemia modificou a forma de trabalhar. "O trabalho é uma atividade que não se restringe somente ao ganha-pão, mas que define, de certa forma, a identidade, a autoestima e inúmeras crenças das pessoas a respeito do papel do trabalho em suas vidas. O distanciamento social, embora necessário e inicialmente percebido com algumas vantagens, ao longo do tempo exacerba o medo continuado e o pânico causados pelo vírus", analisa.

Metodologia

A pesquisa coletou os dados por meio do mapeamento de ambiente digitais e palavras-chave relacionadas ao universo do trabalho, carreira e aos impactos da pandemia no mundo profissional e no aspecto psicológico das pessoas durante o período de 20 de agosto de 2018 e 20 de agosto de 2020. O método partiu da análise manual de uma amostra do universo de menções, que garantiu um nível de confiança de 95% e 5% de margem de erro.

De acordo com Lucas Fontelles, Head de Consumer Insights da Decode, na pesquisa por amostragem, o exercício do pesquisador é justamente o de criar uma amostra que ‘espelhe’ o universo geral. "É importante ter em vista, é claro, os limites do fenômeno de digitalização da população no Brasil. Apesar disso, ao trabalharmos com um volume grande e diverso de dados do digital, cada vez mais é possível espelhar a realidade brasileira para conhecer os hábitos, preocupações e necessidades da população. Isso se torna ainda mais relevante neste momento de pandemia, em que diversas atividades migraram para o ambiente digital", observa.

A pesquisa completa está disponível gratuitamente neste link.


Nenhum comentário:

Postar um comentário