Segundo especialista, esse é um dos sintomas relacionados à doença
e merece atenção nos dias quentes
A endometriose é uma doença em que o endométrio, o tecido que reveste o interior do útero, vai para fora da cavidade uterina, ou seja, em outros órgãos da pelve, como nos ovários, bexiga ou trompas e causa reações inflamatórias ao organismo. Ela afeta cerca de 8 milhões de brasileiras e pode se manifestar de diversas formas no corpo da mulher, uma delas e mais frequente é o inchaço abdominal, conhecido como ‘endobarriga’ ou barriga de endometriose.
Esse é um dos sinais gastrointestinais mais comuns e ainda pouco estudado, mas que incomoda e impacta na saúde e bem-estar de quem sofre com a doença. Algumas pesquisas indicam que até 80% das portadoras vivenciam sintomas gastrointestinais.
“Muitas pacientes relatam esse sintoma e a retenção de líquidos ligadas a endometriose, e é preciso desmistificar que só acontece naquelas que têm a endometriose intestinal, porque não é verdade. Ele acomete a maioria dos casos da doença”, explica o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e obstetra, especialista em endometriose, diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE).
Mas, por que o inchaço acontece?
O Dr. Marcos Tcherniakovsky explica que o inchaço pode ocorrer durante o ciclo menstrual ou aleatoriamente durante outros dias do mês. E quando se observam sintomas gástricos de perto, como a dor abdominal, prisão de ventre, inchaço e urgência de defecar, eles são significativamente mais comuns nas portadoras de endometriose quando comparadas com as mulheres que não têm a doença. O ambiente inflamatório causado pela endometriose contribui também para esta sensação de inchaço.
Outra questão que influencia bastante é a alimentação, já que a endometriose é caracterizada por uma inflamação crônica e certos alimentos podem piorar esse quadro e os seus sintomas. Agora, no verão, isso pode se agravar, já que as altas temperaturas fazem com que os vasos sanguíneos se dilatem, causando inchaço, dor e até sensação de ganho de peso. “Todas as pessoas estão sujeitas a esse edema periférico nessa época do ano e para quem já sofre com o inchaço, até causado pelo uso constante da pílula anticoncepcional, por exemplo, utilizada muitas vezes no tratamento da endometriose, relatam uma queixa maior”, alerta o médico.
O que fazer para amenizar esses sintomas?
A dica do Dr. Marcos Tcherniakovsky é investir em exercícios físicos de 3 a 4 vezes na semana, durante 30 a 40 minutos, que são boas opções para ajudar a diminuir o limiar estrogênico, a retenção de líquidos e ainda garantir a melhora da imunidade.
Os cuidados com a alimentação também são essenciais, como a diminuição do sal e açúcar, do consumo de gordura em excesso e industrializados, além de manter uma boa hidratação.
E o mais importante: siga as orientações e tratamento do seu médico para a endometriose para adquirir qualidade de vida.
Dr. Marcos Tcherniakovsky –
Ginecologista e Obstetra - Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia
Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável
pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de
Medicina da Fundação do ABC. É Médico Responsável na Clínica Ginelife.
Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO e Diretor de
Comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose. Membro da Comissão
Nacional de Especialidades em Endometriose pela Federação Brasileira de
Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) Instagram: @dr.marcostcher
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