Segundo
Ministério da Saúde, 5,8 milhões de brasileiros enfrentam a doença no Brasil,
representando 3,2% da população. Dia 10 de novembro é o Dia de Prevenção e
Combate à Surdez e especialista orienta sobre uso de máscaras
transparentes e cuidados com a saúde auditiva Foto ilustrativa
A pandemia do novo coronavírus acrescentou
diversas dificuldades no dia a dia da população, mas uma parcela de 3,2% dos
brasileiros sentiu a dificuldade de comunicação se acentuar: as pessoas surdas
ou com perda parcial da audição. Segundo o Ministério da Saúde, 5,8
milhões de brasileiros enfrentam a doença no Brasil. E neste dia 10 de
novembro, quando é comemorado o Dia de Prevenção e Combate à Surdez, a
fonoaudióloga Floripes Oliveira (CRFa. 5-2383), que atende no Centro Clínico do
Órion Complex, chama a atenção para a importância de cuidar da saúde auditiva e
de se buscar formas para melhorar a comunicação com esse público neste período
de pandemia.
O uso de máscaras, que passou a ser parte da
rotina dos brasileiros, tem sido uma situação desafiadora para os surdos. “A
máscara trouxe implicações, pois uma vez que ao cobrir a boca, uma parcela
importante da forma de comunicar se perde: a leitura labial, que normalmente é
complementada pela linguagem de sinais”, afirma. É importante lembrar que nem
toda pessoa surda utiliza a linguagem de sinais. Para as pessoas que têm
convívio diário com elas, a indicação é o uso das máscaras transparentes, como
explica a fonoaudióloga Floripes Oliveira.
Além da dificuldade da comunicação, outro grande
problema que ainda aflige a população é a falta de informação sobre a doença.
Segundo Floripes, é preciso falar sobre o assunto, pois muitas pessoas ainda
não sabem que existem tratamentos eficazes para lidar com esse problema e
algumas acabam sendo privadas de uma melhoria em sua qualidade de vida.
Existem muitos tratamentos para a surdez diagnosticada. O uso dos aparelhos
auditivos, por exemplo, é uma solução que, segundo a fonoaudióloga, pode ser
usada pela grande maioria dos tipos e graus de perdas auditivas. “Em alguns
casos pode ser necessária a correção auditiva ou deformidade por meio de
cirurgia”, finaliza Floripes.
Causas e sintomas
De acordo com a profissional, a perda auditiva ou
surdez pode ocorrer por causas congênitas, por traumas, súbita ou gradual, por
predisposição genética, uso prolongado de antibióticos ou até mesmo por
exposição a ruídos intensos ou como efeito colateral de outras doenças que
afetam o órgão da audição. Ela lembra que o Exame de Emissões Otoacústica, o
popularmente conhecido como teste da orelhinha, ajuda a detectar problemas
de surdez precocemente. “No adulto, a audiometria é o exame realizado para
medir a acuidade auditiva e diagnosticar possíveis perdas”, explica.
Ainda segundo o MS, a principal causa de surdez
no Brasil é a Presbiacusia, perda auditiva causada por envelhecimento, parte em
pessoas que passaram longos períodos expostas a ruídos e sons muito altos. “Um
dos hábitos comuns do dia a dia é passar longos períodos com fones de ouvido
ouvindo músicas em volume muito alto, e isso também se enquadra como causador da
doença em algum momento da vida”, pontua.
Já a surdez congênita, otites e prematuridade
atingem mais as crianças, enquanto a meningite, problemas vasculares e
otosclerose podem causar surdez em adultos jovens. Outras doenças que podem
causar perda de audição e precisam de atenção são as infecções agudas por vírus
e bactérias, infecções crônicas associadas à presença de tumores, doenças
metabólicas como diabetes e hipertensão, e também, em menor frequência, as
doenças autoimunes.
Floripes explica que há casos em que de um
momento para o outro ocorre uma dificuldade auditiva ou uma percepção sonora
"incorreta”. “A pessoa passa a ouvir o ambiente que o rodeia em um ouvido
ou ambos de forma mais silenciosa. “As vozes e a música subitamente soam
diferentes ou estranhas. Todos os sons parecem estar embrulhados em algodão. Em
outras situações a pessoa começa a ouvir sons duplos subitamente. Se torna
difícil detectar a direção do som”, explana. Nestes casos, ela orienta o
paciente a buscar imediatamente auxílio médico.
Vale lembrar que o fonoaudiólogo
especialista em audiologia exerce papel fundamental na equipe de reabilitação
auditiva. Atua na avaliação e realização de exames diagnósticos e monitoramento
da audição. É esse profissional que identifica o grau de surdez existente.
“Assim, é possível concluir se a perda é leve, moderada, severa ou profunda.
Essa avaliação é feita para que o profissional possa indicar o melhor opção de
aparelho auditivo de acordo com as necessidades e realidade do paciente.
Afinal, só usar o aparelho não é suficiente, é necessário que o fonoaudiólogo
faça a adaptação individual de acordo com o perfil e grau da surdez”, detalha
Floripes.
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