Na semana em que acontece o maior evento de moda do Brasil, o São Paulo Fashion Week, é importante recordar que modelos e outras profissionais do setor precisam, ainda hoje, lidar com situações constrangedoras, como o machismo e o preconceito, em seus ambientes de trabalho. A modelo e influenciadora digital Saiury Carvalho alerta que situações como essas prejudicam bastante o desenvolvimento na área.
“Nós mulheres da geração atual já conquistamos mais
espaço, se levarmos em consideração as que vieram antes. Hoje, temos nossa
liberdade de pensar, agir e tomar decisões. Porém, eu ainda observo certas
circunstâncias que deveriam ter uma atenção maior”, avalia Saiury.
Apesar dos julgamentos que acontecem frequentemente
em relação ao universo da moda, Saiury ressalta que as profissionais mulheres
continuam buscando seus espaços. “Temos mulheres em posição de destaque, como
donas de grandes marcas, estilistas renomadas, excelentes fotógrafas,
maquiadoras e modelos pelo mundo todo. Não devemos deixar que nos subjulguem ou
que nos submetam por sermos mulheres ou pela nossa profissão”, sustenta.
A modelo ainda analisa que a moda, em sua origem,
traz consigo o potencial de empoderar as mulheres, já que foi por meio das
roupas que muitas delas mostraram sua personalidade e acabaram inspirando
outras. “A Coco Chanel, por exemplo, empoderou diversas mulheres introduzindo
peças conhecidas como de uso masculino na alta moda feminina; a estilista Mary
Quant, que criou a famosa minissaia, a Elsa Schiaparelli que publicou um livro
de poesia erótica; e a nossa Carmen Miranda, conhecida pelos seus figurinos
extravagantes que ganharam importância para a valorização da moda. Todas essas
são exemplos importantes de empoderamento no mundo fashion.”
A busca pelo reconhecimento, infelizmente, leva
muitas mulheres a criarem uma competição entre si. Por isso, Saiury enfatiza a
importância da sororidade: “a competitividade é grande, mas temos que nos unir
e deixar as diferenças de lado. Acredito que quanto mais nos ajudarmos, mais
cresceremos como mulheres e como profissionais.” A modelo também destaca que
passar por cima de alguém para crescer na profissão não tem consequências
positivas. “Eu carrego comigo uma frase: o que for para ser seu dará um jeito
de ir até você”, pontua.
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