Por ser rico em carboidratos, todos os alimentos à base de trigo são uma das principais fonte de energia
Créditos: Envato Imagens |
Cultivado há
milhares de anos, alimento beneficia a flora intestinal, sistema imunológico e
melhora o colesterol
Pães, bolachas, massas e bolos são alguns dos
muitos alimentos que têm o trigo na sua composição. Presente na mesa de muitos
brasileiros, a estimativa é que, em 2020, haja um consumo recorde de trigo no
país: um total de 12,513 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab). No Brasil, cada pessoa consome, em média,
40,62 kg de trigo por ano, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria
do Trigo (Abitrigo).
Reposição vitamínica, melhora no sistema
imunológico e flora intestinal estão entre os benefícios desse alimento para a
saúde da população. A nutricionista e professora da Universidade Positivo,
Mariana Etchepare, afirma que o trigo é uma das principais fontes de energia
nas refeições. “Por ser rico em carboidratos, todos os alimentos à base de trigo
são uma das principais fonte de energia. Temos a farinha de trigo branca,
integral e o farelo de trigo que contém proteína e ferro, bastante usado por
quem tem diabete e colesterol alto. A ausência do trigo pode trazer problemas
para a saúde, como o cansaço constante, alteração no sono e perda de massa
magra”, afirma.
Além do valor nutricional, a qualidade do trigo
também é essencial para compor uma refeição saudável e saborosa. “Com uma
farinha dita tradicional, você consegue fazer qualquer tipo de alimento oriundo
do trigo, mas a qualidade final sempre é perceptível, seja pela dona de casa ou
por uma empresa do ramo alimentício. Cada tipo de farinha de trigo tem seu
mercado indicado e seu grau de pureza”, explica o coordenador de negócios do
moinho de trigo da Unium, Cleonir Vitorio Ongaratto.
Restrição alimentar
Mesmo com tantos benefícios para a saúde, o trigo
tem sido visto como um vilão por pessoas que decidem cortar o alimento da dieta
com a ideia de estabelecer uma alimentação saudável e perder peso. Um dos
motivos seria o glúten, uma proteína presente no trigo, na cevada e no centeio.
A nutricionista explica que o glúten tem um papel importante na parte
tecnológica da produção do alimento, dando estrutura e viscosidade, mas que tem
sido evitado de forma precipitada. “Muitas pessoas acham que o glúten engorda
ou faz mal para a saúde, mas isso não é verdade. Ele faz parte da produção dos
alimentos, para que o produto seja mais coeso, por meio da gliadina e da
glutenina. Mas a falta de informação e as dietas sem prescrição médica têm
feito com que as pessoas cortem o trigo para evitar o glúten, o que pode afetar
negativamente a saúde da população”, diz a especialista.
Até os números refletem essa realidade. Uma
pesquisa realizada pela Euromonitor aponta que os produtos sem glúten têm a
maior previsão de crescimento no Brasil até 2022, com aumento nas vendas
estimado entre 35% e 40% ao ano. A nutricionista ressalta que o trigo e,
consequentemente, o glúten, só deve ser retirado da dieta em casos de alergia
ou recomendação de um especialista. “O problema é que muitas pessoas não
possuem uma restrição para o glúten e estão cortando o alimento de forma
inadequada. O glúten não é um vilão e deve ser evitado apenas por quem tem essa
restrição, quem realmente não pode consumir. E, para isso, é preciso realizar
um exame e ter o diagnóstico de um nutricionista”, diz Mariana.
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