A integração de
dados clínicos é uma das iniciativas que pode ajudar o Brasil a melhorar o
fluxo de atendimento à população e de diagnósticos
Estamos vivendo um momento único. A pandemia
causada pelo surto do novo coronavírus impactou todos os setores da economia e
a área da saúde não poderia ser diferente. O que difere o segmento de
healthcare de outros é a essencialidade dos profissionais de saúde em tempos de
crise sanitária. E o risco da contaminação tem causado grande preocupação nas
pessoas e o Brasil tem a missão árdua de enfrentar esse inimigo invisível e
proteger a sua população.
E nesse enfrentamento, um ponto de atenção que os
líderes do setor de saúde precisam também focar é a integração dos dados
clínicos. Ter acesso a dados confiáveis sobre as condições de pacientes e a
evolução da pandemia é algo crítico e fundamental. Desta forma, a integração e
interoperabilidade entre sistemas e instituições, mais do que nunca, se faz
necessária. Interoperar entre os diferentes níveis de cuidados (primário,
secundário e terciário) e entre os setores público e privado trará uma maior
clareza dos desafios apresentados, pois ali estão os dados para o melhor
entendimento da situação posta.
Tecnologia a favor do combate à pandemia
De acordo com as recomendações da OMS, a testagem
em massa colaborará de forma significativa para a mitigação dos riscos, por
outro lado, a disponibilização desses resultados deve ser rápida, visando à
segurança dos pacientes e à retroalimentação das bases de dados para o melhor
controle dos casos confirmados. O exemplo do que ocorre hoje nos EUA: 85% dos
resultados dos testes de Covid-19 de todo o país trafegam pela plataforma de
integração clínica da Infor, utilizada por laboratórios até aos governos. Assegurar
a troca de informações entre os laboratórios, hospitais e governos é
determinante para uma abordagem eficiente no combate à Covid-19.
Esse é um dos benefícios de uma estratégia de
interoperabilidade, a qual deve estar alinhada com as políticas de mitigação
dos riscos relacionados a essa pandemia com as políticas de saúde pública nos
governos e melhores práticas do setor privado, e estas ações devem fazer parte
de um conjunto de esforços que, somados, podem desobstruir os gargalos
existentes e auxiliar o país no combate à doença.
Uma plataforma de interoperabilidade, incorporada
aos sistemas público e privado, permite maximizar os benefícios de soluções de
teleatendimento/teleconsultas, as quais ajudarão sobremaneira no processo de
triagem do paciente ainda em sua casa. Por exemplo, por meio de um app
instalado em smartphones de pacientes, pode-se coletar informações simples como
sintomas e feedbacks da evolução do quadro de um indivíduo sem que ele precise
sair de casa. Esses dados são lançados nos prontuários eletrônicos dos
hospitais, que passam a ter uma visão de todo o histórico clínico,
acompanhando, em tempo real, a condição do paciente e possibilitando que os
profissionais de saúde possam realizar o tratamento mais adequado de acordo com
a condição de cada indivíduo.
No Brasil, a teleconsulta, associada à integração
de diferentes sistemas, já está sendo aplicada para melhorar o fluxo de
atendimento dos pacientes, que são devidamente triados e monitorados conforme
os protocolos estabelecidos, garantindo-lhes o cuidado adequado às suas
condições e, quando necessário, são encaminhados aos hospitais. Entretanto,
ainda não há uma integração completa entre as plataformas de teleatendimento e
os prontuários eletrônicos já existentes.
Outro grande benefício da interoperabilidade nessa
crise será a troca de informações entre as instituições de saúde para o melhor
gerenciamento da quantidade de leitos disponíveis no país.
O enfrentamento é de proporção colossal e ainda não
há ação isolada que remediará sozinha o problema no curto prazo. A medida de
isolamento social é uma opção que temos para conseguirmos achatar a curva de
infectados e, assim, oferecer atendimento à população. E as soluções de
tecnologia da informação são ferramentas imprescindíveis para nos ajudar nesse
que é, sem dúvida, o maior desafio da nossa geração no campo da saúde.
Claudio Santos - diretor estratégico da Divisão de
Saúde da Infor
Nenhum comentário:
Postar um comentário