Dr. Alfonso Massaguer explica sobre as novas diretrizes da Sociedade
Brasileira de Reprodução Assistida e a continuidade dos tratamentos de
reprodução humana
Na última quarta
feira, dia 15, a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) emitiu uma
nota relacionada aos tratamentos de reprodução assistida durante o período da
pandemia pelo novo coronavírus. O documento reafirma as orientações anteriores,
para a suspensão de novos procedimentos, mas traz novas recomendações que devem
ser observadas e individualizadas de acordo com a necessidade de cada paciente.
Esta nova resolução, devolve a esperança para milhares de mulheres que não
podem adiar ainda mais o sonho da maternidade, mesmo em meio à pandemia.
Segundo o
especialista em reprodução humana, Dr. Alfonso Massaguer, "até o momento
não existem provas ou evidências científicas que apontem algum efeito direto do
covid-19 no desenvolvimento embrionário, portanto, quem está grávida, ou em
tratamento de reprodução assistida, não está mais suscetível à contaminação por
coronavírus ou suas complicações, diferentemente do que aconteceu na epidemia
de H1N1, quando a gravidez, por si só, era um fator de risco e tinha efeito
direto no desenvolvimento fetal, que ocasionava em partos prematuros por
complicações da infecção".
Médico e paciente
devem decidir em conjunto, com cautela, e de acordo com algumas
particularidades, sobre a retomada dos ciclos de reprodução assistida, para que
se possa evitar um dano maior, sobretudo, em pacientes em que a idade é limite,
com baixa reserva ovariana, em tratamento contra o câncer e outros casos em que
não é recomendado esperar o momento mais adequado para engravidar, uma vez que
a infertilidade é considerada uma doença pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
Avaliando riscos e
benefícios, e seguindo as recomendações dos Órgãos de Saúde, é possível dar
continuidade aos tratamentos em curso com segurança, de acordo com todos os
protocolos de higiene e distanciamento social. "Já para os casais que
ainda podem esperar, recomenda-se congelar o material e dar sequência ao
tratamento depois desse período de quarentena exigido pela pandemia",
explica Dr. Alfonso Massaguer, da Clínica Mãe. Ele acrescenta ainda que
"para as mulheres que já passaram pelo processo de implantação do embrião
antes da pandemia, será necessário fazer os exames indicados para a comprovação
da gravidez e seguir as determinações dos Órgãos de Saúde e do Governo em
relação ao confinamento. A indicação é que a grávida não saia de casa, a não
ser para atividades estritamente necessárias, ou por orientação médica",
pondera ele.
O mais importante
é manter a calma e ser prudente! "O covid-19 não apresenta sinais de
contaminação vertical no feto, má formação ou demais problemas genéticos. De todos
os casos notificados até agora, há poucos relatos de contaminação do recém
nascido. É essencial seguir os protocolos de higiene e isolamento social. O
médico saberá orientar o paciente de acordo com a sua necessidade e
individualidade na condução do tratamento nesse período", finaliza o
especialista.
Dr. Alfonso Araújo Massaguer - É Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (USP) Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua
em Reprodução Humana há 18 anos. Dr Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina
de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi
professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro
da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO),
das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução
Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de
vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de
medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá.
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