O câncer de próstata deve atingir 68 brasileiros em 2018,
segundo dados do INCA (Instituto nacional do Câncer). A doença pode levar à
infertilidade porque ela mesma e os tratamentos possíveis, como radioterapia,
hormonioterapia e ou quimioterapia afetam a função da glândula masculina
responsável por produzir compostos importantes do líquido seminal que nutre os
espermatozoides.
Além disso, a depender do caso, o médico especialista
pode indicar a retirada cirúrgica da glândula. “Sem a próstata, a produção do
líquido seminal é afetada, ou seja, o homem fica infértil. Em casos em que não
é preciso retirar a glândula, o tratamento pode eliminar a produção dos
espermatozoides”, explica o urologista Joseph Monteiro, certificado em
reprodução assistida pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
O médico afirma que, em ambos os casos, as técnicas de
reprodução assistida podem permitir que o homem que deseja ser pai tenha a sua
fertilidade preservada. “Uma possibilidade é congelar o sêmen em uma clínica de
reprodução, antes da radioterapia. Nos casos cirúrgicos, além da possibilidade
do congelamento antes da cirurgia, ainda é possível obter posteriormente os
espermatozoides diretamente do testículo para o processo de fertilização in
vitro, no qual o óvulo é fecundado no laboratório e o embrião é transferido
para o útero”, exemplifica.
A DOENÇA – O câncer de próstata
é o segundo tumor mais frequente em homens no Brasil, ficando atrás apenas dos
tumores de pele. Apesar de ser uma doença mais frequente após os 65 anos de
idade, os casos a partir dos 50 anos de idade tem sido mais frequente. “Acredita-se
que o diagnóstico precoce seja dado devido à modernização dos equipamentos que
realizam o exame e também por conta da das campanhas de conscientização do
risco do câncer prostático, como o Novembro azul, por exemplo. Dessa forma, é
possível detectar a doença em pacientes que ainda desejam ter filhos e que eles
tomem conhecimento dos tratamentos por meio da reprodução assistida”, reforça.
Em sua fase inicial, quando o tratamento curativo é
possível, o câncer de próstata é uma doença silenciosa, praticamente sem
sintomas. Com seu avanço podem surgir dificuldade em urinar, perda do controle
urinário, vontade frequente de urinar, principalmente à noite, sangramento ao
urinar ou ao ejacular. Em casos mais avançados, podem surgir sinais como a
obstrução do aparelho urinário, dores abdominais, perda de peso e apetite,
anemia, cansaço e dores ósseas.
DIAGNÓSTICO – De
acordo com a Organização Mundial da Saúde, a detecção precoce de um câncer
compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas
que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada
para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento).
“Homens com histórico familiar de câncer de próstata ou negros (em que a doença
costuma ser mais agressiva), devem procurar um urologista após os 45 anos. Para
os demais, a idade inicial é 50 anos. Nessa fase, é possível suspeitar da
doença por meio de exames de sangue (dosagem de PSA), toque retal e confirmar
seu diagnóstico por biópsia, quando indicado”, conclui.
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