O agricultor do Estado de
São Paulo está mais conectado às tecnologias, estuda mais e preserva o meio
ambiente. São certezas que nós do setor sempre tivemos e que agora estão
reforçadas pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista com a
divulgação, prévia, dos dados do Levantamento das Unidades de Produção
Agropecuária (Lupa), o censo agropecuário.
Importante ferramenta de
análise da realidade do campo, o Lupa foi realizado pela Coordenadoria de
Assistência Técnica Integral (Cati) e pelo Instituto de Economia Agrícola
(IEA), em um trabalho no qual tive a honra de contribuir como secretário de
Agricultura.
O Levantamento só confirma
que nosso amigo produtor rural é caipira com muito orgulho, mas não ficou
obsoleto. Preocupado em acompanhar os avanços tecnológicos e as demandas
mundiais, investiu em formação e colhe os frutos deste maior acesso a
informações e inovações.
O Lupa confirma que todos
os níveis de escolaridade (fundamental, médio e superior) apresentaram
crescimento entre a população rural - provando o interesse em melhorar não
apenas a produtividade da terra, mas também a capacidade humana.
Mais de 65% dos
proprietários rurais nos 645 municípios paulistas, incluindo arrendatários e
parceiros, possuem educação formal. Na edição anterior do Lupa, em 2007, este
número era de 49%. Chega de conferir o adjetivo arcaico ao nosso amigo produtor
rural.
Os reflexos desta maior
escolaridade incluem ganhos importantes para o cotidiano produtivo, como mais
facilidade para a implementação de técnicas conectadas à demanda mundial por
uma agricultura em harmonia com o meio ambiente.
Com conhecimento ampliado,
esses produtores rurais sentem mais facilidade para aderir à implementação de
iniciativas urgentes como o plantio direto, manejo integrado de pragas e
sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF).
São tecnologias que,
associadas à colheita mecanizada e à irrigação, foram responsáveis pelo grande
incremento de produtividade e por uma maior preservação dos recursos naturais.
O produtor rural continua sendo o melhor amigo da natureza.
Outro número que afasta de
vez a ideia de um agricultor que é arcaico por ser pequeno é o de que, no
Estado, grande parte das propriedades é de agricultura familiar. Pequeno em seu
tamanho, mas grande em sua vontade, o homem do campo paulista continua
contribuindo para que o Estado seja campeão de exportação em várias cadeias
produtivas como todos sabemos.
A zona rural do Estado de
São Paulo é formada por 334.741 Unidades de Produção Agropecuária (UPAs), pouco
mais de 3,1% superior ao apurado no levantamento anterior, acomodada em
20.288.051,53 hectares. 283.860 delas (84,8%) possuem área inferior a quatros
vezes o módulo fiscal vigente no município; ou seja, entre 5 e 40 hectares.
É preciso destacar também
a importância da produção no campo para o sustento das famílias que nele vivem.
Em 56,5% das Unidades, a administração é feita por agricultores que têm na
propriedade a sua principal fonte de renda.
Idealizado com o objetivo
de conhecer a realidade rural, produzir diagnósticos, cenários e análises
regionais e setoriais, o Lupa é fundamental para a elaboração de programas e
projetos alinhados às políticas públicas e estratégias empresariais.
Ele articula pesquisa
científica, extensão rural e defesa agropecuária para conhecer a fundo esta
realidade que tem nos enchido de orgulho.
Reúne centenas de milhares
de informações dos municípios paulistas, abrangendo as explorações vegetais e
animais no que tange à ocupação do solo, mão de obra, adoção de novas tecnologias,
utilização de máquinas e benfeitorias existentes nas propriedades rurais. É uma
verdadeira radiografia de um dos mais importantes segmentos da economia do
Estado.
Quando o levantamento
estiver disponível, o usuário contará com dezenas de combinações para construir
cenários com os dados segmentados por município, região e cultura, graças ao
trabalho conjunto das duas instituições: a Cati alimenta a base de dados e o
IEA faz a consistência.
A terceira edição do Lupa
está em fase de finalização com 98,5% dos dados apurados e consistidos. É
possível constatar a dinâmica do setor agropecuário, com mudanças de cenários
importantes em algumas cadeias produtivas.
Mudanças que acompanham o
mercado nacional e internacional, de problemas fitossanitários, dos avanços
tecnológicos, da maior conscientização ambiental dos produtores rurais e da
maior conscientização dos consumidores.
Um levantamento que reafirma a importância
do homem do campo para toda a sociedade!
Arnaldo Jardim -
Deputado Federal - PPS/SP
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