O risco de sofrer um
infarto aumenta 50% nas mulheres com diabetes e 40% nos homens;
Quando a enfermidade se
instala, potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o
colesterol elevado
Estima-se que cerca de 10% da população adulta brasileira
sejam diabéticos. Segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), 41%
tomam medicamentos, 29% fazem apenas dieta, 23% não seguem nenhum tratamento e
7% são dependentes de insulina. O diabetes pode impactar de forma mais negativa
a saúde das mulheres do que a dos homens. É o que indicam os resultados de uma
pesquisa conduzida por especialistas europeus e australianos. Segundo o estudo,
o risco de uma pessoa diabética sofrer uma doença coronária é 44% maior se ela
for do sexo feminino.
O estudo,
conduzido por especialistas da Austrália, Grã-Bretanha e Holanda, ainda
concluiu que mulheres diabéticas têm o triplo de chance de sofrer uma doença
coronária do que mulheres sem diabetes. O diabetes é um dos
principais fatores de risco para doenças cardiovasculares como infarto,
acidente vascular cerebral (AVC) e entupimento de artérias, especialmente das
pernas e pés, além de formação de aneurismas - dilatação de um vaso sanguíneo.
Um estilo de vida saudável dificulta o aparecimento dos males que podem
acometer as funções do coração.
Além de acometer o coração, o diabetes pode, também,
comprometer os rins (insuficiência renal) e o cérebro (AVC ou derrame). O risco
de sofrer um infarto aumenta 50% nas mulheres com diabetes e 40% nos
homens diabéticos. “Quando a enfermidade se instala, potencializa outras
condições de risco como a pressão alta e o colesterol elevado. O diabetes é uma
espécie de combustível perverso, difícil de ser removido e pronto para causar
muitos problemas”, explica Dr. Leopoldo Piegas, cardiologista do HCor (Hospital
do Coração).
O diabetes tipo II oferece mais risco para o aparecimento
de doenças cardiovasculares. A má alimentação, falta de atividade física
regular e de acompanhamento médico adequado ão hábitos que devem ser
modificados. “Escolher com cuidado os alimentos que
ingerimos para atingir e conservar o peso corporal próximo do ideal, além de
preservar a capacidade do pâncreas em produzir insulina, associadas à prática
de atividade física regular, ajudam a afastar a possibilidade de instalação do
diabetes do tipo 2 - modalidade da doença mais associada ao desenvolvimento de
problemas cardiovasculares”, explica Dra. Regeane Cronfli,
endocrinologista do HCor (Hospital do Coração).
Prevenção
do diabetes:
De acordo com o cardiologista do HCor controlar o peso,
praticar atividades físicas regulares, reduzir carboidratos, bem como realizar
refeições em horários regulares, são atitudes que podem prevenir o diabetes do
tipo 2, além de controlar definitivamente a doença e, consequentemente,
garantir o bom funcionamento do coração.
Além do paciente diabético ter mais risco de contrair
doenças do coração, é necessário cuidado redobrado mesmo após o tratamento.
“Isso porque sempre haverá tendência de obstruções das artérias. É importante
não procurar por ajuda apenas em momentos mais sérios, mas principalmente para
prevenção de patologias. Se as doenças não forem evitadas, elas poderão trazer
consequências muito mais graves à saúde”, pondera Dr. Piegas.
Diabetes e doenças cardiovasculares: as
doenças cardiovasculares estão entre as causas mais frequentes de morte no
Brasil. Evitar o diabetes significa afastar essa ameaça. E não é difícil seguir
esse caminho. Primeiro, é necessário avaliar a presença de fatores de risco,
como tabagismo, excesso de gordura abdominal, hipertensão, sedentarismo, dieta
pobre em fibras e história de diabetes na família. “Quando esses fatores
existem, o acompanhamento com um profissional de saúde ajuda a promover uma
melhora gradual no estilo de vida e reduz, em cerca de 60%, o risco de
desenvolver a doença”, explica a endocrinologista do HCor.
Em pessoas com diabetes, a orientação ajuda a reduzir a
gordura abdominal e a controlar melhor os níveis de pressão arterial,
colesterol e glicose, diminuindo os riscos de infarto e de AVC. “Já os que não
desenvolveram nenhum fator de risco sabem: manutenção de um peso corporal
adequado, boa alimentação rica em frutas, hortaliças, legumes e verduras, grãos
integrais, produtos como leite desnatado e seus derivados e exercício físico
regular podem manter longe o diabetes”, finaliza Dra. Cronfli.
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