Especialista
explica os riscos das receitas naturais que substituem o filtro solar
tradicional
Há poucos dias do verão, cresce a preocupação com
os efeitos nocivos causados pela exposição solar. O câncer de pele tipo
não-melanoma é o mais frequente no Brasil, com uma estimativa de 165.580 novos
casos em 2018. Enquanto a recomendação dos médicos é reforçar o uso do protetor
solar diariamente, principalmente no rosto, na prática a ideia de que o
protetor solar causa câncer cresce cada vez mais entre os adeptos dos slow beauty,
movimento que incentiva o uso de produtos naturais.
O rumor de que os protetores solares podem ser
tóxicos surgiu após pesquisas alegarem que algumas substâncias presentes no
produto, como oxibenzona, podem causar reações alérgicas e até mutações no DNA.
Felipe Ades, especialista do Centro Paulista de Oncologia comenta que os resultados
desses estudos ainda são controversos e que há outros levantamentos que mostram
que o uso diário de protetor solar reduz o risco de câncer de pele. "Já
sabemos que mais de 70% da população brasileira não aplica o filtro solar
diariamente. Parar de recomendar o seu uso sem pesquisas fundamentadas seria
imprudente", conta.
Com o intuito de trocar o protetor solar
industrializado por uma opção mais natural, diversas receitas caseiras
viralizaram nas redes sociais, mas a eficácia da maioria é duvidosa e pode até
colocar a saúde em risco. Os óleos naturais ou a pasta d'água aparecem dentre
as opções, porém, pela falta de testes é difícil alegar a capacidade de
proteção desses produtos. "A proteção solar dessas receitas é muito
pequena e em alguns casos inexistente", afirma Ades. A sugestão do
especialista é buscar por opções que utilizam fórmulas que tenham certificação
de qualidade.
Especialistas alertam para uma avaliação precoce
Geralmente, os principais sintomas de câncer não
melanoma são lesões cutâneas com crescimento rápido, com sangramento,
ulcerações que não cicatrizam, que podem apresentar coceira e algumas vezes dor
aparentes em áreas muito expostas ao sol como rosto, pescoço e braços. O
oncologista ainda complementa que pessoas com pele, cabelos e olhos claros têm
o risco aumentado de desenvolver a doença. A idade constitui outro fator,
principalmente a partir da quinta década de vida, pois quanto maior o tempo de
exposição da pele ao Sol, mais envelhecida ela fica. Evitar a exposição excessiva
e constante aos raios solares sem a proteção adequada é a melhor medida – e
isso vale desde a infância.
"É preciso buscar aconselhamento médico
especializado principalmente quando a mancha surge repentinamente, sem algum
acontecimento relacionado que justifique." frisa o oncologista.
Grupo
Oncoclínicas
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