A violência contra a mulher continua sendo um problema que
preocupa as autoridades brasileiras. De acordo com dados do Ministério dos
Direitos Humanos, só nos primeiros seis meses deste ano, mais de 38 mil
denúncias de violência contra mulheres foram registradas no disque 180.
A violência pode se manifestar de várias formas. Ela pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. E pode destruir a vida de qualquer mulher. É o caso, por exemplo, de Patrícia. Em poucos meses de relacionamento, ela e o companheiro começaram a morar juntos. Ele decidiu que não queria que Patrícia trabalhasse mais, se mostrava extremamente ciumento, até que começaram as ameaças.
Depois disso, ela tomou coragem, foi até a Delegacia da Mulher e fez a denúncia. Quando voltou para casa, nenhum dos pertences dela estavam mais lá. Patrícia conta que até hoje vive apavorada, porque as ameaças ainda continuam.
"Eu tenho muito medo de encontrar ele, porque toda vez que ele vê alguém que me conhece, ele fala, 'O que é dela está guardado'. Que o dia em que ele me pegar vai me matar", lamenta ela.
Patrícia conta ainda que, de noite, ela dorme muito pouco, porque fica frequentemente vigiando para ver se o ex-namorado não vai aparecer na casa dela. E que isso, não é amor.
"Quando a pessoa ama, ela cuida! Ela não bate, não machuca, não maltrata, ela não ameaça. Ela te deixa viver em paz e eu não tive paz”, conta Patrícia.
As discussões sobre o assunto se intensificaram neste mês principalmente por conta do Dia Internacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, no último domingo (25). Agora, nesta terça (27), o governo federal lançou o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher.
As ações vão promover a colaboração entre estados e municípios com a União, com o intuito de trazer uma punição mais rigorosa contra ao agressor e uma prevenção eficaz contra a violência.
“Ele busca um diálogo entre o poder federal, os Estados e os municípios, no sentido de criar diretrizes e de criar uma rede de proteção para tornar mais efetiva a proteção para as mulheres. É fundamental que as pessoas se conscientizem da importância desta pauta, que não há limite de tolerância para violência. Violência não pode ser tolerada em hipótese nenhuma", explica o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.
A professora Lia Zanotta Machado, do Departamento de Antropologia da UnB, explica que é até comum um casal discutir. Mas resolver os conflitos através da imposição física sobre o outro, sobre ameaças verbais, injúrias, ou sobre humilhações é inadmissível em qualquer relacionamento.
"Ciúmes, as mulheres sentem, os homens sentem, mas o ciúme não é razão para violência contra a mulher. Não é razão para matar. Não se mata por amor, se mata por ódio. Se o amor já foi, cada um vai para o seu canto, se separa ou então, fica junto e recompõe as relações, mas jamais através da violência”, enfatiza a educadora.
Por isso, em casos de violência contra a mulher, basta ligar para o 180. A Secretária Nacional de Proteção para Mulheres do Ministério dos Direitos Humanos, Andreza Colatto, conta que a ligação é de graça e confidencial.
"A Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres faz um apelo a toda a sociedade, que divulgue e utilize o canal "ligue 180", que hoje é nossa principal porta de entrada de informação a respeito da violência sofrida por mulheres e também de denúncia. É um canal confidencial que funciona 7 dias por semana, 24 horas por dia e atende as mulheres brasileiras que vivem em 16 outros países. A sociedade precisa entender que ela também faz parte desse enfrentamento”, afirma a secretária.
Você tem voz
Um vídeo lançado no último domingo (25) pelo governo federal, com a cantora Naiara Azevedo, fez com que o número de denúncias de violência contra a mulher aumentasse 16 vezes em relação à média, somente no primeiro dia.
A violência pode se manifestar de várias formas. Ela pode ser física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral. E pode destruir a vida de qualquer mulher. É o caso, por exemplo, de Patrícia. Em poucos meses de relacionamento, ela e o companheiro começaram a morar juntos. Ele decidiu que não queria que Patrícia trabalhasse mais, se mostrava extremamente ciumento, até que começaram as ameaças.
Depois disso, ela tomou coragem, foi até a Delegacia da Mulher e fez a denúncia. Quando voltou para casa, nenhum dos pertences dela estavam mais lá. Patrícia conta que até hoje vive apavorada, porque as ameaças ainda continuam.
"Eu tenho muito medo de encontrar ele, porque toda vez que ele vê alguém que me conhece, ele fala, 'O que é dela está guardado'. Que o dia em que ele me pegar vai me matar", lamenta ela.
Patrícia conta ainda que, de noite, ela dorme muito pouco, porque fica frequentemente vigiando para ver se o ex-namorado não vai aparecer na casa dela. E que isso, não é amor.
"Quando a pessoa ama, ela cuida! Ela não bate, não machuca, não maltrata, ela não ameaça. Ela te deixa viver em paz e eu não tive paz”, conta Patrícia.
As discussões sobre o assunto se intensificaram neste mês principalmente por conta do Dia Internacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, no último domingo (25). Agora, nesta terça (27), o governo federal lançou o Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher.
As ações vão promover a colaboração entre estados e municípios com a União, com o intuito de trazer uma punição mais rigorosa contra ao agressor e uma prevenção eficaz contra a violência.
“Ele busca um diálogo entre o poder federal, os Estados e os municípios, no sentido de criar diretrizes e de criar uma rede de proteção para tornar mais efetiva a proteção para as mulheres. É fundamental que as pessoas se conscientizem da importância desta pauta, que não há limite de tolerância para violência. Violência não pode ser tolerada em hipótese nenhuma", explica o ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha.
A professora Lia Zanotta Machado, do Departamento de Antropologia da UnB, explica que é até comum um casal discutir. Mas resolver os conflitos através da imposição física sobre o outro, sobre ameaças verbais, injúrias, ou sobre humilhações é inadmissível em qualquer relacionamento.
"Ciúmes, as mulheres sentem, os homens sentem, mas o ciúme não é razão para violência contra a mulher. Não é razão para matar. Não se mata por amor, se mata por ódio. Se o amor já foi, cada um vai para o seu canto, se separa ou então, fica junto e recompõe as relações, mas jamais através da violência”, enfatiza a educadora.
Por isso, em casos de violência contra a mulher, basta ligar para o 180. A Secretária Nacional de Proteção para Mulheres do Ministério dos Direitos Humanos, Andreza Colatto, conta que a ligação é de graça e confidencial.
"A Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres faz um apelo a toda a sociedade, que divulgue e utilize o canal "ligue 180", que hoje é nossa principal porta de entrada de informação a respeito da violência sofrida por mulheres e também de denúncia. É um canal confidencial que funciona 7 dias por semana, 24 horas por dia e atende as mulheres brasileiras que vivem em 16 outros países. A sociedade precisa entender que ela também faz parte desse enfrentamento”, afirma a secretária.
Você tem voz
Um vídeo lançado no último domingo (25) pelo governo federal, com a cantora Naiara Azevedo, fez com que o número de denúncias de violência contra a mulher aumentasse 16 vezes em relação à média, somente no primeiro dia.
Atualmente, a média de telefonemas
para o Ligue 180 é de 350 por dia. Nesta segunda-feira (26), um dia após a
divulgação do vídeo nas redes sociais, a central recebeu mais de 5,6 mil
denúncias.
O clipe utiliza uma música que, quando se escuta apenas a letra, parece uma canção de amor. Mas quando se assiste às imagens do clipe, é possível perceber que - muitas vezes - o que era tido como "amor", na verdade, é abuso. As imagens são fortes e incentivam à denúncia para o número 180.
O clipe utiliza uma música que, quando se escuta apenas a letra, parece uma canção de amor. Mas quando se assiste às imagens do clipe, é possível perceber que - muitas vezes - o que era tido como "amor", na verdade, é abuso. As imagens são fortes e incentivam à denúncia para o número 180.
Plano Nacional
No lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Doméstica contra a Mulher, o presidente Michel Temer lembrou que, apesar das dificuldades, é urgente enfrentar o problema de violência contra as mulheres.
“Todos sabemos que esse desafio não é fácil. Afinal, a violência contra a mulher não conhece extrato social, idade, nem região do país. Muitas vezes as pessoas pensam que isso acontece entre os mais pobres, e não é isso. As estatísticas revelam abundantemente que em todos os extratos sociais há muitas vezes violência contra mulher. E como foi dito aqui, ela está nas ruas, no trabalho, escolas, mas principalmente dentro de casa. Justamente onde deveriam se sentir até mais protegidas”, disse Temer.
Tainá Ferreira
e Cintia Moreira
Fonte: Agência do Rádio Mais
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