Susanne Anjos Andrade,
especialista em desenvolvimento humano e autora do best-seller "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil",
lista medidas que criam um dia a dia profissional mais humanizado, auxiliando
na igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho
Crédito:
Envato Elements
A
busca das mulheres pela igualdade no ambiente de trabalho é um tema em alta nos
tempos atuais. E, mesmo
com as dificuldades, elas dominam cada vez mais profissões que eram
consideradas masculinas, e cada vez mais tornam-se chefes. Segundo pesquisa da
Grant Thornton, 29% das empresas brasileiras possuem mulheres em cargos de
liderança, um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao levantamento
realizado em 2017.
Mas,
por mais que ganhem cada vez mais espaço no mercado, o público feminino ainda
sofre preconceito dentro das empresas, nem que seja de maneira velada, como a
desigualdade nos salários, por exemplo. E, para driblar esse problema e acabar
de vez com a discriminação de gênero no ambiente corporativo, empresas buscam
um estilo de gestão humanizada. Mas como essas medidas podem ajudar?
De
acordo com a especialista em desenvolvimento humano Susanne Anjos Andrade,
autora do best seller "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", a
humanização corresponde tanto aos valores praticados entre as pessoas como
também à cultura da própria empresa, que deve entender que o ser humano é a
base para a conquista dos resultados. "Não importa o gênero do
colaborador, ele deverá sempre ser cuidado, valorizado e reconhecido. É preciso
investir na essência da humanização, com práticas como colaboração, empatia e
comunicação. Empresas que não apostarem na humanização estão no caminho do
fracasso", comenta ela.
Abaixo,
ela lista medidas que ajudam na humanização e, consequentemente, ajudam no
crescimento das mulheres no âmbito profissional:
Trabalho
em equipe
Quando
a empresa tem uma liderança que tem o foco na colaboração, consegue controlar a
ansiedade e a competitividade destrutiva (não saudável), que podem surgir entre
os membros de um mesmo time, fortalecendo o trabalho em equipe para garantir
melhores chances de sucesso.
"Quando
as pessoas criam uma boa conexão e sabem se comunicar para resolver os
problemas de trabalho, cria-se uma oportunidade para as mulheres se destacarem
e mostrarem o seu verdadeiro valor e capacidade, que são características que
não dependem de gênero", esclarece Susanne.
Igualdade
nos cargos
Uma
das principais medidas dentro de uma empresa humanizada é a igualdade entre os
membros de uma equipe. Um gestor deve receber o mesmo tratamento de um
estagiário, e vice-versa. Muitas empresas optam por investir em uma sala
grande, sem divisórias, para que não haja barreiras entre o líder e o
funcionário.
Susanne
explica que este processo pode ser muito positivo para o crescimento da mulher
no mercado, já que, se a política interna da empresa é apostar na igualdade, o
mesmo vai ser feito na hora de acertar o salário no final do mês. "Vejo um
equívoco em algumas corporações, que decidem promover somente as mulheres.
Nesse caso, também pode ser considerada uma forma de discriminação contra elas
mesmas. As pessoas devem ser promovidas quando mostrarem que merecem, por meio
do trabalho. O caminho é de igualdade e meritocracia", explica ela.
Incentivo
ao protagonismo
Tomar
as rédeas da carreira é algo que todos os profissionais deveriam fazer, até
para encontrar o seu verdadeiro propósito e sentir-se realizado com o que faz.
Corporações que seguem a humanização incentivam seus colaboradores a assumirem
o protagonismo. E, de uma maneira indireta, essa medida pode auxiliar as
mulheres a se posicionarem no dia a dia, e também em casos de discriminação.
"Eu
acredito que a responsabilidade não é somente das mulheres, mas também dos
homens. É uma questão de respeito ao ser humano. Quando as mulheres assumem o
protagonismo, todos à sua volta, sejam colegas ou gestores, tendem a ser mais
justos, reconhecendo o potencial delas de forma mais expressiva", explica.
Política
contra o assédio
Não
ser ouvida quando dá uma opinião, ganhar menos que um colega homem que exerce a
mesma função, receber elogios exagerados e com segunda intenção quando está
arrumada são atitudes machistas contra as mulheres, e que podem ser
consideradas assédio.
"Pode
parecer besteira, mas esses comentários, assim como muitos outros, ainda são
comuns no ambiente de trabalho. Por isso, há empresas que vestem a camisa e
adotam uma política contra essas atitudes, oferecendo proteção para que as
mulheres continuem lutando pelo seu espaço de uma maneira justa", comenta.
"Com
muita frequência vejo discriminação em áreas em que predominam homens, como
empresas de TI. Basta elas serem minoria em algum local, que já escutam frases
como "mulher em TI é homem". Quanto maior for essa igualdade, todos
sairão ganhando, homens e mulheres, pois teremos um ambiente mais leve e humanizado,
com profissionais mais felizes e produtivos", finaliza.
Susanne Anjos Andrade - Autora dos Best-Sellers "O
Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", recém-lançado pela Editora Gente,
"O Segredo do Sucesso é Ser Humano", e do livro digital "A Magia
da Simplicidade". É coach, palestrante e professora de cursos de MBA pela
Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre
carreira, coaching e liderança. Também é sócia-diretora da A&B Consultoria
e Desenvolvimento Humano, empresa que criou o "Modelo Ágil
Comportamental", e parceira da Associação Brasileira de Recursos Humanos
(ABRH-SP). Confira
também livros e treinamentos.
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