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sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Como reatar amizades e convívio em família em tempos de polarização política


Não é segredo para ninguém que as eleições para presidente este ano foram muito polêmicas – dos debates e algumas afirmações entre os próprios candidatos, às discussões que acontecem no seu feed de notícias nas redes sociais e entre grupos de WhatsApp, principalmente os familiares.

A cereja no topo do bolo presidencial, sem dúvida, é o fato de que faltam dois meses para as festas de fim de ano. Em outras palavras: você e todos os seus parentes estão a poucos dias de se sentar em torno de uma grande mesa de jantar na casa de algum parente, fingindo que está tudo bem, mesmo sabendo que, por exemplo, um tio te excluiu do Facebook porque você discorda da opinião política dele. Ou que, no rebuliço das discussões eleitorais, você decidiu por deletar praticamente todos os seus primos das suas redes sociais por não compactuar com as suas ideias sobre determinado candidato – ou por alguma ofensa direta ou indireta.

É por isso que no texto de hoje eu dou algumas dicas para passar as comemorações de fim de ano em paz, sem deixar que as provocações políticas se transformem em decisões irracionais (carregadas de emoção) e tudo se torne mais desavenças, só que agora na vida real. Vamos aos tópicos:


1 – Razão x Emoção: conheça os seus valores

Se a discussão na mesa é sobre política, religião ou outras escolhas importantes da vida, o que importa realmente são os seus valores pessoais.

Isso começa com o autoconhecimento. Vivemos em uma cultura em que é tão importante se sobressair à frente de um debate que quando aparece algo que se contrapõe aos nossos valores perdemos completamente o fio da meada da discussão. Tradução: perde-se a razão e a lógica do raciocínio, dando lugar à emoção e a falas impulsivas. O resultado? Torta de climão.

Então, o que fazer? Quando a discussão sobre política vier à tona nas festas de fim de ano ou alguém te questionar o porquê foi excluído das suas redes sociais, pregue os seus valores e seja específico na sua resposta. Saber quem você é, bem como o que você representa se torna uma bússola para você se guiar nessas situações. Ter argumentos concretos ajudam a evitar que suas emoções se sobreponham à razão e lhe garantem serenidade.


2 – Planeje-se para evitar prolongações do assunto

Você está na sua família há algum tempo, então você sabe como cada um reage a determinado assunto. Conhece quem vai te provocar, fazer questionamentos desagradáveis e iniciar uma discussão. Que tal se preparar para isso?

Pense que tipos de conversas podem surgir e como você gostaria de responder. Você nunca pode controlar o que as outras pessoas dizem ou fazem, mas pode se preparar estrategicamente para driblar aquele tio que bebeu demais e quer falar de política ou aquele primo magoado que vem questionar o porquê de não estar mais no seu círculo virtual de amigos.

Portanto, treine uma saída para esses casos: estabeleça com você mesmo que sempre manterá a calma e a serenidade quando submetido a um "ataque".


3 – Limite a conversa, sem tom de censura

Se você quer evitar fadiga antes mesmo de começar as discussões e questionamentos sobre as eleições é totalmente aceitável tomar a iniciativa de falar: "sem política hoje".


4 – Ouça e respeite seu interlocutor

Você já viu alguém mudar de opinião rapidamente? Eu particularmente não. Então não tente mudar de forma brusca e cheia de ataques o que já está decidido por outra pessoa! Utilize argumentos para mostrar o seu ponto de vista: vai dela, acatá-los ou não. Respeite a opinião alheia, um dos princípios básicos da democracia.

Durante uma discussão, principalmente política, em que somos muitas vezes guiados apenas por nossas emoções, sem defender propriamente os nossos valores, repetimos os mesmos argumentos várias vezes, transformando uma conversa que poderia ser saudável em provocações e desgastes.


Questões finais

Ditas essas quatro dicas, ainda é possível que a discussão possa tomar rumos não previstos. Para evitar que a ceia acabe se transformando em uma pequena edição da Guerra Civil, a primeira coisa a se fazer é ouvir o outro e não deixar a emoção conduzir a discussão. Se necessário, mude o assunto educadamente. Tudo fica mais fácil!
No final das contas, as festas de fim de ano são uma época para se comemorar e ficar junto de seus familiares. Esqueça o porquê você excluiu alguém das suas redes sociais por conta de um posicionamento político (ou até mesmo foi excluído) e traga discussões saudáveis e memoráveis para a mesa! Lembre-se que o respeito por uma opinião diferente e empatia por outro alguém começa dentro das nossas próprias casas. Serenidade… muita serenidade…


Uranio Bonoldi consultor - palestrante e oferece aconselhamento personalizado para empresários e executivos. www.uraniobonoldi.com.br

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