quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Sete aspectos importantíssimos sobre a bariátrica



Cirurgia da Obesidade, bariátrica e redução do estômago – os três nomes referem-se ao mesmo procedimento voltado ao tratamento da obesidade grave. O Hospital Daher Lago Sul o realiza há anos e oferece estrutura adequada, equipamentos específicos e equipe especializada no tratamento cirúrgico da obesidade mórbida.
Trata-se de uma operação que, com o passar dos anos, ganhou aperfeiçoamento e, atualmente, oferece resultados mais eficientes e maior segurança ao paciente. A cirurgiã geral, especialista em cirurgia videolaparoscópica, Dra. Helena Malnati, uma das especialistas que integram a equipe médica do Hospital Daher, que atende os pacientes no consultório e realiza cirurgias, esclarece alguns aspectos sobre a bariátrica no intuito de tirar as dúvidas e acabar com os mitos a respeito do assunto.

1) Normas
Há normas específicas para os profissionais e unidades de saúde quanto ao assunto. Isso porque os avanços obtidos nos últimos anos e a tendência de facilidade ao acesso não podem banalizar a prática e menosprezar as medidas de segurança definidas em nível mundial.
O Hospital Daher Lago Sul segue os protocolos que exigem a participação de uma equipe multiprofissional em todas as etapas, a partir do primeiro atendimento até a cirurgia plástica reparadora, quando necessária. Desta forma, o paciente, em um momento inicial, é avaliado por profissionais de diversas áreas.
Só de cirurgiões plásticos, o Hospital Daher conta com 10 médicos devidamente capacitados. Além disso, há o cumprimento rigoroso do modelo definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que consiste na verificação de itens essenciais ao processo cirúrgico para garantir toda a segurança necessária.
Entre as ações de rotina estão:
·         checagem de segurança;
·         check-list seguro ou time-out;
·         identificação correta do paciente e presença de toda a equipe cirúrgica;
·         confirmação do procedimento a ser realizado e planejamento de acesso respiratório e da necessidade de transfusão de sangue;
·         posicionamento correto do paciente na mesa cirúrgica;
·         confirmação do lado a ser operado;
·         disponibilidade de equipamentos e materiais necessários para a cirurgia;
·         encaminhamento de materiais para exames diagnósticos.

2) Indicação
Existe sempre a dúvida: quem pode fazer a bariátrica? É válida em qualquer situação de excesso de peso? Não. Ela é voltada apenas aos pacientes com Índice de Massa Corporal (IMC) maior do que 40, independentemente da existência de outras patologias, ou com IMC superior a 35 com doenças associadas. Para quem tem diabetes ou síndrome metabólica, o índice deve estar acima de 30.
E como saber qual seu IMC? É fácil. Divida o seu peso pela sua altura ao quadrado. Exemplo: Pessoa com 90kg e 1,50m
90/1,5 x 1,5 = 40 (IMC)

3) Qual médico está apto a realizar o procedimento?
O profissional habilitado é o cirurgião bariátrico. Um detalhe importante é que, em geral, aqueles profissionais que acompanham o paciente, periodicamente, como o endocrinologista, o cardiologista e o ginecologista reconhecem a necessidade e fazem o encaminhamento para o tratamento cirúrgico.

4) Quais os principais passos?
O primeiro é marcar a consulta com um cirurgião bariátrico. Ele verificará se há realmente indicação cirúrgica e solicitará alguns exames para avaliar a presença de doenças que surgem, normalmente, associadas ao excesso de peso. Os cuidados incluem também avaliação de cardiologista, anestesista e pneumologista para avaliação do risco cirúrgico.
Comprovada a necessidade e com os resultados dos exames em mãos, marca-se a data da operação. No dia, a internação deve ocorrer uma hora antes do procedimento. Exige-se jejum.
A anestesia usada é a geral, que permite ao paciente dormir durante toda a cirurgia, com duração média de 2horas. O período de observação na recuperação anestésica é de mais ou menos 2 horas. Após esse período, ele é liberado para o quarto, onde já poderá se levantar e fazer pequenas caminhadas, conforme orientação médica.
A alta ocorre, em geral, 48 horas depois, mas isso varia de acordo com a evolução de cada um. Vale ressaltar que os cuidados pós-operatórios, como a dieta líquida, devem ser seguidos à risca.
E não para por aí. O paciente deverá ser acompanhado pelo cirurgião bariátrico, endocrinologista, nutricionista e psicólogo tanto antes quanto depois da operação. Após a perda e confirmada a estabilização do peso, poderá ser necessária a avaliação do cirurgião plástico para possíveis procedimentos reparadores.

5) Técnicas adotadas:
A técnica de Bypass Gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y de Roux”) consiste em grampear parte do estômago para reduzir o espaço para o alimento. Além disso, faz-se um desvio de 100 cm do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão a sensação de saciedade, diminuem a fome e aumentam o metabolismo basal, aumentando o gasto energético. A somatória desses fatores leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.
Uma curiosidade sobre o nome “Y de Roux”. A denominação se dá pelo fato de a costura do intestino desviado ficar com formato parecido com a letra Y. Roux é o sobrenome do cirurgião que criou a técnica.
Existe também a Gastrectomia Vertical. Nesse caso, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros. Trata-se de um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Ele apresenta boa eficácia para a perda de peso e para o controle das comorbidades.

6) História da Bariátrica:
Em 1960, houve os primeiros registros de procedimentos com grandes desvios intestinais para tratar, cirurgicamente, a obesidade. No entanto, as técnicas apresentaram complicações graves e foram, gradativamente, sendo abandonadas.
Mais de 20 anos depois, mais especificamente, em 1982, nos Estados Unidos, o médico Edward Mason introduziu o conceito de restrição gástrica, por meio da gastroplastia vertical com bandagem, uma cirurgia restritiva, com bons resultados e baixos índices de complicação.
Na década de 90, veio à tona a técnica que combinava a restrição alimentar a um pequeno desvio intestinal. Após pequenas modificações realizadas por Fobi, criou-se a operação mais realizada até hoje, a gastroplastia (ou By-Pass Gástrico) com reconstrução em Y-de-Roux, ou Fobi-Capella.
No Brasil, a prática surgiu em 1970, com o cirurgião Salomão Chaib da FMUSP. Acompanhando as tendências mundiais, após a década de 90, com as novas técnicas e os resultados animadores, a cirurgia bariátrica se estabeleceu e cresceu no país. Finalmente, após o ano 2000, difundiu-se a videolaparoscopia também para a bariátrica, com melhora expressiva na recuperação pós-operatória. Hoje, nosso país é o segundo em número de cirurgias, por ano.
"A obesidade está associada ao aumento de mortalidade e à redução da expectativa de vida dos obesos, em cerca de 5 a 20 anos. Observa-se, ainda, que, ao tomar o caminho inverso, a perda de peso melhora os fatores de risco para doenças cardiovasculares e diminui a mortalidade. Mas é importante ressaltar que a cirurgia é um tratamento adotado apenas em casos extremos, nos quais se comprova os limites de IMC fixados e quando as terapias comportamentais (dietas e exercícios) e os medicamentos apresentam-se ineficazes”, esclarece a cirurgiã bariátrica, Dra. Helena Malnati, integrante do corpo clínico do Hospital Daher Lago Sul.

7) Estatísticas:
Em 2014, houve um aumento de 10% de cirurgias bariátricas, no Brasil, em relação a 2013, conforme apontou a estimativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica Metabólica (SBCBM). Naquele ano (2014) 7 milhões de pessoas aguardavam pelo procedimento. Já em 2015, 93,5 mil pacientes fizeram a cirurgia, sendo que em 2014, o número foi de 88 mil, o que representou uma elevação de 6,5% na comparação entre os dois anos.
Dados da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) do Ministério da Saúde indicaram que, em 2013, 50,8% dos brasileiros estavam acima do peso e 17,5% eram obesos. Os percentuais ficaram 19% e 48% superiores aos registrados em 2006, quando a proporção era 42,6% e 11,8%, respectivamente. A obesidade é considerada fator de risco para doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e para alguns tipos de câncer.
De acordo com outro levantamento da VIGITEL e do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), atualmente, 51% dos brasileiros estão com sobrepeso e são obesos. Estima-se que 4.5 milhões de pessoas têm indicação formal para a cirurgia bariátrica. O país realiza, aproximadamente, entre 90 e 95 mil procedimentos anualmente. Ao considerar todos os números, o levantamento estima que serão necessários  50 anos para operar todos aqueles que apresentam a necessidade de passar pela cirurgia.


Dra Helena Malnati - Formada em Medicina pela Universidade de Brasília (UnB) em 2008, fez Residência Médica em Cirurgia Geral no Hospital Universitário de Brasília (HUB), de 2008 a 2009, e em Cirurgia Geral Avançada e Videolaparoscopia, também pelo HUB, no período de 2010 a 2011. A Dra. Helena, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), passou a integrar a equipe do Hospital Daher Lago Sul em 2012, como cirurgiã geral.

Hospital Daher
SHIS QI 07 - F - Lago Sul - Brasília/DF



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