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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Crianças devem tomar a vacina contra a Febre Amarela a partir dos 9 meses



A dose está disponível na Rede Pública de Saúde e as reações são toleráveis, explica o pediatra Paulo Taufi Maluf Jr.

O Ministério da Saúde confirmou mortes provocadas por febre amarela no País e os registros, referentes às primeiras semanas de janeiro, já superam os casos identificados durante todo o ano de 2016, quando cinco pessoas tiveram a morte confirmada pela doença infecciosa. Em 2009, ano em que foi constatado um surto de febre amarela em vários estados do Brasil, 17 óbitos foram confirmados.

Assim como os adultos, os bebês e as crianças não estão livres da doença, que é transmitida pelo mosquito contaminado. O Aedes aegypti é o transmissor da febre amarela nas cidades. Mas a transmissão hoje registrada no Brasil é a silvestre, ou seja, através dos vetores silvestres, chamados haemagogus e sabethes.

O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês, explica que a vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir dos nove meses de idade que residam ou que irão viajar para área endêmica. “Se a família for viajar para áreas de risco, é fundamental que todos, inclusive as crianças, recebam a dose contra a febre amarela dez dias antes”, enfatiza o pediatra.

O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses, quando reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e onde há casos de febre amarela silvestre. “Mas fora dessas situações, o calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade, em duas doses até os 5 anos de idade”, recomenda o Prof. Dr. Paulo Maluf.

“Cerca de 5% das pessoas podem desenvolver efeito colateral como febre, dor de cabeça e dor muscular, de 5 a 10 dias após a imunização. As reações de hipersensibilidade são muito raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina, que faz parte do Calendário Básico de Vacinação”, orienta o pediatra.

O Prof. Dr. Paulo Maluf explica que, após cerca de 10 dias da transmissão do vírus pelo inseto, a pessoa contaminada pode não desenvolver nenhum quadro especial, ou apenas sintomas leves de febre, dor muscular ou de cabeça, como outra virose qualquer. Apenas uma pequena parcela de contaminados pode, após poucos dias de regressão dos sintomas iniciais, ter a forma grave da febre amarela, nome que provem da intensa icterícia que o doente apresenta, devido ao acometimento do fígado.

“As formas avançadas da doença levam à falência do fígado e dos rins, e daí tem-se taxa de mortalidade elevada. Isso porque não cabe nenhum tratamento, restando apenas manter as condições do paciente para que ele supere os distúrbios acarretados pela disfunção hepática e renal“, conclui o pediatra.





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