A dose está disponível na Rede Pública de Saúde
e as reações são toleráveis, explica o pediatra Paulo Taufi Maluf Jr.
O Ministério da Saúde confirmou mortes provocadas por febre
amarela no País e os registros, referentes às primeiras semanas de janeiro, já
superam os casos identificados durante todo o ano de 2016, quando cinco pessoas
tiveram a morte confirmada pela doença infecciosa. Em 2009, ano em que foi
constatado um surto de febre amarela em vários estados do Brasil, 17 óbitos
foram confirmados.
Assim como os adultos, os bebês e as crianças não estão livres da doença, que é
transmitida pelo mosquito contaminado. O Aedes aegypti é o transmissor da febre
amarela nas cidades. Mas a transmissão hoje registrada no Brasil é a silvestre,
ou seja, através dos vetores silvestres, chamados haemagogus e sabethes.
O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769), do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas e do Hospital Sírio-Libanês,
explica que a vacina contra febre amarela está indicada para crianças a partir
dos nove meses de idade que residam ou que irão viajar para área endêmica. “Se
a família for viajar para áreas de risco, é fundamental que todos, inclusive as
crianças, recebam a dose contra a febre amarela dez dias antes”, enfatiza o
pediatra.
O bebê pode ser vacinado a partir dos seis meses, quando
reside em uma área em que há morte de macacos com suspeita de febre amarela e
onde há casos de febre amarela silvestre. “Mas fora dessas situações, o
calendário de vacinações indica a partir de nove meses de idade, em duas doses
até os 5 anos de idade”, recomenda o Prof. Dr. Paulo Maluf.
“Cerca de 5% das pessoas podem desenvolver
efeito colateral como febre, dor de cabeça e dor muscular, de 5 a 10 dias após
a imunização. As reações de hipersensibilidade são muito raras e geralmente
atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina, que faz parte do Calendário
Básico de Vacinação”, orienta o pediatra.
O Prof. Dr. Paulo Maluf explica que, após cerca de 10 dias
da transmissão do vírus pelo inseto, a pessoa contaminada pode não desenvolver
nenhum quadro especial, ou apenas sintomas leves de febre, dor muscular ou de
cabeça, como outra virose qualquer. Apenas uma pequena parcela de contaminados
pode, após poucos dias de regressão dos sintomas iniciais, ter a forma grave da
febre amarela, nome que provem da intensa icterícia que o doente apresenta,
devido ao acometimento do fígado.
“As formas avançadas da doença levam à falência
do fígado e dos rins, e daí tem-se taxa de mortalidade elevada. Isso porque não
cabe nenhum tratamento, restando apenas manter as condições do paciente para
que ele supere os distúrbios acarretados pela disfunção hepática e renal“, conclui
o pediatra.
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