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terça-feira, 9 de maio de 2023

Em fevereiro, houve uma tentativa de fraude a cada 10 segundos, revela Serasa Experian

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, o número de tentativas de fraude caiu 27,4%. Veja as dicas dos especialistas para se proteger e evitar cair em golpes

 

Em fevereiro, segundo o Indicador de Tentativas de Fraude da Serasa Experian, foram registradas 236.775 tentativas de fraude ou roubos de identidade. Isso representa uma tentativa de fraude a cada 10 segundos no país. Em relação ao mesmo período de 2022, houve queda de 27,4%. Também houve queda de 16,7% em relação a janeiro deste ano, quando o indicador apontou 284.198 tentativas de fraude. 

“A queda das tentativas de fraudes em fevereiro comparado a janeiro reflete o impacto do feriado do Carnaval, reduzindo a quantidade de dias úteis e a movimentação de consumidores nas lojas, bancos e financeiras. Em relação a fevereiro do ano passado, a queda se justifica pela menor procura por crédito dos consumidores devido ao patamar mais elevado dos juros e aumento da inadimplência. Com menos pessoas buscando realizar novos negócios, diminui-se a quantidade de alvos potenciais para a atuação dos fraudadores”, diz o diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude da Serasa Experian, Caio Rocha.


Em fevereiro, o segmento de bancos e cartões foi o que teve maior participação, com 108.969 registros, totalizando 46% do total de tentativas de fraude realizadas. No mesmo período no ano passado, o setor respondeu por 55,7% das ocorrências. Já o setor de serviços, que inclui construtoras, imobiliárias, seguradoras e serviços em geral, teve 69.361 registros, equivalente a 29,3% do total. No mesmo período no ano passado, o setor respondeu por 17,8% das tentativas. 

O setor de financeiras foi o terceiro do ranking em fevereiro, com 44.784 tentativas, 18,9% do total. No mesmo mês de 2022, o setor respondeu por 18% dos casos. O segmento varejo teve 10.389 tentativas de fraude, registrando 4,4% das investidas contra o consumidor em fevereiro, queda de 43,1% com relação ao percentual observado em fevereiro de 2022 (5,6%).

 

Pessoas de 36 a 50 anos foram as vítimas mais atingidas pelas tentativas 

Na visão por idade, a população que possui entre 36 e 50 anos foi a que mais sofreu com tentativas de fraudes em fevereiro de 2023, com 86.776. Em segundo lugar, estão os consumidores de 26 a 35 anos, que sofreram com 64.986. O ranking segue com pessoas com idades entre 51 e 60 anos (33.685); e aqueles com até 25 anos e acima dos 60 anos empataram com 26.664 tentativas. 

No ranking estadual, São Paulo liderou com 72.781 tentativas no mês. O Rio de Janeiro ficou em 2º lugar com 23.738 tentativas e, em 3º lugar, veio Minas Gerais com 21.678. O restante dos estados do país ficou abaixo da casa das 20 mil tentativas, sendo Roraima a Unidade Federativa (UF) com o menor índice (404). 

Veja no gráfico abaixo as informações completas:


Evite fraudes: veja dicas dos especialistas da Serasa Experian para se proteger

 Consumidores:  

·       Garanta que seu documento, celular e cartões estejam seguros e com senhas fortes para acesso aos aplicativos;

·       Desconfie de ofertas de produtos e serviços, como viagens, com preços muito abaixo do mercado. Nesses momentos, é comum que os cibercriminosos usem nomes de lojas conhecidas para tentar invadir o seu computador. Eles se valem de e-mails, SMS e réplicas de sites para tentar pegar informações e dados de cartão de crédito, senhas e informações pessoais do comprador;

·       Atenção com links e arquivos compartilhados em grupos de mensagens de redes sociais. Eles podem ser maliciosos e direcionar para páginas não seguras, que contaminam os dispositivos com vírus para funcionarem sem que o usuário perceba;

·       Cadastre suas chaves Pix apenas nos canais oficiais dos bancos, como aplicativo bancário, Internet Banking ou agências;

·       Não forneça senhas ou códigos de acesso fora do site do banco ou do aplicativo;

·       Não faça transferências para amigos ou parentes sem confirmar por ligação ou pessoalmente que realmente se trata da pessoa em questão, pois o contato da pessoa pode ter sido clonado ou falsificado;

·       Inclua suas informações pessoais e dados de cartão se tiver certeza de que se trata de um ambiente seguro;

·       Monitore o seu CPF com frequência para garantir que não foi vítima de qualquer fraude do Pix.

 

Empresas:  

·       Com a aceleração da adoção de canais digitais na vida dos consumidores, as empresas estão cada vez mais investindo em novos métodos de soluções antifraude e tecnologias cada vez mais sofisticadas ao longo da jornada do cliente, para que a segurança da operação não afete sua experiência integrada. A Serasa Experian, por exemplo, tem soluções modulares inteligentes e um time de especialistas em que possibilitam oferecer uma experiência segura e sem atrito ao cliente final. Com combinação de dados, analytics e soluções automatizadas, as empresas podem expandir os negócios com segurança.

·       Conte com plataformas de pagamento online. A empresa que deseja atuar de forma online, prestando serviços ou vendendo produtos, precisa ter a máxima atenção com os pagamentos. É preciso adotar uma sistemática que alie rapidez no processamento das transações à segurança;

·       Faça a análise de compras mais caras. Outra prática que pode reduzir bastante o risco de fraude online é a análise das compras. Sempre que a empresa se deparar com um pedido de alto valor, por exemplo, é necessário dedicar uma atenção especial, verificando de forma mais detalhada o cliente e os dados informados. Uma forma de garantir a segurança desse tipo de transação é realizando um contato prévio por e-mail ou telefone para confirmar dados ou a própria compra. Embora esse tipo de avaliação possa tornar o processo de venda mais longo, ele é essencial para resguardar o seu negócio contra fraudes;

·       Verifique cadastros. Contar com uma base de dados do cliente é essencial para reforçar a segurança de operações online. Nesse quesito, ter acesso a um cadastro atualizado dos consumidores, no qual é possível checar a veracidade das informações fornecidas no momento de uma compra, por exemplo, é outra estratégia para reduzir os riscos na hora de vender. A confirmação cadastral pode facilmente identificar tentativas de fraudes, sinalizando situações suspeitas, como divergências de dados do cliente com as que constam de outras bases de dados confiáveis;

·       Consulte o perfil do seu cliente. Conhecer o cliente é, sem dúvida, uma das maneiras mais eficientes de se evitar fraudes online. Quando a empresa é capaz de avaliar o histórico do consumidor no mercado, status do seu CPF ou CNPJ, os seus hábitos e a existência de pendências em seu nome, por exemplo. Fica muito mais fácil e seguro avaliar os riscos de uma operação.

 

Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui

 

Metodologia

 

O Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraude – Consumidor é resultado do cruzamento de dois conjuntos de informações das bases de dados da Serasa Experian: 1) total de consultas de CPFs efetuado mensalmente na Serasa Experian; 2) estimativa do risco de fraude, obtida através da aplicação dos modelos probabilísticos de detecção de fraudes desenvolvidos pela Serasa Experian, baseados em dados brasileiros e tecnologia Experian global já consolidada em outros países. O Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes – Consumidor é constituído pela multiplicação da quantidade de CPFs consultados (item 1) pela probabilidade de fraude (item 2).

 

Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br



Unicid realiza atendimentos gratuitos para ajudar os contribuintes na declaração do Imposto de Renda 2023

 Os serviços serão realizados on-line e presencialmente a partir do dia 20 de março e os interessados já podem realizar inscrição prévia; Neste ano, o público também poderá encaminhar dúvidas por e-mail para planejamento financeiro pessoal e receberá orientação gratuita

 

A Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), instituição pertencente ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, começa a receber agendamentos para o 31º Plantão Fiscal 2023, que será realizado entre os dias 20 de março e 26 de maio. Os atendimentos gratuitos serão presenciais e on-line, voltados a orientar os contribuintes sobre o preenchimento da declaração do Imposto de Renda.  

O serviço, realizado há 31 anos pelos alunos do curso de Ciências Contábeis que fazem parte do Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), com apoio técnico da Receita Federal do Brasil, supervisionados por professores, inclui orientação e auxílio no preenchimento e transmissão da declaração de Imposto de Renda Pessoa Física. Neste ano, a novidade é que o público poderá encaminhar também dúvidas para planejamento financeiro pessoal e receberão orientação gratuita.  

Já a partir do dia 20 de março, a Instituição disponibilizará os e-mails imposto.renda@unicid.edu.br e naf.unicid@unicid.edu.br para que os contribuintes possam enviar suas perguntas. Os retornos também serão dados pelos estudantes, orientados por seus docentes.  

Já os atendimentos presenciais do Plantão Fiscal da Unicid serão feitos somente com hora marcada pelo e-mail naf.unicid@unicid.edu.br. O declarante precisará apenas comparecer na hora marcada com leite em pó ou fraldas geriátricas para contribuir com uma ação social da instituição para doação (APAE GUARULHOS). A partir do dia 3 de abril a 26 de maio de 2023, o contribuinte deverá comparecer presencialmente a Rua Cesário Galeno, 475, Tatuapé (Próximo à Estação Carrão do Metrô), a partir de 17h. Os atendimentos serão por ordem de chegada e as vagas são limitadas. Ainda, haverá atendimento nos sábados 15 de abril e 6, 13 e 20 de maio de 2023, das 8h às 12h.  

Ao longo dos 31 anos de Plantão Fiscal, a Unicid já atendeu mais de 38 mil pessoas. Segundo o coordenador do curso de Ciências Contábeis, Prof. Me. Wagner Pagliato, o objetivo é auxiliar o contribuinte, que geralmente tem dificuldades em como deve ser feito o correto preenchimento da declaração e quais são as deduções permitidas, além de evitar cair na malha fina.  

“Em nossas pesquisas, constatamos que somos procurados devido à credibilidade e confiança do nosso trabalho. Não é à toa que a Unicid tem o maior número de atendimentos realizados na capital paulista, segundo a Receita Federal. Por isso, ampliamos os serviços e esperamos receber mais de mil contribuintes neste ano”, ressalta o professor.  

Para o preenchimento da declaração é necessária levar os seguintes documentos:  

  • Informe de rendimentos de salários, pró-labore, aposentadoria etc.;  
  • Declaração de Imposto de Renda entregue em 2022 (CD);  
  • Relação anual dos aluguéis recebidos de pessoa física, com nome, CPF, endereço do imóvel e valor recebido;  
  • Informe de rendimentos bancários, posição em 31/12/2022;  
  • Informe de rendimentos das aplicações financeiras (poupança, prazo fixo, CDB/RDB etc.);  
  • Informe de rendimento do cônjuge e dependentes, se a declaração for feita em conjunto;  
  • Recibos de pagamentos a médicos, dentistas, hospitais, planos de saúde etc.;  
  • Recibos de pagamentos dos gastos com educação (universidade, escolas etc.);  
  • Pensão alimentícia paga no ano (relacionar o valor pago e os dados do beneficiário com CPF);  
  • Comprovante de compra de bens móveis ou imóveis adquiridos no ano de 2020;  
  • Comprovante de venda de bens móveis ou imóveis durante o ano de 2022;  
  • Número do CPF dos dependentes de qualquer idade;  
  • Número do recibo de entrega da declaração 2021/2022;  
  • Comprovantes de despesas do Livro Caixa (para prestadores de serviços autônomos);  
  • Comprovantes de pagamento à previdência privada e oficial; comprovantes de doações para fins de incentivos fiscais (Fundos da Criança e do Adolescente, Lei Rouanet, audiovisuais, entre outros).  

Quem é obrigado a declarar?  

  • Quem recebeu rendimentos tributáveis, sujeitos ao ajuste na declaração, cuja soma foi superior a R$ 28.559,70; 
  • Quem recebeu rendimentos isentos, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40 mil;  
  • Quem obteve, em qualquer mês, ganho de capital na alienação de bens ou direitos sujeitos à incidência do Imposto;  
  • realizou operações de alienação em bolsa de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas: 

  • a) cuja soma foi superior a R$ 40 mil; ou  
  • b) com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;  
  • relativamente à atividade rural:  
  • a) obteve receita bruta em valor superior a R$ 142.798,50; ou  
    b) pretenda compensar, no ano-calendário de 2022 ou posteriores, prejuízos de anos-calendário anteriores ou do próprio ano-calendário de 2022;  
  • Quem teve, em 31 de dezembro, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 300 mil;  
  • Quem passou à condição de residente no Brasil em qualquer mês e nessa condição encontrava-se em 31 de dezembro;  
  • Quem optou pela isenção do Imposto sobre a Renda incidente sobre o ganho de capital auferido na venda de imóveis residenciais, caso o produto da venda seja aplicado na aquisição de imóveis residenciais localizados no País, no prazo de 180 dias, contado da celebração do contrato de venda, nos termos do art. 39 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005.  


SERVIÇO:  

31º Plantão Fiscal 2023  

Quando: de 20 de março a 26 de maio  

Atendimentos on-line: imposto.renda@unicid.edu.br e naf.unicid@unicid.edu.br  
Atendimentos presencial: marcar dia e horário através do e-mail: naf.unicid@unicid.edu.br  

Onde: Unicid  

Rua Cesário Galeno, 475, Tatuapé (Próximo à Estação Carrão do Metrô).  
Tel.: (11) 2178 1212 - www.unicid.edu.br  

 


Universidade Cidade de São Paulo – Unicid
www.unicid.edu.br

 

Como a história dos 135 anos da abolição da escravidão no Brasil é contada aos jovens?

 A Lei Áurea completa 135 anos. Educadores se dividem entre livros e debates para abordar o assunto com jovens e prepará-los para fazer uma sociedade mais igualitária.


Em 13 de maio de 1888, foi aprovada a Lei Áurea que colocou fim à escravidão dos negros no Brasil. Desde então, o assunto está nos livros de História e é narrado por professores da Educação Básica aos alunos a partir de cerca de 8 anos de idade.

Mas será que a forma como a história é contada está tendo um impacto positivo nos estudantes brasileiros? Os jovens estão saindo da escola conscientes da importância da igualdade racial plena e prontos para assumir seu papel como cidadãos e lutar por um país cada vez mais igualitário?

A escravidão teve e tem inúmeros fatores que impactam na sociedade atual. De maneira geral, as desigualdades raciais verificadas hoje têm sua origem nas maneiras como a população negra foi tratada no contexto pós-abolição.

“Os postos de trabalho remunerados foram ocupados majoritariamente por imigrantes europeus. Libertos não receberam terras ou qualquer outro tipo de política que compensasse os anos de trabalho compulsório e possibilitasse a construção da cidadania a partir de condições mínimas como acesso à saúde, à moradia, à educação etc.”, explica Luciana Alves, pró-reitora Adjunta de Assuntos Estudantis e Políticas Afirmativas na UNIFESP e consultora de educação e relações raciais. “Na competição por postos de trabalho, os empregadores davam preferência a trabalhadores brancos, restando aos negros as atividades mais precárias e de pior remuneração”.

Além da diferença de oportunidades no mercado de trabalho, há ainda os padrões culturais excludentes que configuram estereótipos negativos à pessoa negra, colocando-a como alguém de ‘raça inferior’. “Para além da desigualdade, essas depreciações dificultam a construção de uma imagem positiva de si para negros, especialmente as crianças e os jovens”, reforça Luciana.


Educar para as relações raciais

Para mudar essa realidade, é preciso um trabalho árduo que começa inevitavelmente pela educação. No Colégio Rio Branco, localizado em São Paulo, o tema é abordado sob diferentes perspectivas, iniciando já no 3º ano do Ensino Fundamental, com alunos de 8 anos.

“Especialmente a partir das séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, a escravidão é trabalhada por meio de histórias em quadrinho, livros paradidáticos, livro didático, além de debates, discussões e muitas rodas de conversa”, conta Mirtes Timpanaro, coordenadora de História do Colégio Rio Branco.

“Com esses recursos, falamos sobre o patrimônio cultural material e imaterial como forma de resistência da população negra, sobre a religião, a língua e a cultura, valorizando a diversidade africana. Também abordamos o processo abolicionista, pontuando o protagonismo dos escravizados, a sua luta contínua por liberdade e tantos outros temas relevantes para entender todo o processo e o papel do negro na sociedade”, acrescenta Mirtes.

O tema pode e deve ser trabalhado nos diferentes momentos da escola. Pequenos cuidados diários são incorporados na rotina das crianças e dos jovens. “Uma questão que pode parecer um detalhe, mas que faz toda a diferença, é prestar atenção aos termos utilizados, tais como escravizados no lugar de escravos. O termo escravo denota uma condição nata, quando, na verdade, eles foram obrigados a estar naquela posição”, ressalta Mirtes.

E, além disso, há os grandes encontros, como a reunião de alunos de diferentes séries para compartilhar leituras e, a partir delas, abrir para debates sobre o paradoxo da tolerância, sobre o nosso momento atual, sobre o aumento de grupos neonazistas e as escolhas desses grupos por perseguirem negros, por exemplo.

Para Luciana Alves, “é preciso ensinar as crianças e os jovens a pensar diferente a respeito da raça, das desigualdades, de seu papel como brancas no combate ao racismo e como negras na resistência a ele. É preciso apoiar a construção de subjetividades negras que transbordem autoestima, autocuidado, politização para identificar e se posicionar frente à depreciação de sua pertença racial. Enfim, é preciso, de fato, educar para as relações raciais”.

“A escola é o local de entender que o mundo é melhor quando se vive junto, quando se vive com e pelo outro e não contra o outro”, conclui Mirtes

 

Colégio Rio Branco
www.crb.g12.br


Nova lei deve combater assédio nas empresas

 Especialista explica que medidas de prevenção e combate previstas na Lei nº 14.457/22 chegam em boa hora para proteger vítimas e evitar difamação e desgaste do nome da empresa

 

O Brasil é um país conhecido por sua dimensão continental e consequentes desigualdades: regional, racial, econômica, social e tantas outras. Em nome dessa desigualdade, aqueles que nos representam nas diversas esferas do governo se empenham em criar leis para diminuir ou extinguir tais disparidades. É o caso da Lei 14.457/22 que pressupõe a inclusão e manutenção de mais mulheres no mercado de trabalho, flexibilização de regime e jornadas de trabalho, medidas de combate ao assédio sexual e outras violências no ambiente de trabalho, entre tantos outros pontos.

Diante de elevados custos para as empresas, que enfrentam o problema de assédio moral ou sexual, é urgente que as corporações, na figura dos empregadores, se adequem. É o que explica Anelise Borguezi, Pós Graduada em Direito pela Universidade de São Paulo e sócia do Rojas, Borguezi e Vendramini, Advocacia para Mulheres e Minorias ao detalhar que esses custos podem ser diretos e indiretos.

“Os custos para a empresa que tem funcionários denunciados por assédio se dividem entre diretos e indiretos. Os diretos estão relacionados, principalmente, com o pagamento de indenização por danos à vítima, pagamento este que pode ser feito após processo judicial ou por meio de acordo entre empresa e vítima. Nesse sentido, a empresa também poderá arcar com as custas judiciais, os honorários advocatícios, inclusive os sucumbenciais. Além disso, auditores fiscais do trabalho e o Ministério Público do Trabalho podem fiscalizar a conduta da empresa frente à legislação antiassédio e as políticas instituídas internamente. Caso verifiquem o não cumprimento dos requisitos e a não realização dos treinamentos obrigatórios, podem aplicar multas que a empresa terá que arcar”, avalia.

A especialista explica que existem custos indiretos que, inclusive, independem da denúncia da vítima. “Isto porque, quando vítima de assédio (moral ou sexual), o empregado tende a produzir menos, faltar constantemente e sentir-se desmotivado em relação ao trabalho. Tal desmotivação pode atingir, inclusive, os demais funcionários, que mesmo não sendo vítimas, nutrem o sentimento de desmotivação em relação ao trabalho e à empresa”.

Vale dizer que a empresa acaba tendo que lidar com custos relacionados à rotatividade e substituição de funcionários, custos relacionados à saúde física e mental, bem como custos adicionais com o sistema de saúde.

Para a especialista, urge ressaltar os custos relacionados à difamação e desgaste do nome da empresa perante o público em geral, que pode optar por não mais contratar os serviços ou boicotar a marca em uma política de cancelamento que tem se tornado cada vez mais comum. “Os custos indiretos do assédio sexual no ambiente de trabalho são ainda mais altos do que os custos diretos, porque estão diretamente ligados à produtividade dos funcionários, que representam o maior ativo das empresas”.

           Borguezi ressalta que a disponibilização de treinamento antiassédio, além de ser obrigatório para empresas que possuem mais de 20 funcionários, pode ser benéfica para todas. “Esse tipo de treinamento garante maior segurança aos trabalhadores, que vão ter o conhecimento sobre como agir caso sejam vítimas ou testemunhas da prática de assédio moral ou sexual. Além disso, o treinamento tem como objetivo evitar que tais casos ocorram, o que, por consequência, seria vantajoso para a reputação e credibilidade da empresa. Além de contribuir para a redução do número de casos, contribui diretamente para a redução dos custos atinentes ao assédio para a empresa”.

Entre as muitas determinações trazidas pela lei está a fixação de procedimentos para recebimento e acompanhamento de denúncias, para apuração dos fatos e, quando for o caso, para aplicação de sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio sexual e de violência, garantido o anonimato da pessoa denunciante, sem prejuízo dos procedimentos jurídicos cabíveis. Ou seja, devem ser criados canais de denúncias dentro da empresa para que vítimas e/ou testemunhas possam notificar os casos, devendo ser preservado o anonimato do denunciante. Além disso, uma vez realizada a denúncia, ela deve ser acompanhada e processada para, ao final, possibilitar a aplicação de sanções cabíveis.

           “A própria CIPA pode promover a fiscalização da eficácia das condutas antiassédio a serem implementadas pela empresa. Os auditores fiscais do trabalho e o Ministério Público do Trabalho podem fiscalizar a implementação da lei, podendo ser fixadas multas. Ainda, o funcionário que praticar o assédio sexual pode ser responsabilizado civil e criminalmente. No entanto, tal responsabilização não recai apenas no funcionário. A empresa pode ter que arcar com os custos de eventual responsabilização civil se provado que sua conduta, por exemplo omissiva, ocasionou danos para a vítima de assédio”.

           Importante ressaltar que a referida Lei representa um importante passo na luta contra o assédio sexual e outras formas de violência no ambiente de trabalho, vez que as políticas antiassédio foram incluídas nos programas de atenção à saúde e segurança do trabalhador. Mais do que isso, “é importante ressaltar a importância de um profissional para treinamento que atue com perspectiva de gênero, visto que o assédio sexual atinge majoritariamente mulheres. Um treinamento realizado por profissional não capacitado na área de combate ao assédio pode ser inefetivo e gerar prejuízos ainda maiores à empresa”, conclui.


segunda-feira, 8 de maio de 2023

O importante papel desempenhado pelas avós na dinâmica familiar

Segundo a médica especialista em saúde mental, dra. Tamires Cruz, as avós contribuem para o desenvolvimento emocional e psicológico de seus netos e ajudam as mães, por meio de cuidados práticos, conselhos e um ombro amigo

 

Mais um Dia das Mães se aproxima e com ele uma série de homenagens a quem é de suma importância para a preparação de futuros cidadãos e cidadãs, que serão de grande valia para a construção de uma nova sociedade. Porém, nesta data, costuma ficar escondida, sem receber tantas reverências, uma figura também relevante nesta tarefa: a avó. É ela que surge ao lado da mãe, na maioria das vezes, dando suporte na criação de seus filhos. O ditado já diz: “Ser avó é ser mãe duas vezes”. E nada mais justo que dar a ela o devido crédito nesta ocasião.

Médica especializada em saúde mental, com foco em ansiedade e depressão, dra. Tamires Cruz destaca o relevante papel desempenhado pelas avós na dinâmica familiar, especialmente quando se trata do desenvolvimento emocional e psicológico das crianças. Segundo ela, as avós atuam nesse sentido principalmente quando promovem a conexão entre as diferentes gerações da família, por meio da partilha de histórias e tradições familiares. “Isso a ajuda a transmitir aos mais jovens um senso de identidade e pertencimento”, diz

Além disso, destaca Tamires, a avós tendem a servir de modelos positivos de comportamento, demonstrando a importância de valores como compaixão e empatia. Ao interagir com os netos também podem ajudá-los a desenvolver habilidades sociais e emocionais, como a capacidade de se comunicar, relacionar-se com os outros, e lidar com as próprias emoções.

Do mesmo modo, a conexão entre avós e netos tem o poder de proporcionar um ambiente seguro e amoroso às crianças, fundamental para o desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança delas. Conforme Tamires, a ligação entre as diferentes gerações da família, representada pela relação entre avós e netos, pode ajudar ainda a construir uma rede de suporte mais ampla e forte, benéfica para todas as partes envolvidas. “As crianças aprendem a valorizar as pessoas mais velhas e a respeitá-las, enquanto as avós têm a oportunidade de se sentirem valorizadas e úteis”, afirma.

A importância das avós também costuma ser sentida em ocasiões complicadas das vidas de seus netos. De acordo com Tamires, quando um dos pais está doente ou quando há conflitos familiares, por exemplo, as avós podem oferecer apoio emocional, ouvindo e confortando as crianças. “Por serem fontes valiosas de sabedoria e experiência, elas podem oferecer conselhos e orientações, ajudando-as a lidar com o estresse e ansiedade advindas dessas situações”, ressalta a médica especializada em saúde mental.

Ademais, ressalta Tamires, as avós podem ser uma fonte de diversão e companhia às crianças em momentos de transição, como quando a família se muda para uma nova casa ou um irmãozinho nasce. “Ao brincarem, conversarem ou simplesmente compartilharem experiências e histórias de vida com seus netos, as avós fazem com que as crianças se sintam mais conectadas à família e mais seguras e confortáveis para enfrentarem os desafios inerentes ao momento de transição”, diz.

Não somente as crianças podem se beneficiar do que as avós têm a oferecer, mas também as mães. Tamires destaca que, através de sua experiência de vida, as avós estão aptas a orientar as mães em questões difíceis como escolher uma escola ou lidar com problemas de saúde, por exemplo. “Elas podem compartilhar os próprios erros e acertos na criação dos filhos, guiando as mães, através do exemplo”, explica.

Além disso, ressalta a médica especializada em saúde mental, as avós são uma importante fonte de apoio emocional, especialmente em situações de estresse enfrentadas pelas mães. “Por já terem vivido mais e passado por muitas mais experiências que as mães, as avós conseguem oferecer uma perspectiva diferente a respeito dos desafios, fornecendo tranquilidade para enfrentá-los”, diz.

O apoio emocional que as avós são capazes de dar as mães em momentos de estresse e sobrecarga pode vir também através do simples, porém precioso, ato de ouvir com atenção, oferecendo um ombro amigo, quando elas desejam apenas desabafar sobre suas preocupações. As avós podem também auxiliar suas filhas ou cunhadas via cuidados práticos, assumindo algumas das responsabilidades cotidianas, como preparar refeições, ajudar na tarefa escolar ou cuidar dos netos por algumas horas. “Isso pode ajudar as mães a relaxar, praticar autocuidado e recarregar energias”, explica.

Apesar de valioso, o papel que a avó desempenha na criação dos netos nem sempre é devidamente reconhecido. Para honrar e celebrar importante figura no Dia das Mães, valorizando sua sabedoria e contribuição para a formação das famílias, Tamires sugere algumas ações a netos e mães. “Interessar-se pelas histórias que as avós têm a compartilhar, se possível registrando-as em um álbum de memórias, é uma boa forma de começar a dar o devido valor a quem tanto merece”, destaca a médica.

Tamires sugere ainda outras dicas práticas como: fazer um presente caseiro, como um cartão ou uma foto da avó emoldurada; preparar um almoço ou jantar em família, onde a avó possa ser homenageada; visitar a casa da avó e passar algum tempo com ela; incluir a avó nas atividades familiares, como caminhadas, jogos de tabuleiro, bate-papos; e expressar gratidão e apreciação pelo papel fundamental que a avó desempenha na vida familiar.

 

Dra. Tamires Cruz - graduada em Medicina (FMJ) e graduada e pós-graduada em Gestão e Administração Hospitalar (Estácio). Pós-graduação em Docência (Estácio), Especialização em Cuidados Paliativos (Instituto Paliar) e Saúde Mental (Estácio) com foco em Ansiedade e Depressão. Mestre e Doutoranda em Saúde Pública (Faculdade de Medicina - ABC/SP). Criadora do Método Saúde de Gigantes, metodologia que já ajudou centenas de pessoas no controle da ansiedade e tratamento da depressão, sem uso de remédios. Autora do Livro: Seja (im)perfeito, Editora Gente.


Fisioterapia e atividade física pós-parto: cuidado essencial para a saúde das mães

Profissionais de saúde destacam a importância do tratamento para o bem-estar físico e emocional após o parto
 

Com a proximidade do Dia das Mães, comemorado no segundo domingo de maio, é importante lembrar da importância da saúde das mães, principalmente após o parto. Nesse momento, a fisioterapia se torna um cuidado essencial para garantir a recuperação da mulher e prevenir complicações futuras.

"O pós-parto é um momento delicado e que requer cuidados específicos. A fisioterapia tem um papel fundamental nessa recuperação, pois auxilia na melhora da função muscular, na correção da postura e na prevenção de problemas urinários ,intestinais e disfunções sexuais.”destaca a fisioterapeuta e professora do Centro Universitário UniFTC Salvador, Daniela Saback.

A recuperação física é importante, mas não podemos esquecer dos aspectos emocionais. A chegada de um filho pode gerar ansiedade e estresse na mãe, por isso, a fisioterapia também contribui para o alívio do estresse e a melhora do bem-estar emocional.

No entanto, a fisioterapia não é um tratamento isolado. É importante lembrar que a atividade física também é fundamental para a recuperação da mãe no pós-parto. Por isso, a atuação do profissional de educação física se torna importante no tratamento contínuo e em conjunto com a fisioterapia. Esse profissional pode ajudar na elaboração de um programa de atividade física seguro e eficaz, contribuindo para a manutenção da saúde e qualidade de vida da mãe.

"As mulheres habitualmente reduzem a prática de atividade física no pós parto, em virtude das dificuldades enfrentadas nesse período com o nascimento do bebê. Porém, a prática nesse período contribui para a melhora na condição cardiorrespiratória, a redução da fadiga, melhora da qualidade do sono e redução do risco de depressão. Importante lembrar também que devem retornar a rotina de exercícios gradualmente e levando em consideração o tipo de parto e liberação médica", destaca a coordenadora do Curso de Educação Física da UniFTC Salvador, Marion Andrade.

Portanto, é fundamental que as mães busquem o tratamento com um fisioterapeuta especializado no pós-parto e, posteriormente, sigam praticando atividade física de forma regular com a orientação de um profissional de educação física. Esse cuidado com a saúde física e emocional é fundamental para garantir que as mães possam desfrutar da maternidade com mais saúde e qualidade de vida.


6 formas de incentivar seu filho a se aproximar de você

Compreender os conflitos da adolescência é fundamental para uma relação segura e produtiva com seu filho

 

Em 15 de maio é comemorado o Dia Internacional da Família, data definida em 20 de setembro de 1993, em deliberação da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), com intuito de discutir e traçar projetos para o futuro da instituição familiar. 

O estudo Social Support, Parenting Style and Mental Health of Children and Adolescents; que teve como objetivo analisar a interferência das práticas familiares na identidade dos filhos, revelou que laços familiares sólidos atuam como um fator protetor contra transtornos comportamentais, além de diminuir a probabilidade de jovens se envolverem com drogas e criminalidade. 

Para Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, da Infância e Adolescência, supervisora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); um dos grandes desafios atuais é manter um relacionamento saudável com os filhos adolescentes. 

Segundo a psiquiatra, na adolescência, surge o despertar do próprio “eu” e do desenvolvimento físico e psíquico. “É uma fase de muita instabilidade emocional e oscilações de comportamento. O adolescente não costuma ter sintonia com o universo dos adultos e acaba, muitas vezes, se refugiando no isolamento ou com os amigos da mesma idade, cuja identificação tende a ser maior”. 

Sendo assim, compreender as mudanças e os conflitos que envolvem a adolescência é fundamental para uma relação segura e produtiva com seu filho. E para ajudar neste processo, Danielle Admoni dá 6 dicas de como arrumar a casa e ter uma proximidade natural e saudável com seu filho:

 

Demonstre interesse pela sua vida

Puxar papo, perguntar sobre assuntos cotidianos ou mesmo retomar alguma conversa que foi interrompida são atitudes que criam vínculos entre você e seu filho. Só não vale chegar em tom de cobrança ou parecer interrogatório. Tenha espontaneidade e saiba o momento certo de tocar nos assuntos. Vale mudar um pouco o cenário e sair para tomar um café, almoçar ou andar no parque.

 

Comunique-se abertamente

Estabeleça um canal de comunicação aberto e honesto com seu filho. “Encoraje-o a compartilhar opiniões, sentimentos e preocupações, ouvindo sempre com atenção e livre de julgamentos. Isso é crucial para construir um relacionamento de confiança”, diz a psiquiatra.

 

Conte suas histórias de quando era adolescente

Os filhos esquecem que, antes de serem adultos, os pais também passaram pela adolescência. “Ao compartilhar suas histórias, seu filho se sentirá mais seguro por saber que você entende o que ele está passando. Isso vai gerar mais confiança para ele se abrir com você”, ressalta Danielle Admoni.

 

Nunca proíba nada de forma intimidadora

Mesmo já crescido, o adolescente precisa receber limites dos pais e cumprir com as regras pré-determinadas. No entanto, isso nunca deve ser imposto de forma ameaçadora ou intimidadora, mas com firmeza e autoridade. “Adolescentes tendem a ser desafiadores. Dependendo do seu ‘não’, ele pode te afrontar e passar a fazer coisas escondido. Ou seja, será o caminho oposto do que você quer para esta relação”.

 

Se descobrir mentiras, não surte

Aquela explosão de raiva quando se descobre que o filho está mentindo, fazendo algo escondido e enganando os pais só serve para piorar a situação. “Não haja de forma impulsiva. Espere a cabeça esfriar para, então, chamar seu filho e ter uma conversa civilizada. O mais importante é entender o que o fez mentir. As medidas a serem tomadas vão depender da gravidade da situação”, pontua a psiquiatra.

 

Dedique tempo de qualidade

Segundo um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Estilos da Clínica – Revista sobre a infância com problemas da USP; o que vale com os filhos não é a quantidade de tempo, mas a qualidade. É preciso haver interação recíproca e prazer genuíno nas atividades em conjunto. 

“Muitos pais não poupam esforços para serem os melhores em suas atividades profissionais, mas nem sempre investem com o mesmo afinco em suas funções educadoras. Estabilidade financeira é importante, mas de nada adianta se não houver participação ativa no desenvolvimento físico, emocional, intelectual e ético dos filhos, tornando-os adultos capazes de realizar suas próprias escolhas, com autonomia, segurança e responsabilidade”, finaliza Danielle Admoni.

 

Como se preparar emocionalmente durante a gestação?

Especialista fala sobre as principais pressões sociais que uma gestante sofre e como lidar com elas


Planejada ou não, uma gestação traz mudanças profundas para a vida dos cuidadores, indo da rotina prática a transformações internas intensas. Além disso, a gravidez em si representa uma série de mudanças físicas e hormonais que fazem com que a futura mãe passe por uma montanha-russa de surpresas e emoções. Nesse trajeto, mais do que organizar o enxoval ou arrumar o quartinho do bebê, é preciso olhar atenciosamente as necessidades básicas dessa gestante, que agora entrega toda sua energia para gerar um novo ser. “Todo esse processo é um verdadeiro teste de resistência para a mãe, mas também uma oportunidade de fortalecimento e amadurecimento”, comenta a Psicanalista Clínica e Educadora Parental Nathalia de Paula.

Ela ressalta que a maternidade é um trabalho em tempo integral, que exige dedicação e entrega constantes. A mãe precisa estar disponível para o bebê 24 horas por dia, sete dias por semana, sem férias ou folgas, trabalho que pode ser solitário e cansativo. “No entanto, é importante ressaltar que a maternidade não é uma tarefa exclusivamente feminina. O pai também pode e deve participar ativamente dos cuidados com o bebê, dividindo as tarefas e oferecendo suporte emocional à mãe. A criação de vínculos afetivos com o filho é uma responsabilidade que deve ser compartilhada entre os pais, para que a criança cresça em um ambiente saudável e amoroso”, completa. 

Essa preparação deve estar presente desde o início da gestação, com a presença ativa do parceiro no pré-natal, decisões a respeito do tipo de parto, cuidados relacionados a possíveis riscos da gravidez, entre tantos outros elementos que fazem parte desse momento. É importante ainda apoiar essa mãe no que diz respeito a pressões sociais impostas de maneiras diferentes. A forma como a criança vem ao mundo (parto normal, natural, cesariana), por exemplo, não define quem essa mulher é enquanto cuidadora. Essa é uma das primeiras conversas que precisam estar claras entre o casal.

Outro aspecto que pode ser estudado em conjunto é a amamentação que, às vezes, é muito simples para algumas e muito desafiadora para outras. Entender o que envolve tudo isso, contar com apoio de profissionais de saúde para tirar dúvidas e estarem prontos para desempenhar os papéis que cabem a cada um dos cuidadores é crucial nesse preparo, alinhando expectativas com as variações da realidade para amenizar sofrimentos durante o puerpério. 

“É importante que a mãe não se sujeite a fazer coisas que não estão dentro de suas preferências ou limites. Por exemplo, se ela não se sente confortável com a ideia de deixar o bebê dormir em um quarto diferente, ela deve impor essa regra e deixar claro para os outros. É crucial que as pessoas que oferecem ajuda respeitem as decisões dos pais, pois a mãe sabe o que é melhor para o seu bebê e para si mesma”, destaca a especialista. 

Existem ainda outros pontos com os quais as mulheres mais sofrem durante esse período de espera pela chegada do bebê:

  • Expectativas irreais de ser uma mãe perfeita: A sociedade muitas vezes cobra que as mães sejam perfeitas em todas as áreas, desde a amamentação até o cuidado do bebê, o que pode ser esmagador para elas, que estão tentando lidar com a transição para a maternidade.
  • Pressões para "recuperar" rapidamente o corpo após o parto: As mulheres são frequentemente pressionadas a voltar à forma após o parto, o que pode ser difícil, especialmente quando estão tentando cuidar de um recém-nascido.
  • Julgamentos sobre escolhas de alimentação: São frequentemente julgadas por suas escolhas de alimentação para seus bebês, seja amamentando ou optando por fórmulas.
  • Pressões para voltar ao trabalho: Muitas mulheres sentem pressão para voltar ao trabalho logo após o nascimento do bebê, o que pode ser difícil, especialmente se elas desejam ficar em casa com ele por um período mais longo.
  • Julgamentos por suas escolhas de criação dos filhos: As mães podem ser julgadas por escolhas como a maneira que eles dormem, quando devem ser desmamados e outras decisões importantes.

“A natureza nos dá nove meses para nos prepararmos para receber um bebê tão dependente. Muitas mães passam esse tempo comprando o enxoval, mas é importante também ler e se informar sobre as necessidades do recém-nascido. Além de comprar, leia livros, converse com outras mães e conheça a verdadeira jornada, sem romantizações”, conclui.  

 

Nathalia de Paula - psicanalista clínica e educadora parental especializada em terapia emocional de famílias e terapia integrativa do sono infantil. Além disso, ela é co-fundadora e gestora do Lumina Instituto Educacional desde 2017, uma escola de ensino regular com educação infantil e fundamental.  Para mais informações, acesse @nathaliadepaula.parental @nasuapsique

 

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