Especialista
dá 10 dicas explicando como os pais podem aproveitar a tecnologia, equilibrando
o tempo livre e estimulando o desenvolvimento
Em um tempo em que o
uso das telas na infância ora é banalizado e feito sem mediação, ora é
abominado e vira tabu em conversa de escola, encontrar o equilíbrio é um
desafio diário. Mas, afinal, o que dizem especialistas e pesquisadores? O que
orientam os órgãos internacionais de proteção da infância?
A Organização Mundial
de Saúde (OMS) orienta desde 2016 que, até o primeiro ano de vida, os bebês não
devem ser expostos a telas. De 2 a 4 anos, podem usar até 1 hora de telas por
dia, com conteúdos selecionados e educacionais. A partir de 5 anos, o uso das
telas pode ser de até 2 horas por dia, sempre tendo em vista conteúdos curados,
sem que a criança seja exposta a conteúdos impróprios ou propagandas.
Sarah Helena,
psicóloga e curadora de conteúdo na Leiturinha, maior clube de assinatura de
livros infantis do Brasil, preparou um guia prático com 10 dicas para que o uso
das telas na infância seja saudável, e ainda ensina como os pais e responsáveis
podem aproveitar o melhor da tecnologia, sem deixar de equilibrar com o tempo
livre de forma ativa e com atividades diversas.
1. Combinados
Faça combinados com os
pequenos deixando claro qual é a quantidade de episódios de desenho preferido
eles irão poder assistir. Crianças ainda não conseguem entender muito bem sobre
a passagem do tempo, então a quantidade de episódios pode deixar o mais
compreensível.
2. Seja firme
Uma vez estabelecido o
combinado, cumpra-o. Caso queira ceder, faça outro combinado, mas não deixe de
cumprir. As crianças precisam (e pedem por) limites claros para entender o que
podem e o que não podem fazer.
3. Seja estratégico
Você pode sugerir
assistir um episódio (ou um tempo) e depois brincar de algo diferente, que
exija algum movimento corporal. Se mora em apartamento, vale um passeio ao ar
livre, uma brincadeira de dança ou mímica, por exemplo.
4. Dê o exemplo
Os combinados são
ótimos, mas para que funcionem a criança precisa perceber que você também não
valoriza tanto as telas quanto ela. Enquanto estiverem juntos, priorize
atividades que envolvam a presença afetiva. Por muitas vezes será preciso
esperar as crianças dormirem para assistir aquela série que tanto ama, mas isso
valerá à pena.
5. Menos passividade
Dê preferência a
conteúdos que instiguem a participação da criança e a sua, como as cantigas.
Além disso, enquanto a ela assiste algo ou joga um joguinho, converse com ela e
pergunte como está o vídeo/jogo, sobre o que é. Após assistir o conteúdo,
conversem sobre ele. Assim, você estará contribuindo para que seu filho
construa um pensamento crítico a tudo que lhe chega, o que ajuda na construção
dos próprios filtros e senso crítico.
6. Mediação é
fundamental
Diferenciar o que é
experiência digital das interpessoais, e entre o faz de conta e a realidade,
exige maturidade do sistema cognitivo. Isso só acontecerá depois da primeira
infância. Até lá, é muito importante que tenham outras pessoas por perto para
conversar sobre o que a criança está assistindo, mediando seu uso.
7. É preciso observar
Se a criança está
muito quieta ou irritada, se mudou bruscamente o comportamento, seu rendimento
escolar caiu, o sono está prejudicado ou até mesmo mostra sinais de depressão e
ansiedade, especialmente se impedido de usar as telas, este é um sinal de
alerta e precisa de atenção e formas mais eficazes de seu controle ou até mesmo
a busca por profissionais.
8. Atenção aos
conteúdos
Manter-se informado
sobre as novidades tecnológicas e, principalmente, estar sempre por dentro do
que seu filho assiste e faz nas redes é fundamental para garantir a segurança e
ter o controle do que você quer permitir ou negar acesso. Por mais que aquele
joguinho ou vídeo lhe pareça chato, é preciso estar realmente ciente do que ele
proporciona. Para diminuir os riscos, sempre dê preferência a conteúdos
curados.
9. Diálogo, sempre
Explique ao seu filho,
desde sempre e com uma linguagem acessível ao seu nível de desenvolvimento,
sobre os limites e possibilidades do uso das telas. Esclareça o porquê de
permitir ou negar acesso.
10. Atividades
variadas
Nada substitui o olho
no olho e um momento de contato com a criança. Lembre-se que isso faz parte do
"pacote" que possibilita o crescimento e desenvolvimento saudável das
crianças.
Leiturinha
leiturinha.com.br.