A prática que vem afetando
muitos nas redes sociais, trata-se de um movimento que incentiva pessoas a
deixarem de apoiar outras, ou, em
casos mais graves, resultam em linchamentos na internet.
Em 2019, de
acordo com o dicionário australiano Macquarie, a “cultura do cancelamento” foi
eleita o termo do ano. Esse movimento teve início pela mobilização das vítimas
de assédio e abuso sexual, que usavam a hashtag #MeToo nas redes sociais. Em
2017, teve uma visibilidade enorme graças às denúncias realizadas por pessoas
famosas e não famosas em Hollywood.
Com o crescimento
dos julgamentos dentro da internet, o rumo mudou bastante, e ninguém mais está
a salvo da “cultura do cancelamento”, sejam grandes marcas, famosos, políticos
e/ou cidadãos comuns. A psicóloga Amanda Fitas comenta sobre esses efeitos na
vida das pessoas. “A cultura do cancelamento é extremamente perigosa, a partir
do momento em que o julgamento é feito através de um único ponto de vista,
muitas vezes sem conhecer as histórias, contextos de vida. Não levamos em
consideração a própria empatia, e desconsideramos o que está no interior da
outra pessoa, e julga simplesmente um ato, uma ação, um erro”, declara.
A partir da
constatação de um ato errado ou conduta reprovável, a sua vida pode mudar de
cabeça pra baixo, não só dentro das redes sociais como fora dela, por ter o
psicológico abalado. “Isso muitas vezes pode acarretar problemas psicológico,
não só para aquela que está sendo julgada como também quem julga. Afinal, quem
está com muita crítica dentro de si, sofre por carregar esse excesso ou por ser
uma pessoa mais dura consigo mesma. A rejeição em ambos os lados vai trazer
danos não só momentâneos como para o futuro”, afirma a psicóloga.
Segundo
Amanda Fitas, essa cultura vem como um movimento social, onde as pessoas querem
buscar a sua própria justiça ou dizer o que é certo/errado, quem deve ser
penalizado e/ou ‘odiado’, ser excluído, porque não se adequa ou foge dos
critérios intitulados por elas.
Ela
reforça a insegurança das pessoas, como todos estão sempre em busca de serem aceitas,
vistas, validadas, amadas, quando elas acham que a qualquer erro podem ser
excluídas, acabam preferindo não expressão o que acham e/ou pensam. “Elas sabem
que o preço de errar será muito alto e o ser humano quer fugir da dor. Se achar
que um comentário pode surgir danos muito sérios e graves, isso faz com que as
pessoas se expressem com mais receios e perdem um pouco as suas
espontaneidades”, comenta Amanda.
Amanda,
que hoje tem 1,5 milhão de seguidores no Instagram, conta que está há mais de 5
anos na internet e revela que o
julgamento existe para todos, se você falha, fala
algo que deixa um duplo sentido. “No início, eu pensava bastante se iria falar
algo de errado, como seria criticada e até mesmo cancelada. Com o passar dos
anos, senti que isso foi passando. Eu tenho uma mensagem para passar e vi que
se eu ficasse quieta, as pessoas que precisavam desse conteúdo... se eu me
calasse, estaria prejudicando essas que seriam beneficiadas. Mas não posso
deixar de postar conteúdos que irão ajudar outras pessoas por medo de críticas
ou interpretações ruins”, finaliza.
Amanda Fitas - psicóloga, escritora e
palestrante com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Autora de 4
livros de relacionamentos que já ultrapassam 40 mil cópias vendidas: “Amores
Saudáveis”, “Textos Obrigatórios Para Você Se Relacionar Melhor”, “Aprenda a
ser mais interessante” e “Viva um Amor Leve”. Ajuda as pessoas a encontrarem a
leveza nas relações e o equilíbrio necessário para desenvolver o amor próprio,
a autoestima e autoconfiança, em vários campos da vida. Suas mensagens são
simples, diretas e atraentes para todos os públicos.
https://www.instagram.com/amandafitas/
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