Sintomas envolvem problemas na interação social
do indivíduo
É
provável que a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar tanto no Transtorno
do Espectro Autista (TEA) quanto atualmente, mas ainda há dúvidas sobre o que
realmente é, seus sintomas e as implicações para o indivíduo. O TEA é conhecido
também de diferentes maneiras, como Transtorno Autístico (Autismo),
Transtorno/Síndrome de Asperger, Transtorno Desintegrativo da Infância,
Transtorno Global ou Invasivo do Desenvolvimento sem outra especificação e é
considerado um dos Transtornos do Neurodesenvolvimento.
Entre
as organizações que oferecem avaliação diagnóstica para identificar casos de
TEA está a APAE DE SÃO PAULO, referência no tratamento de deficiência
intelectual. Por meio do Ambulatório de Diagnóstico, profissionais investigam
sinais característicos desta condição em crianças, jovens e adultos. Os
atendimentos podem ser realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) ou por
planos de saúde e consultas particulares.
No
diagnóstico é detectado se o paciente possui características que envolvam
prejuízos na interação social, na linguagem/comunicação, e se há padrões
repetitivos de comportamento. A orientação é para que os pais, professores e/ou
responsáveis procurem auxílio médico quando há os seguintes sinais:
1.
Pouco contato visual:
a criança não olha quando é chamada pelo nome ou não sustenta o olhar.
2.
Não interagir com outras pessoas:
não interage com outras pessoas por meio de sorrisos, por exemplo.
3.
Bebês que não fazem jogo de imitação: os bebês começam a imitar atitudes e comportamentos por
volta dos seis a oito meses de vida, portanto, deve-se ficar atento quanto à
ausência desse comportamento.
4.
Não atender quando chamado pelo nome: a criança pode parecer desatenta, pois não atende
quando é chamada pelo nome.
5.
Dificuldade em atenção compartilhada: não demonstra interesse em brincadeiras coletivas e
parece não entender a brincadeira.
6.
Atraso na fala:
criança acima de dois anos que não fala palavras ou frases.
7.
Não usar a comunicação não-verbal:
não usa as mãos para indicar algo que quer.
8.
Comportamentos sensoriais incomuns: se incomoda com barulhos altos, por vezes colocando as
mãos nos ouvidos diante de tais estímulos; não gosta do toque de outras
pessoas, irritando-se com abraços e carinho.
9.
Não brinca de faz de conta:
não cria suas próprias histórias e não participa das brincadeiras dos colegas.
Também não utiliza brinquedos para simbolizar personagens. Suas brincadeiras
costumam ser solitárias e com partes de brinquedos, como a roda de um carrinho
ou algum botão.
10. Movimentos estereotipados:
apresenta movimentos incomuns, como chacoalhar as mãos, balançar-se para frente
e para trás, correr de um lado para outro, pular ou girar sem motivos
aparentes. Os movimentos podem se intensificar em momentos de felicidade,
tristeza ou ansiedade.
Não
há medicação para o TEA, mas há casos em que são necessárias medicações para
controlar quadros associados ao autismo, como insônia, hiperatividade,
impulsividade, irritabilidade, atitudes agressivas, falta de atenção,
ansiedade, depressão, sintomas obsessivos, raiva e comportamentos repetitivos.
Em alguns casos, o indivíduo desenvolve problemas psiquiátricos.
O
tratamento do autismo baseia-se em estratégias como:
Treinamento
dos pais: é a
família que mais interage e estimula o comportamento das crianças, portanto, um
tratamento eficaz depende do auxílio dos familiares e amigos.
Análise
Aplicada do Comportamento (ABA):
a Metodologia de Análise Aplicada do Comportamento (ABA – Applied Behavior
Analysis) é um conjunto de procedimentos aplicados com o intuito de melhorar o
comportamento socialmente adaptável e a aquisição de novas habilidades por meio
de práticas intensas.
Tratamento
e Educação para Crianças Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a
Comunicação (TEACCH):
é um programa desenvolvido para educadores. Desenvolvido na Universidade da
Carolina do Norte, em Chapel Hill, e iniciado em 1972 por Eric Schopler, tem
sido amplamente incorporado nos contextos educativos e contribuído para uma
base concreta de intervenções do autismo. É também chamado de estrutura de
ensino, pois de baseia na evidência e observação de que indivíduos com autismo
compartilham um padrão de comportamento semelhante na maioria dos casos.
Psicoterapia
em abordagem cognitivo-comportamental (TCC): a abordagem psicológica demonstra ter
eficácia nos quadros de ansiedade, autoajuda e habilidades de vida diária.
Para a APAE DE SÃO PAULO, o diagnóstico precoce é
fundamental para que o indivíduo possa receber o tratamento adequado e
desenvolver uma vida produtiva e inclusiva, com chances de estudar e trabalhar.
A Organização atua há 57 anos para promover assistência e desenvolver o
potencial de seus pacientes, a fim de capacitá-los e incluí-los na sociedade.
BIBLIOGRAFIA: GADIA, Carlos A.; TUCHMAN,
Roberto; ROTTA, Newra T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal
de pediatria, v. 80, n. 2, p. 83-94, 2004
Sobre
a APAE DE SÃO PAULO
A APAE DE SÃO PAULO é uma Organização da Sociedade Civil,
sem fins lucrativos, que há 57 anos previne e promove a saúde das pessoas com
deficiência intelectual, além de apoiar a sua inclusão social e a defesa de
seus direitos, produzindo e disseminando conhecimento. Atua desde o nascimento
ao processo de envelhecimento, propiciando o desenvolvimento de habilidades e
potencialidades que favoreçam a escolaridade e o emprego apoiado, além de
oferecer assessoria jurídica às famílias acerca dos direitos das pessoas com
deficiência intelectual. Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado
pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o
Laboratório APAE DE SÃO PAULO é o maior da América Latina em exames realizados.
Por meio do Instituto APAE DE SÃO PAULO, a Organização gera e dissemina
conhecimento científico sobre deficiência intelectual com pesquisas e cursos de
formação. Para colaborar, os interessados podem ligar para: 11-5080-7000,
acessar www.apaesp.org.br ou enviar e-mail para atendimento@apaesp.org.br.
André Luiz
de Sousa, Cindy Mourão, Regina Viana Nojoza e Luciana Mello Di Benedetto -
psicólogos/neuropsicólogos do Ambulatório de Diagnóstico da APAE DE SÃO PAULO