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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Violência contra mulheres aumenta no Brasil: Plan Brasil alerta para ações estruturais urgente

Organização alerta que violência é fruto de padrões culturais que começam na infância, ressaltando a importância de medidas integradas de educação, conscientização e proteção
 

Nas últimas semanas, o Brasil tem presenciado diversos casos de violências contra mulheres, reforçando os números alarmantes que o país vem apresentando desde 2024, onde atingiu o maior número de feminicídios desde o início da tipificação do crime, em 2015. Um recorte dessa situação são os dados divulgados recentemente pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, que mostrou que de janeiro a outubro o estado registrou 207 feminicídios, um aumento de 8% em consideração ao ano anterior, que chegou a 191 casos. 

De acordo com Ana Nery, especialista em gênero da Plan Brasil, ONG que trabalha para romper ciclos de violências contra meninas, ações de violência como as que têm acontecido, fazem parte de um sistema social e cultural que coloca meninas e mulheres em uma situação inferior de poder. “A violência contra meninas e mulheres não começa quando episódios extremos como esses acontecem. Ela é produzida e reproduzida culturalmente desde a infância, quando crianças aprendem, a partir de diferentes lugares e perspectivas, o que podem e não podem fazer, quem deve ceder, quem deve exercer mais controle e poder sobre outrem e por aí vai.” 

Esses dados nos informam a necessidade de políticas de segurança mais abrangentes e eficazes, conscientização e formação de toda sociedade, desde as infâncias. E é nesse sentido que a Plan Brasil atua, a partir de projetos de proteção, conscientização e qualificação, com o objetivo de romper ciclos de violência contra meninas. 

Uma das iniciativas realizadas pela ONG é o projeto Jovens Líderes pelo Fim da Violência de Gênero, uma parceria com Ministério das Mulheres que tem como principal objetivo fomentar práticas feministas emancipatórias em jovens aperfeiçoando suas capacidades de independência, liderança, para uma atuação em rede para prevenir e combater as violências baseadas em gênero. 

A partir do projeto, foi elaborada a cartilha “Livres, Seguras E Respeitadas: Prevenção de Violência Contra Meninas e Jovens Mulheres”, uma ferramenta viva de transformação e conscientização, construída pela equipe do projeto e pelas jovens participantes de várias regiões do país, trazendo uma abordagem sobre seus direitos, redes de proteção, e a importância da denúncia. 

De acordo com Ana Nery, essa é só uma das diversas formas de combater esses casos cada vez mais frequentes, porém é necessário que haja um esforço conjunto da sociedade civil, instituições públicas e privadas e organizações. 

“As políticas públicas de prevenção precisam ir além de ações pontuais e envolver diversos fatores, como educação para equidade de gênero desde a primeira infância, formação continuada para profissionais do sistema de garantia de direitos e de toda rede de proteção que atua nos quatro eixos previstos na Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres: combate, prevenção, assistência e garantia de direitos e a implementação de um sistema de responsabilização efetiva de pessoas agressoras. Tão importante quanto essas iniciativas, é a participação efetiva e o envolvimento dos homens nessa discussão e na construção de novos e outros modelos de masculinidade.” 

A atuação de órgãos competentes, o reforço de leis que atuem no combate a violências contra mulheres e ferramentas que sensibilizem a sociedade para o tema, são apenas o início de uma jornada de transformação estrutural do país em relação ao futuro de meninas e mulheres. 

Clique aqui para ter acesso a cartilha “Livres, Seguras E Respeitadas: Prevenção de Violência Contra Meninas e Jovens Mulheres”. 



Plan Brasil
www.plan.org.br


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