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quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Diabesidade: o elo perigoso entre obesidade e diabetes tipo 2

Diabesidade — a coexistência das duas doenças metabólicas, que se retroalimentam silenciosamente e aumentam o risco de complicações cardiovasculares, hepáticas e renais

 

O aumento dos casos de diabetes tipo 2 no mundo está diretamente ligado ao avanço da obesidade. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), 80% das pessoas com diabetes tipo 2 estão acima do peso. E, segundo o cirurgião do aparelho digestivo Dr. Rodrigo Barbosa, esse dado revela algo essencial: o diabetes não é apenas uma doença do pâncreas, mas de todo o metabolismo. “O excesso de gordura visceral — aquela que se acumula na região abdominal — interfere diretamente na ação da insulina. Ela provoca inflamação e resistência nos receptores celulares, impedindo que o hormônio atue de forma eficiente”, explica.
 

A gordura que adoece por dentro

Diferente da gordura subcutânea, que fica logo abaixo da pele, a gordura visceral se aloja entre os órgãos internos e libera substâncias inflamatórias conhecidas como citocinas, que alteram a função do fígado e do pâncreas.
O resultado é um círculo vicioso: quanto mais gordura, maior a resistência à insulina — e quanto maior a resistência, mais o corpo acumula gordura.

“É por isso que tratar a obesidade é tratar também o diabetes. Essas duas doenças têm a mesma origem metabólica”, reforça Dr. Rodrigo.
 

A cirurgia bariátrica como tratamento metabólico

Nos últimos anos, a cirurgia bariátrica deixou de ser vista apenas como uma solução estética e passou a ser reconhecida pela comunidade médica internacional como tratamento metabólico — especialmente em casos de diabetes tipo 2 associado à obesidade.

Ao reduzir o tamanho do estômago e modificar o trânsito intestinal, a cirurgia estimula uma mudança hormonal importante: há melhora imediata na produção e na ação da insulina, além de aumento nos níveis de GLP-1, hormônio que ajuda a controlar o apetite e o açúcar no sangue.

“Em muitos casos, o paciente deixa de precisar de medicação para o diabetes poucos dias após a cirurgia — antes mesmo de perder peso. Isso mostra que o impacto é hormonal e metabólico, não apenas mecânico”, destaca o especialista.
 

Resultados que mudam a história do diabetes

Estudos internacionais apontam que até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 entram em remissão após a cirurgia bariátrica, especialmente quando o procedimento é realizado nas fases iniciais da doença.

Além de reduzir a glicemia, a cirurgia traz benefícios que vão muito além do controle do açúcar: melhora do colesterol, normalização da pressão arterial, aumento da fertilidade e redução significativa do risco cardiovascular.

  


Dr Rodrigo Barbosa - Cirurgião Digestivo sub-especializado em Cirurgia Bariátrica e Coloproctologia do corpo clínico dos hospitais Sírio Libanês e Nove de Julho. CEO do Instituto Medicina em Foco e coordenador do Canal ‘Medicina em Foco’ no Youtube Link


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