Crescimento expressivo reforça a ascensão de Dubai como principal destino global de fortunas brasileiras, impulsionado por segurança jurídica, ausência de imposto sobre herança, estabilidade econômica e atratividade imobiliária
O fluxo de grandes fortunas brasileiras
para Dubai ganhou força inédita em 2025. Segundo dados da plataforma MH/Q,
especializada em patrimônio privado de famílias de alta renda, brasileiros já
estruturaram US$ 1,5 bilhão no emirado, um aumento
de 66,6% em relação ao ano anterior, quando o montante era de US$ 900
milhões. O número de famílias brasileiras que transferiram parte ou a
totalidade de seu patrimônio também cresceu de forma consistente, passando de
18 para 30 famílias em apenas um ano.
O movimento acompanha a tendência
global apontada pela Henley & Partners, consultoria britânica de
migração por investimento. O relatório anual da empresa projeta que os Emirados
Árabes Unidos devem receber 9,8 mil novos milionários até 2025,
um avanço de 46,3% sobre a estimativa de 2024.
A mudança de perfil desse investidor
também chama atenção. O fluxo inicial, que ganhou força a partir de 2021, era
formado sobretudo por herdeiros. Agora, cresce de maneira expressiva a presença
de empresários de médio porte com fortunas entre US$ 20 milhões e US$ 80
milhões (aproximadamente entre R$ 108 milhões e R$ 432 milhões), atraídos
pela combinação entre ambiente de negócios competitivo, segurança pessoal e
fiscal, e oportunidades imobiliárias com forte potencial de valorização.
Para
Leo Ickowicz, sócio-fundador da consultoria
Elite International Realty, a alta não é surpresa. Ele explica que
Dubai reúne fatores cada vez mais raros no cenário global, especialmente quando
comparado com os destinos tradicionais de migração patrimonial.
“Dubai oferece três elementos que hoje
são decisivos para famílias de alta renda: estabilidade política e econômica,
segurança jurídica e um sistema tributário simples, que inclui ausência de
imposto sobre herança e inexistência de imposto de renda para pessoa física.
Quando você combina isso com um ambiente cosmopolita, infraestrutura de padrão
internacional e retornos imobiliários médios próximos de 8% ao ano, o movimento
brasileiro se torna quase inevitável”, afirma.
A busca por imóveis tem sido a
principal porta de entrada dos brasileiros na cidade. Além de ser uma aplicação
vista como porto seguro, o investimento imobiliário também viabiliza o Golden
Visa, programa de residência de longo prazo que exige aporte a partir de 2
milhões de dirhams, cerca de 2,92 milhões de reais. Segundo
consultorias do setor e empresas atuantes no mercado local, a maioria dos
brasileiros utiliza justamente o imóvel para dar início à estrutura patrimonial
em Dubai, impulsionando ainda mais o crescimento do setor.
Nesse cenário, a
Elite International Realty decidiu ampliar sua atuação. A
empresa, fundada por brasileiros e com trinta anos de experiência no mercado
internacional, iniciou no ano passado sua operação em Dubai, com foco em
atender famílias e investidores da América Latina, especialmente brasileiros,
interessados em imóveis de alto padrão na região. Ickowicz explica
que a decisão foi estratégica.
“É um mercado em ascensão acelerada e
ainda com muito espaço para expandir, tanto para investidores quanto para
grandes famílias. Mas é importante dizer que, como o mundo inteiro já está de
olho nessa cidade, quem entrar agora tende a se beneficiar muito mais do que
quem esperar. O momento é de oportunidade concreta”, destaca o executivo.

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