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| É necessário reaplicar o protetor solar a cada duas ou três horas. Freepix |
O verão é marcado por temperaturas elevadas, maior incidência de radiação solar e aumento das atividades ao ar livre. Embora seja um período associado ao lazer e ao bem-estar, também exige atenção redobrada com a saúde da pele, especialmente diante da alta incidência da neoplasia mais comum no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o país deve registrar, entre 2023 e 2025, cerca de 220,5 mil novos casos de câncer de pele não melanoma por ano, além de aproximadamente 9 mil casos de melanoma. Esses números reforçam a importância do “Dezembro Laranja”, campanha dedicada à prevenção e ao diagnóstico precoce.
Para Theodoro Habermann Neto, dermatologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), aproveitar a estação com saúde exige três pilares: proteção solar, hidratação e alimentação equilibrada. “Evitar o sol entre 10h e 16h e usar protetor solar FPS 30 ou mais em todas as áreas expostas são medidas indispensáveis. Chapéu, boné, óculos com proteção UV e roupas adequadas reforçam a barreira contra os raios solares”, destaca.
Manter a hidratação é essencial: água, água de coco e sucos naturais são boas escolhas; bebidas alcoólicas e cafeinadas favorecem a desidratação. A pele também deve ser hidratada diariamente, e a alimentação deve ser leve e rica em frutas, legumes e verduras contribuem para equilibrar o organismo no calor.
O dermatologista lembra que o sol é a principal fonte natural de vitamina D, responsável por até 90% da produção do nutriente no organismo. Por isso, a exposição deve ser curta, controlada e em horários seguros, antes das 10h ou após as 16h. “De 10 a 15 minutos de sol em braços e pernas por semana costumam ser suficientes. Mesmo assim, áreas sensíveis, como o rosto, devem sempre permanecer protegidas”, orienta. Ele reforça ainda a necessidade de reaplicar o protetor solar a cada duas ou três horas.
A suplementação, segundo o especialista, é a forma mais segura de manter níveis adequados de vitamina D. As doses mais comuns variam entre 1.000 e 2.000 UI por dia, sempre com prescrição médica. A alimentação complementa esse aporte, especialmente com peixes gordurosos, ovos, fígado, cogumelos expostos à luz UV e alimentos fortificados.
A detecção precoce é fundamental para aumentar as chances de cura
do câncer de pele. Observe alterações na pele como: pintas com assimetria,
bordas irregulares, variação de cor, diâmetro maior que 6 mm ou mudanças ao
longo do tempo — incluindo crescimento, sangramento, inflamação ou feridas que
não cicatrizam — requerem avaliação imediata. “Ao notar qualquer alteração, o
ideal é procurar rapidamente um dermatologista, preferencialmente membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)”, reforça o médico. “A exposição
solar inadequada pode causar envelhecimento precoce, manchas, piora do melasma,
ceratoses actínicas e aumentar o risco de carcinoma basocelular, espinocelular
e melanoma”, destaca.
Mitos e verdades sobre sol e proteção
— Bronzeado não protege a pele: é, na verdade, um sinal de
agressão e dano celular.
— Dias nublados também exigem proteção: até 80% da
radiação ultravioleta atravessa as nuvens.
— No inverno também há riscos: apesar da menor intensidade, os
raios UV continuam presentes e podem causar danos cumulativos.
— Pele negra não é imune: apesar de menor risco, a proteção é necessária e o autoexame deve ser rotina.
“Com informação, prevenção e acompanhamento profissional, é
possível aproveitar o verão com segurança, manter níveis adequados de vitamina
D e proteger a pele dos danos causados pelo sol”, finaliza o dermatologista.

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